Capítulo 1
Des-igualdade
A palavra “desigualdade” está tão
carregada de negatividade que realmente poucos pensam nela, aplicando-a sempre
naquele sentido adverso.
DESIGUALDADE (no dicionário Aurélio Século XXI)
[De desigual + -(i) dade.]
S. f.
1. Qualidade ou estado do que é desigual.
2.
Astr. Termo secular (q. v.), periódico ou irregular, que representa o
afastamento entre a primeira aproximação do valor de uma grandeza astronômica
e o valor exato dessa grandeza.
3.
Mat. Relação entre os membros de um conjunto, que envolve os sinais de
"maior que" ou "menor que"; inequação.
Desigualdade paraláctica. Astr.
1.
Irregularidade no valor da longitude da Lua, resultante de a órbita ser
excêntrica e deslocada em relação ao Sol, e que se traduz por variações na
paralaxe da Lua na ordem de 1 segundo de arco.
|
Leia isso que destaquei:
Qualidade ou estado do que é desigual.
|
“Des-igual” é o “o/igual”, o que não
é igual, constituindo com este um par polar oposto-complementar com momento,
girando ambos em círculos em volta de um eixo, como está exposto no yin/yang
oriental:
Par
de pólos que se opõem e se complementam.
Ciclo bem definido.
Assim, igual-desigual é meramente um
par, fazendo um ciclo de crescimento-decrescimento.
Contudo, no longo curso dos 10.000
anos (ou 100 séculos) da humanidade a anti-liberdade foi tão frisada pelos
aproveitadores, que desigual tornou-se um termo suspeito e desigualdade
opróbrio, anátema, execração.
OS
NOSSOS DOIS OLHOS
(constituem um par polar esquerda-direita) – é preciso prestar atenção nisso,
pois até o rosto indica a realidade. Eles são desiguais, invertidos
simetricamente, e nem porisso nos servem menos.
OLHO
ESQUERDO
|
CENTRO
(só assim o indivíduo é verdadeiro; não existe ninguém só esquerda, ou só
direita)
|
OLHO
DIREITO
|
|
|
|
inviável
|
viável
|
inviável
|
Precisamos olhar melhor (com os dois
olhos) e perceber melhor (com os dois narizes, os dois ouvidos, os dois lados
da língua) para entender realmente a conjunção-de-pares enquanto terceiros, enquanto
pares viáveis.
Esquerda e direita são dois motores
independentes, que se hostilizam e nos sacrificam, ao passo que centro é onde
devemos estar, a festa que devemos freqüentar com simplicidade, sem ostentação
e soberba, mas também sem diminuição.
O que é desigualdade, então?
Criei o título para atrair sua
atenção, porque as pessoas pensariam em geral que eu estaria apoiando a
desigualdade ruim, o desfavor dos outros, e não é isso, nem de longe.
Pois a Rede Cognata trouxe soluções
formidáveis.
Capítulo 2
Liberdade
EIS
AS LIÇÕES DA REDE COGNATA
(juntos, igualdade e desigualdade formam um par muito importante, chamado
livre-arbítrio, livre-querer, de que todos gostam)
igualdade
|
des-igualdade = O/IGUALDADE
|
LIBERDADE
|
QUERER
|
(imaterial, dirigida aos
conteúdos, contra as formas)
|
(material, dirigido aos objetos e
às formas)
|
EGO
|
(GO)
|
PESSOAS
|
AMBIENTES
|
Quando a pessoa QUER - e vai para fora
de si -, ela penetra no ambiente, renunciando então à liberdade implícita;
renúncia esta que é, tal como Buda falou (a respeito dos desejos), a fonte de
dor. Quanto mais quer, mais a pessoa se aliena, sai de si, mergulha n’outro,
nos outros campos, no conjunto dos outros campos – que tendem a limitar,
impedir o acesso à satisfação do desejo. Ao QUERER a pessoa renuncia
implicitamente à liberdade de si.
OLHANDO
DE NOVO UMA CASA QUALQUER
1.
as
casas são diferentes umas das outras, mesmo minimamente;
2.
mesmo
se semelhantes, as cores externas e internas mudam ao gosto dos moradores;
3.
casas
ficam em quadras, que em geral têm quatro lados – portanto, colocam-se com a
frente para o sol da manhã-leste, o sol da tarde-oeste, o norte ou o sul;
4.
se
não são casas de conjunto, as esquadrias são diversas, assim como os batentes,
as portas, os pisos, os tetos, as dimensões, o lugar da garagem e assim por
diante;
5.
por
baixo da pintura os tijolinhos ou as lajotas são diferentes em quantidade e em
qualidade;
6.
a
mobília é distinta;
7.
e por aí afora vai.
Onde quer que olhemos, lá está a
desigualdade, aquilo que não é igual, a liberdade alheia.
Quando a pessoa QUER, não somente
ela renuncia à liberdade sua como também mergulha nas liberdades alheias.
Dizendo de outro modo, a si-liberdade esbarra nas muros das alheias-liberdades,
que vieram de outros quereres; a pessoa adentra a DESIGUALDADE quando QUER.
E ela sai-de-si, ficando fora-de-si:
ela se aliena ao querer.
E se aliena tanto mais quanto mais
quer, isto é, quanto mais se apodera de objetos e de pessoas-coisificadas,
pessoas que se tornam coisas, que se venderam de dois modos, como quem vende o
corpo ou quem vende a mente.
Naturalmente Buda estava certo e sua
fala é implicação direta da alienação dos povos e das elites, mais estas que
aqueles, e denuncia a exploração DE SI na realização de todos esses desejos
intensos de que nos dotamos. Buda estava denunciando implacavelmente a renúncia
mundial à liberdade.
APONTANDO
MAIS DESIGUALDADE
Todas são diferentes e é justamente
essa diferença de cor, de aspecto, de cheiro, de maciez e de tudo mais que nos
agrada. Também temos – dizem – 30 milhões de espécies na Terra, uma das quais,
a nossa, tem a caminho de 7,0 bilhões de espécimes em 1,75 bilhões de famílias em
2012 (quem admitiria que sua família fosse igual às demais?).
Empresas várias, cidades díspares,
estados dessemelhantes e segue, ilimitadamente. De fato, olhando à nossa volta
podemos ver que as coisas e os objetos, aparelhos, instrumentos e máquinas são
amplamente desiguais. Na realidade, para onde quer que olhemos, é assim que é –
multiplicam-se as formas não-iguais. O ser humano tem prazer em criar a
diversidade. A mesmice é chata e é exatamente por isso que surgem os movimentos
artísticos de todo gênero. O Bauhaus, movimento arquitetônico
alemão da década dos 1920, foi exatamente um atentado revolucionário contra a
chatice e a mesmice.
Contudo, ao promover a variedade (em
si) e a variabilidade (em volta de si e a partir de si), ele também contaminou
o mundo de novos quereres e, portanto, de falta de liberdade.
De fato, os santos-sábios e os
iluminados são, dentre os seres humanos, os que mais perto estão do ideal de
liberdade.
Nos grandes hipermercados existem –
segundo afirmam – milhares de itens e em vez de nos preocuparmos com tal
multiplicidade é exatamente isso que procuramos: grande número de ofertas.
AS
GRANDES OFERTAS
- ofertas em supermercados
- oferta de logradouros em cidades
- ofertas de lugares para ir
- ofertas de empregos
Quando nós buscamos o querer-desigualdade
e, porisso mesmo, a falta de liberdade, é Tanatos em nós que fala.
IDENTIFICANDO
ENQUANTO CONCEITO
Eros
|
Tanatos
|
(princípio da vida) = LIBERDADE
|
princípio da morte (QUERER)
|
Então, devemos forçosamente ver que
apesar de tudo, o amor deve ser classificado à direita, no lado da
morte-Tanatos, pois ele é querer, ainda que querer-bem. Ora, todos temos idéia
de que o AMOR, amor-maiúsculo, é bom; então, deve haver um querer-mal, o ódio.
REIDENTIFICANDO
Eros
|
Tanatos
|
VIDA = LIBERDADE
|
QUERER
|
querer-bem (amor)
|
querer-mal (ódio = QUERER)
|
O único modo de o amor-do-bem ser
querer e ser liberdade é querer para os outros, é tirar de si para ser dos
outros, é a doação, e não desejar se apossar do ambiente e das coisas, é apenas
usar as coisas como se fosse uma ponte rumo ao depois, enquanto não vem a
morte.
Quando vemos objetos, ruas, locais
de turismo, empregos ou o que quer que seja, o conjunto das ofertas é agora
MUITO grande, porque estamos além das PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos,
empresas); já bem longe, adentrados nos AMBIENTES (cidades-municípios, estados,
nações e mundo, neste caso em processo de globalização): tudo isso é
diversidade.
Dificilmente as pessoas gostariam de
voltar aos tempos antigos (a menos que enganadas pelo “romantismo” dos romances
de cavalaria ocultadores dos desconfortos), quando havia menos diversidade e
mais semelhança.
Esse ESTAR-NOS-AMBIENTES, vimos
acima que é de dois modos: 1) o querer-bem, que é amor, que é doação de si, e
2) o querer-mal, que é desamor, que é ódio, que é apossamento dos outros
através de objetos ou diretamente.
Aqui, particularmente, podemos parar
um pouco para dizer que o ciúme, que é doentio, COISIFICA ou suprime o outro
(daí a oportunidade da Lei Maria da Glória).
Quando os pretensos filósofos imaginam
atualmente viver no passado, na ágora grega, onde circulavam os grandes
filósofos de então, certamente colocavam-se no lugar dos patrícios, então 25 %
ou menos e, excluídas as mulheres, 12,5 % de todos; menos as crianças, apenas
6,25 % do conjunto; tirados ainda os doentes e incapacitados, restavam bem
poucos – ninguém quer olhar a chance de estar naqueles 75 % de escravos ou nos
95 % de silenciosos. Todo mundo se imagina um Napoleão nas “encarnações
passadas” e não varredor de rua na Paris - miserável, podre, dos cortiços - de
1800.
Há 10 mil anos (Jericó, a primeira
cidade, é de 11 mil anos), na Terra toda quase todos os seres humanos se
pareciam, destoando muito pouco entre si, mas então já existia aquela outra
desigualdade, aquela que confunde as pessoas: a falta de liberdade, a opressão,
o querer-mal, o apossamento doentio. A desigualdade que permitia viver PARA
DOAR LIBERDADE era boa, sempre foi e permanecerá sendo.
Então, qual é a desigualdade que nos
aborrece?
A desigualdade de que as pessoas falam
quando dizem “desigualdade” (as aspas postas indicam suspeita sobre o termo) é
a desigualdade-política, a desigualdade-opressão, aquele que nos toma liberdade
para dá-la a outrem e cujo tratamento é muito difícil. É a desigualdade, o
querer-mal, que nos diminui para aumentar outrem.
Quando acontece a globalização, TUDO
É GLOBALIZADO, inclusive o dicionário, e tudo passa a existir em excesso de
oportunidades, tanto o lado bom quanto o lado ruim do dicionário. Neste caso, o
lado ruim da desigualdade, a desigualdade-opressão, Tanatos, o querer-ruim
também aumenta desproporcionalmente, podendo assumir proporções gargantuescas,
desmedidas, indo muito mais longe na irracionalidade.
Quando se disse que “o preço da
liberdade é a eterna vigilância” e se afirmou a globalização afirmou-se ao
mesmo tempo VIGILÂNCIA ETERNA SOBRE ESPAÇO MUITO MAIOR, global.
A responsabilidade de lutar pela
vida-liberdade ou querer-bom É MUITO MAIOR, pois ela foi dilatadíssima, sendo
necessário preparar novos guerreiros da liberdade e do amor.
A
GLOBALIZAÇÃO DAS OPORTUNIDADES
(excesso de diversidades, excesso de liberdades, liberalismo, o contrário da
liberdade, pois é seu adoecimento, aqui visto como excesso de palavras).
(retirado do site comdosecerta.blogspot.com)
Os livros são bilhões, os quadros
milhões, as músicas milhões, os filmes centenas de milhares e assim por diante:
da falta passamos ao excesso.
A oferta de e-livros na Internet
chega aos milhares (quase gratuitamente), assim como nas bancas; dos primeiros
baixei 1,4 mil enquanto tive paciência e dos segundos comprei um DVD com 1,6
mil. Impossível ler, e nem é só pelo desconforto de ler em tela.
PINACOTECA,
BIBLIOTECA, MUSEU, CINEMA
(isso é falta?)
- Existem
milhões de quadros expostos em toda parte.
- Mais
livros do que se conseguiria ler em 100 vidas.
- Quem
conseguiria aproveitar tantas oportunidades?
- Os
cinemas se renovam.
Capítulo 3
Liberdade Demais
Na realidade nós não estamos
sofrendo de falta de liberdade, mas de excesso: excesso de liberdade dos filhos,
em razão da abrasadora tolerância dos pais e das mães; excesso de oportunidades
de alimentação, o que leva a essa obesidade e morbidez horríveis; excesso de
sexo levando à licenciosidade.
Do querer-bom, do amor passou-se ao
querer-ruim, o ódio.
MORBIDEZ
NO MUNDO
(liberdade de comer em excesso, licenciosidade alimentar, autocomplacência e
complacência quanto ao supergosto, o gosto exacerbado)
Número
de obesos
no mundo é alarmante
|
A
OBESIDADE
|
13/03/2006 - 15h37
Mundo tem
300 milhões de obesos e 170 milhões de crianças desnutridas
da Efe, em Genebra |
Quantos brasileiros são
obesos mórbidos?
Cerca de 609 mil ou 0,64% das pessoas com mais de 20 anos. Nos EUA a
parcela é de 4,9%.
|
LICENCIOSIDADE
(ô). [Do lat. licentiosu.] Adj. 1.
Zool. Que usa de excessiva licença; indisciplinado, desregrado. 2. Sensual,
libidinoso; libertino. 3. Próprio de quem é licencioso. S. m. 4. Indivíduo
licencioso.
|
A
LICENCIOSIDADE DO MUNDO
1.
excessiva
licença; indisciplina, desregramento em tudo;
2.
excessiva
sensualidade, mundo libidinoso, libertino;
3.
impropriedades
pessoais e ambientais de todos que são licenciosos;
4.
pessoambientes
libidinosas, depravadas, devassas, dissolutas.
Houve épocas em que a humanidade
sofreu de falta de liberdade, mas não agora; nesta nossa época, nesta mudança
de era estamos sofrendo de excesso de liberdade, com a licenciosidade campeando
por toda parte. Saímos do amor, liberdade-comedida, para o excesso de
liberdade, o liberalismo, a doença da liberdade que os juízes estão
autorizando.
RECONDUZINDO
1.
a
desigualdade é condição de percebermos o mundo e um dos dois elementos que
permitem observar a beleza (é a CONDIÇÃO EXTERNA, enquanto a condição interna é
a liberdade, o bom-amor);
2.
a
“desigualdade” referida inconscientemente pelas pessoas em geral não é a diferença,
mas a desigualdade-política, a opressão de uns pelos outros, que leva ao
superquerer de uns e à falta para outros;
3.
não
existe falta de liberdade em nosso mundo, existe excesso, e isso também é
daninho;
4.
o
excesso de liberdade levou à licenciosidade.
À custa de valorizarem o respeito
devido aos diferentes (por exemplo, os deficientes físicos, os homossexuais,
etc.) prejudicaram o direito das maiorias. Se as minorias são 2,5 % à esquerda
(digamos, de homossexuais masculinos) e 2,5 % à direita (de homossexuais
femininas), a relação desses 5 % com os 95 % restantes é de 5/95 = 1/19; mesmo
juntando os simpatizantes de cada lado teríamos 10 % e, portanto, 10/90 = 1/9;
quando é que um em 20 ou um em 10 é mais importante?
O fundamental é preservar as
maiorias, não as minorias; estas vivem do favor do trabalho daquelas. Não é
certo mudar de uma dominação a outra: daquela dos pais a esta dos filhos,
daquela das mulheres a esta dos homens, daquela das maiorias a esta das
minorias, daquela dos não-deficientes a esta dos deficientes; daquela dos
heterossexuais a esta dos homossexuais; daquela dos brancos a esta dos negros.
Precisamos é acabar com TODAS as
escravidões.
Não é o fato de que somos desiguais
que é ruim, pois uns gostam do amarelo, enquanto outros gostam do vermelho; uns
apreciam tomates e outros pepinos.
É o fato de que NÃO SOMOS IGUAIS
POLITICAMENTE é que é ruim.
Precisamos voltar ao amor-bom.
EXISTIREM
RICOS É DA CURVA DO SINO
|
||||
Classe E
|
Classe D
|
Classe C
|
Classe B
|
Classe A
|
miseráveis
|
pobres
|
médios
|
médio-altos
|
ricos
|
Disse Jesus: “pobres sempre os
tereis consigo”, é estatístico.
Os ricos zombarem dos demais é caso
de polícia.
Como diz agora o povo, “cada qual no
seu quadradinho”. É essa outra desigualdade, a desigualdade política que
devemos combater.
Capítulo 4
Licenciosidade
A liberdade excessiva, o amor-ruim,
o querer intenso de uns significará sempre a falta de liberdade de outros e esses
outros acabarão sempre por acumular reclamações e, de um jeito ou de outro, derrotar
os dominantes, quando então há caos revolucionário, destruição, tudo que já
conhecemos.
A
GANGORRA DA RESPONSABILIDADE GOVERNEMPRESARIAL (a soma zero do modelo significa
governar os pares polares).
- Dar
a uns significará dar depois aos outros, em círculo.
Se a esquerda ficar muito tempo em
cima a direita ficará insatisfeita...
|
... e se a direita permanecer para
sempre no topo teremos guerra.
|
esquerda = Q = QUERER
|
direita = LEI = LIBERDADE
|
- yin/yang (um pra cima e um pra
baixo): 50/50
Queremismo é liberdade muito ruim,
é querer em excesso (ainda por cima estimulado pela propaganda
irresponsável).
|
Liberalismo é liberdade
desbragada, desregrada, é aceitar toda liberdade pessoal como adequada ao
coletivo, o que está longe de ser.
|
Qual é a “margem de segurança”?
INTRODUZINDO
O MEDIADOR
QUEREMISMO
|
QUERER
|
LIVRE-QUERER
|
LIBERDADE
|
LIBERALISMO
|
2,5 % +
ADERENTES
|
90 % administráveis
|
2,5 % +
ADERENTES
|
Podemos pensar que o infinitésimo de
diferença, que nos leva ao futuro e à sobrevivência, seja pequeno na relação
50/50 = 1,00000..., mas não sabemos quantos pontos, ou se são somente casas
decimais para lá ou para cá.
Muita liberdade, liberalismo pode
conduzir à licenciosidade, a essa concupiscência ou libidinagem atual; muita
anti-liberdade pode ser opressiva e desgastante, levando aos choques de 30 anos
atrás com a polícia.
Capítulo 5
Igualdade
Na Rede Cognata igualdade =
LIBERDADE: o querer leva às distinções, e o não-querer à liberdade.
É fácil de ver que o querer
distingue as pessoas, introduz diferenças, mas não é só isso que vem sendo buscado
– as pessoas querem ser super-distintas e super-diferentes, em geral querendo
posicionar-se acima e muito acima das demais, por causa da fraqueza moral, dos
complexos de inferioridade: quem usa um carrão ou uma daquelas caminhonetes de
cabine dupla, pneus grandes e frente agressiva quer sobrepor-se a todos e a cada
um: essa não pode ser uma pessoa que confia em si.
CABEÇA
E CARA DE TOURO, MAS UM ANÃOZINHO POR BAIXO (constituem como que enchimento
para mentes pequenas) – como alguém disse e eles acreditam, “todos são iguais,
mas uns são mais iguais que outros”. Gente com essas supermáquinas buscam a
aprovação social.
Duas
vagas e quase do tamanho de uma casa.
(site g1.globo.com)
Tão
grande, que uma pessoa precisa de escada ou helicóptero para chegar à cabine.
(site culturamix.com)
A Igualdade geral requer desde cedo
essa igualdade-desde-as-intenções, porque de outro modo pode começar igual
(como as casas do ex-BNH, Banco Nacional da Habitação) e avançar rapidamente
para as diferenciações.
Seria o caso de todos vestirem as
roupas de Mao Zedong (Mao Tse Tung)? De modo nenhum: vimos que depois dele ter
morrido em 1976, e em 1986 instalarem o Caminho de Duas Vias (socialismo-capitalismo)
a China tornou-se hoje altamente diferenciada, tal se dando em pouco mais de 20
anos: deter o volume de quereres apenas represará para futuros desacertos.
PELA
DIALÉTICA, OBTÉM-SE O CONTRÁRIO DEPOIS DO ESTANCAMENTO
Um volume enorme de insatisfações é
aprisionado e quando se solta vira enxurrada, avalanche que sai destruindo tudo
pelo caminho.
O único modo de realmente controlar
é compreendendo.
Aqui entram os filósofos e os que
pensam mais e melhor.
O que nós queremos não é o fim das
desigualdades e sim daquela preocupação de colocar-se ACIMA dos demais.
Veja, se há um só presidente no
país, só um (ou uma) pode ocupar o cargo a cada quatro ou cinco ou sete anos,
conforme o país; tal pessoa vai ser naturalmente diferente das demais, porém
não precisa ostentar tal diferença como se fosse superioridade.
DUAS
DESIGUALDADES
desigualdade
|
“desigualdade”
|
boa = LIBERDADE, amor
|
má, desamor
|
mera diferença,
sem questionamento
|
superioridade, “queremismo”,
superafirmação do querer
|
Não podemos deter a desigualdade
boa, a simples diferença, porque ela é todo um lado da criação; o que é
desprezível é a necessidade de colocar-se em posição presumidamente superior - é
a vontade de hostilizar os demais que é detestável.
DUAS
LIBERDADES
(a boa) liberdade é a do amor, da
proximidade e do respeito
|
liberalismo, superafirmação da
liberdade (a liberdade ruim), queremismo
|
sadia
|
doente
|
Isso precisa ser des-construído
desde a base, desde o pré-primário enquanto socialização da criança e desde o
berço enquanto familiarização dela. Não se trata de os ricos deixarem de sê-lo,
mas de desconsiderarem a riqueza como superioridade.
O
AMOR VEM DE BERÇO
(porisso a boa família, a família amorosa deve ser re-valorizada)
1.
a
administração do amor já no berço: familiarização da criança;
2.
a
operação do amor-social embasador no jardim de infância e no pré-primário:
socialização da criança.
BUSCANDO
O MESMO CENTRO
(a chance de VER o universo e de ser feliz)
- As
pessoas podem e devem ser o que são (pois no círculo as setas têm diferentes
ângulos, todas com o sentido de exteriorização).
Os governos e as empresas devem
começar a legislar de outro modo, visando essa igualdade de base, a igualdade
boa, a liberdade boa que preserva as distinções; conservando o relevante, a
igualdade política, o respeito, a dignidade de todos e cada um.
Capítulo 6
Igualdade Demais
CENTENAS
DE MILHÕES DE CHINESES VESTINDO A MESMA ROUPA
MILHARES
DE CASAS E APARTAMENTOS IGUAIZINHOS (eram chamados de “casas de pombo”, nos “conjuntos do
BNH”)
(site biblioteca.ibge.gov.br)
Nem a decência de oferecer alguns
modelos à escolha alheia eles tiveram: como nas ditaduras ditas socialistas
ofereceram aqui o mesmo molde para empacotar a todos na mesmice.
Faltou consideração pelo próximo,
como ensinou Jesus sem ser ouvido (e falta ainda, pois o programa de Lula
“Minha Casa, Minha Vida” repete tudo).
No fim, apesar de ruim pela mesmice,
onde existiu, a desigualdade (boa) ocidental venceu a igualdade (ruim)
oriental. Onde a igualdade (ruim) oriental foi copiada pelo ocidente, nós nos
demos mal.
Capítulo 7
Igualitarismo
O igualitarismo, o mesmo
liberalismo, é a doença da igualdade, a superafirmação da igualdade, que é tão
ruim quanto o contrário, ou pior, porque o excesso de desigualdade ruim sempre
leva à opressão e à oposição, enquanto que a mentira obsessiva da igualdade
(como no pseudo-comunismo soviético) sem sempre, pois as pessoas confiam e
continuam acreditando um largo tempo, como eu mesmo acreditei, para grande
vergonha minha. A mentira sempre é exposta, como disse Jesus de outro modo.
TUDO
IGUAL
- Se todas as melancias se tornassem cúbicas também ficaria chato
(site donluidi.wordpress.com)
Igualitarismo - a religião que o século XX
adotou
“Na majestosa galeria dos séculos que se foram, o
século atual vai figurar como ‘o igualitário’”.
O excesso de igualdade é igualmente
ruim.
O igualitarismo, a idéia de que nós
não podemos expressar nossas diferenças, é daninho e é o palco onde os
ditadores se instalam para ditar o modo de vestir, de caminhar, de gostar, de
apreciar Deus, de pesquisar (vide a genética de Lysenko na URSS) e tantas
outras.
O respeito pelos outros é o respeito pela
beleza dos outros,
e pela necessidade dos outros de ver a Beleza geral.
Não é à toa que as mesmices são
introduzidas nas ditaduras: os ditadores temem o riso (como viu Umberto Eco e
antes dele Aristóteles) e temem a diversidade (seja cultural ou qualquer outra)
porque a diversidade introduz novos pensamentos; o riso nada mais é que a
explicitação das incoerências e ele também vem de pensar. Os ditadores temem o
pensamento (e as escolas de pensamento, as escola de filosofia; bem como os
magos e todos os que introduzem diferenças) PORQUE o pensamento leva ao
diferente, ao respeito pela liberdade boa, a vida.
Por conseguinte, a diversidade é uma
espécie de defesa contra a ditadura. E a introdução forçada da anti-diversidade
é sintoma seguro da queda progressiva na tirania. A diversidade, que traz a
chance de beleza, é uma defesa, e a Beleza geral em si é uma grande defesa.
Capítulo 8
Beleza
UM
ÍNDICE DAS BELEZAS
(conforme o modelo)
1.
belezas
físico-químicas;
2.
belezas
biológicas-p.2:
2.1.
dos
fungos;
2.2.
das plantas;
2.3.
dos
animais;
2.4.
dos
primatas;
3.
belezas
psicológicas-p.3: TEMOS
ACESSO ATÉ AQUI
4.
belezas
informacionais-p.4;
5.
belezas
cosmológicas-p.5;
6.
belezas
dialógicas-p.6.
Como já vimos, as duas condições de
gozarmos a presença da beleza são estas (valeria a pena discutir profundamente
num livro maior, mas não tenho tempo para tal):
a)
condição
interna: a liberdade (a pessoa BEM-QUERER, desejar ver respeitando a liberdade
alheia), o amor;
b)
condição
externa: desigualdade (diversidade, a oferta de beleza).
O
APONTAMENTO DA DESIGUALDADE
(desigualdade boa, diversidade; na verdade, o mundo é festa da diversidade)
- Pense:
e se as moedas fossem todas iguais, não apenas num país como em todos, isso nos
tornaria mais ou menos livres?
- A
busca da suplantação, em si, não é ruim; o que é ruim é diminuir os outros.
- Compare o campo com as cidades.
- Que horror, se as mulheres fossem todas iguais.
Enfim, nossas mentes precisam
DESESPERADAMENTE da diversidade, da desigualdade (boa): sem ela adoeceríamos e
morreríamos de inanição mental.
Resumindo, tanto deve haver beleza
externa (diversidade e harmonia das construções) quanto a CONDIÇÃO DE
OBSERVAÇÃO, a liberdade interna, aquela que dá à pessoa o sentimento de
liberdade do observar: isto pode se dar em qualquer lugar, com qualquer tipo de
vida, em qualquer classe, em toda idade, qualquer que seja a raça e a situação
política. Entrementes, seria melhor se a pessoa pudesse contar AMBIENTALMENTE
em seu entorno com as CONDIÇÕES DE LIBERDADE, as garantias institucionais.
Capítulo 9
Superbeleza
Evidentemente a beleza é um ESTADO
DE HARMONIA: de harmonia externa (a beleza enquanto potência ambiental) e de harmonia
interna, do sentidinterpretador corpomental, externinterno.
QUANDO
PERGUNTAMOS POR BELEZA NO GOOGLE
(há uma fixação pela beleza feminina, como se ela fosse a única, e sempre na
mesma faixa de idade, a da resposta sexual; ou nos salões de beleza, que compõem
ou constroem máscaras faciais).
O que é a beleza?
Não cabe aqui discutir os critérios
todos, mas podemos simplificar para o foco, dizendo que é o encontro da oferta
com a procura: do potencial exterior com o potencial interior. Dizendo de outro
modo, a beleza é exponencial em sua percepção, ela pode ser aprendida (e
compartilhada pela educação). Não é verdade que gosto não se discuta; de fato,
todo desfile de moda é discussão do gosto, é rejeição do gosto corrente, que
ali estão propondo substituir pela futura moda como dominância. É uma luta,
como todas as outras, só que se dando num ringue elegante, a passarela da moda:
ali os estilistas estão tentando derrotar todas as outras afirmações de métrica
de beleza.
O
BOXE DA MODA
(não parece, mas é luta pela sobrevivência do artista mais apto, é guerra como todas
as outras; neste caso pela imposição das indicações a respeito da “beleza da
estação”: são quatro guerras por ano e dão-se em muitos países-guias).
A beleza também provoca guerras e,
se existisse, a superbeleza provocaria superguerras: se Deus viesse à Terra as
pessoas se alinhariam automaticamente entre os que têm Deus e os que não têm
Deus, criando então uma superguerra.
As guerras religiosas são isso, elas
acontecem entre os que acham que têm Deus e os outros, os que aqueles acham que
não têm Deus (estes são chamados in-fiéis, os que não sabem ser fiéis).
Entretanto, a superafirmação da
beleza, a beleza por si mesma também é índice de opressão. A polarização na
beleza é índice de desvio, é indicação de que as coisas foram levadas muito no
sentido da direita, do direitismo, do liberalismo, do superaproveitamento do
mundo por poucos (que, como já vimos, gera como subproduto o queremismo, o
adoecimento do querer).
CONCENTRAÇÃO
DA BELEZA NAS MÃOS DE POUCOS
(50 % para 2 %, relação de 100/4; enquanto do outro lado a relação é de 50 %
para 98 %, 100/196 ~ relação 1/2 – lá, um pode pretender 25, enquanto aqui um
pode pretender metade, ½; e, mesmo assim, esse segundo segmento compreende
relações MUITO MAIS perversas)
Apenas
2 % detêm mais da metade das riquezas mundial, diz ONU
05 de dezembro de 2006
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Capítulo 10
Com-ciência
A desigualdade também é bela.
É quando ela é superafirmada que é
feia, porque é do lado do ódio, de Tanatos, do querer-ruim que traz morte e não
vida.
Se a desigualdade é uma questão de
grau, ela pode ser estudada e resolvida pela tecnociência e os demais
conhecimentos (magia-arte, teologia-religião, filosofia-ideologia,
ciência-técnica e matemática). É assunto que pode ser investigado &
desenvolvido, é objeto de consciência, não é só sentimental.
Se de um lado está a desigualdade
boa, a diversidade a respeitar, o amor, o querer-bem, e do outro está a
desigualdade ruim, a opressão, o querer-ruim, o ódio, ENTÃO o par polar
constitui objeto de lógica e pode ser desvendado.
Pode ser problematizado, e pode ser
resolvido.
Não é inalcançável.
Esta é uma notícia e tanto.
Vitória, sexta-feira, 1º
de maio de 2009 (dia do trabalho).
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