O Estado decidiu colocar uma
religião.
Uma religião-autarquia, não era
empresa pública porque religião, enquanto empresa, já estava sendo praticada
pelos protestantes.
E, depois, pegava mal, porque o
Estado foi declarado leigo.
O Estado já cobrava mais de 80
tributos do povo, sobretaxando-o vergonhosamente, tomando tudo que era possível
da parte de César, como Jesus admitira; agora, alguns ponderavam, porque não
tomar também a parte de Deus? Aqueles desocupados (no bom sentido) de Brasília
começaram a pensar, montaram workshops (que palavra horrível, a começar por
work, trabalho, mas vá lá; seguida de shop, oficina – oficina de trabalho,
aquilo dava arrepios nos mais puristas, que nunca tinham dado um dia de
trabalho para a nação, feito Lulambão, argh!).
Por que não?
Deus não dava as caras há dois mil
anos e até apareceu pichado nos muros da UFES “Jesus não vai voltar”.
Isso já levava a pensar naqueles
outros 50 %.
Alguns diziam que o governo já levava
50 %, mas longe disso, pois não contavam a renda oculta, que era de 60 %;
contando o invisível chegava a 20 ou 25 % no máximo, mas poderia chegar a 50 %
de fato, como na Suécia (era tão bom ser avançado, mas o problema é que lá o
governo oferecia serviços de alta qualidade – se houvesse um jeito de pegar 50
% como lá com serviços de baixa qualidade como no Brasil, seria um chuá).
CEASAR
PARQUES E DEUS DARÁ
(com que viveriam o povo e as elites eles não tinham pensado, mas também você
não quer que eles pensem tudo, né?) NA
MESMA PRAÇA, PARA ECONOMIZAR DINHEIRO DO CONTRIBUINTE.
PARTE DE CÉSAR
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PARTE DE DEUS
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50 %
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50 %
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Acontece que os governos já cobram
impostos, como cobrar dízimo também? Uns foram a favor de acoplar o dízimo aos
impostos como mais 10 %, mas outros temiam a resistência, já de si bastante
grande. Incrível como o povo é ingrato e incoerente! Não seria tão mais justo
juntar o leigo com o religioso num pacote só?
Outros perguntavam como os
funcionários iriam se vestir, se de gravata e terno, com estola, ou se de
batina. Como padres ou como pastores? Não era fácil enfrentar 50 mil
empresas-igrejas adventistas em outras tantas denominações.
Como chamar?
RELES (Religião do Estado) dava
ideia “de qualidade ordinária, digna de desprezo; grosseiro,
insignificante”, como dizia o Houaiss eletrônico.
A presidanta deveria aparecer na capa como pastora?
Ou bispa?
Ou bisca?
OU, QUEM SABE, como cardeala? (Puxa, cara, nessa você se superou,
ELA vai gostar pra caramba).
Ou papisa, sei lá (Aí já é exagero).
E os ministros, seriam cardeais doravante? (Já existem cardeais,
não vamos nos repetir, de qualquer forma é marca registrada da Igreja). Mas
podem ser ministros mesmo, só não podem ser ministros protestantes porque ELA
não vai gostar. Terrorismo, não!
Essa coisa tá mais difícil do que pensamos.
Até pra tirar dinheiro das ovelhas é preciso dom.
Tosquiar ovelha depende de prática, mais do que teoria. Ser
governo e coBRar inumeráveis tributos é até mais fácil, você sabia?
Tá cada vez mais difícil enganar os trouxas, porque há poucos
trouxas e todo trouxa que há alguém já pegou.
É, falta trouxa.
É mesmo.
Temos de concluir que tá faltando trouxa.
É, cara, se houvesse mais trouxas seria mais fácil.
Agora você falou tudo, a gente poderia colocar uma fábrica de
trouxas, uma TV, mais uma ou qualquer media, cinema.
Escola!
Gênio, toca aqui, é isso mesmo, escola do governo.
DEPOIS a gente coloca a religião do Estado.
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