Saturday, November 30, 2013

Lobo ou Hiena? (da série Cometários)


Lobo ou Hiena?

 

Tem-se como certo que os cachorros descendem dos lobos.

É a hipótese adotada no excelente livro A Águia da Nona, Rio de Janeiro, Galera Record, 2010 (sobre original inglês de 1954; o livro, aliás, tem a minha idade), de Rosemary Sutcliff, onde um lobo é adotado pelo legionário centurião herói Marcus Flavius Aguila, filho do comandante da Nova Legião que desapareceu em 117 além da Muralha de Adriano.

Entrementes, veja o que aparece sucessivamente no livro Fortuna e Glória (Relatos dos maiores aventureiros arqueológicos da história), São Paulo, Larousse do Brasil, 2009, sobre original de 2008 em inglês de Douglas Palmer, Nicholas James e Giles Sparrow.

UMA LISTA DE DESCOBERTAS

PÁGINA
CITAÇÃO
COMENTÁRIO
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“Observara que muitos dos ossos, como os dos elefantes, eram tão grandes que o animal pai não poderia ter entrado na caverna enquanto ainda vivo, pois os ossos individuais desmembrados das carcaças deviam ter sido levados para dentro dela por algum agente – mas que agente?”
O ser humano, claro, o que remete ao MCES Modelo da Caverna para a Expansão dos Sapiens: é minha teoria que onde quer que tenham estado os seres humanos procuraram as cavernas, porque surgimos assim na África, no Vale da Grande Greta.
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“Buckland notou também que muitos dos ossos estavam quebrados e cobertos de marcas de mastigação, como as feitas por um cão dotado de poderosas mandíbulas. Entre os restos havia muitos ossos de hiena e Buckland estava bem cônscio da habilidade desse animal para quebrar ossos à cata de tutano nutritivo”.
Vem daqui: e se os cães nossos de cada dia vêm das hienas e não dos lobos?
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“Buckland afirmou, com base nos ossos mastigados e nos mais de 300 caninos de hiena (indicando a presença original de, pelo menos, 75 hienas) e nas evidências experimentais fornecidas por animais vivos, que as hienas antediluvianas viviam nas cavernas e arrastavam os ossos individuais de animais maiores para na, proteção de sua morada, consumi-los sem serem perturbados por outros predadores e carniceiros”.
Da primeira citação temos que os humanos moravam nas cavernas e, da terceira, que também hienas: como não podiam se guerrear, provavelmente conviviam.
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“(...) e encontrou dentes e ossos de rinocerontes, tigres-dentes-de-sabre, ursos e hienas”.
Fica parecendo que os humanos comiam a carne e jogavam os ossos (e o tutano) para as hienas.
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“(...) cheia de ossos e dentes de hienas, tigres, ursos, que seria exibida (...)”.
É uma constante.
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“Numerosos ossos animais, incluindo os de hiena e rinoceronte, foram recuperados, e, estreitamente associados a eles, havia várias ferramentas de pedra (...)”.
Como sabemos, animais não fazem ferramentas.

Essas evidências não bastam, é preciso maciça prova estatística em toda a Terra, pelo menos desde os primórdios dos hominídeos, dos neanderthais ou dos cro-magnons, além das comparações de mandíbulas das hienas e dos cães, da estrutura óssea e assim por diante.

Seria de esperar que as hienas, sendo carniceiras, se acostumassem a seguir os rastros humanos em busca de restos, de carcaças, chegando até aos arredores, às bocas e até aos interiores das cavernas.
Serra, quarta-feira, 08 de setembro de 2010.

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