Como na época da expansão dos
telefones celulares (quando nem se chamavam apenas celulares) no Brasil,
começando em 1994 com quatro mil deles e chegando 18 anos depois a 240 milhões,
multiplicação por 60 mil, uma das mais espantosas taxas de expansão de todos os
tempos em todos os lugares, também as cabines grandes e pequenas de
teletransporte, das simples às sofisticadas, prosperaram enormemente e lá pelo
50º ano do aparecimento das primeiras elas passaram a existir em todos os lugares,
de residências da classe média e médio-baixa, pobre, a aeroportos, portos,
rodoviárias e todo lugar mesmo.
Havia TT de passageiros e de cargas.
A nova forma de transporte não liquidou as antigas, com as quais convivia com
pouca ou muita tensão.
As pessoas abusavam, como abusaram
dos carros (veja o filme Os Deuses Devem Estar Loucos,
sul-africano, sobre a pessoa que pegava na garagem hermética automóvel para
levar carta à caixa do correio 100 metros adiante), de todo meio de transporte,
da mídia.
As contas de teletransporte vinham
altas.
- Amor, você que autorizou as
crianças a irem às casas dos vizinhos na PMTT (programáquina de
teletransporte)?
- Foi, por quê?
- Elas foram 200 vezes só este mês.
- 200?
- É, 200, na realidade 215.
- 215?
- Você vai ficar repetindo?
- Estou pasmado! Quando veio de
conta?
- 60 % dos nossos salários somados,
vamos ter de tirar da poupança, lá se foram nossas férias na Austrália, sem
falar que eles foram visitar os avós 50 vezes mês passado, nem te contei.
- Caramba, 60 vezes! Ninguém me fala
nada. Porisso papai e mamãe, seu pai e sua mãe me ligaram felizes da vida!
- 50. É, o motivo não contaram.
- Vou mandar retirar a máquina.
- Não faça isso, e nossas saídas?
- Ih, é mesmo. Podemos ir até a TT
pública.
- Tá doido, aquilo não funciona,
pedaços de nós irão parar em lugares diferentes.
- Ah, querida, aquilo foi uma vez só
e erro do condutor, do programador.
- É, vai lá...
- Então usamos a da companhia, a
CTT. Ficar em casa a máquina não fica, é abuso.
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