Comecei a pensar
nos medos que todos e cada um têm.
Pensei
demoradamente.
Já faz algum tempo
vi na agora chamada SundayTV a série FlashForward (como nos aparelhos
eletrônicos, avanço rápido, pois o enredo diz que todos na Terra avançaram seis
meses e viram o futuro por dois minutos e 17 segundos; é legal, eu recomendo,
embora negue algumas abordagens), sem nome em português.
Nela os personagens
criam um sítio de convergência das experiências chamado Mosaico, para o qual
cada qual manda suas lembranças dos supostos eventos, quer dizer, de suas
visões.
Pensei fazer o
mesmo e criei o Medos (já havia criado o Sonhos, para as pessoas dizerem se
os sonhos de uns se parecem com suas vidas ou de conhecidos – vocês se lembram
desse, a imprensa divulgou há uns 15 anos); choveram descrições. Pedi que cada
um fosse bastante atencioso, não falsificando, por se tratar de experiência
científica com apoio da Universidade. Foram, pelo que pudemos medir; de
qualquer modo meus amigos estatísticos providenciaram filtros que eliminam os
absurdos e ficamos com o núcleo. Com base nisso e na Internet, na telefonia
universal, na cooperação dos acadêmicos do mundo inteiro elaboramos mapas dos
países, formando vales e montanhas, picos e fossas, de modo que temos agora um
Atlas universal com o qual projetamos várias coisas.
Despontou que esses
medos remontam a muitos milhares de anos. É como estar vendo medos ancestrais,
de quando os CROM (cro-magnons) e os NEMAY (neandertais de Eva Mitocondrial e
Adão Y) andavam no planeta e até mais para trás ainda, foi como estar vendo a
vida sonhando, quer dizer, os medos não dizem respeito a nossos tempos, não são
medos civilizados, são medos remotos, muito primitivos mesmo.
Lembrei-me de um
filme no qual o ator ficava numa solução dentro de uma câmara, sem afundar,
sendo fechado ali e como um Buda em repouso regredia primeiro em memória e
depois fisicamente até os tempos mais antigos. Não sei o nome. Com nosso
levantamento foi mais ou menos assim, pudemos ir vendo a memória toda da
espécie humana, depois de antes de nós e de antes e de antes até o começo da
vida, medos tão antigos que não deveríamos lembrar, pois não há isso de memória
genética, não é mesmo?
Foi esquisito, mas
tudo documentado e muito controlado na Universidade, quem quiser pode acessar
os dados, desde que se candidate no departamento de Psicologia. Tem de falar
com o diretor e entrar na lista de espera. Melhor seria se falassem diretor a
diretor em vez de cada um ligar isoladamente, porque tumultua.
Aplicamos todos os
filtros, todos os algoritmos padrão, tudo dentro do método, as medidas de
proteção estão dadas em anexo com os desvios-padrão.
FOBIAS (não entre em
pânico, pois aí já seria chamado de medo pânico) – quem
tem, tem medo; como todo mundo tem, todo mundo tem medo.
Abissofobia – medo de abismos,
precipícios;
Ablepsifobia – medo de ficar cego; Ablutofobia – medo de tomar banho; Amatofobia – medo de poeiras; Batofobia – medo de profundidade; Botanofobia – medo de plantas; Brontofobia – medo de trovões e relâmpagos; Biofobia – medo da vida; Cinofobia – medo de cães; Copofobia – medo da fadiga; Corofobia – medo de dançar; Clinofobia – medo de ir para cama; Diabetofobia – medo de diabetes; Dipsofobia – medo de beber; Disabiliofobia – medo de se vestir na frente de alguém; Dromofobia – medo de cruzar ruas; Eisoptrofobia – medo de espelhos ou de se ver no espelho; Electrofobia – medo de eletricidade; Eleuterofobia – medo da liberdade; Equinofobia – medo de cavalos; Fagofobia – medo de engolir ou de comer; Falacrofobia – medo de tornar-se careca; Farmacofobia – medo de tomar remédios; Fobofobia – medo de fobias; Gamofobia – medo de casar; Gimnofobia – medo de nudez; Glossofobia – medo de falar ou tentar falar em publico; Gnosiofobia – medo do conhecimento; Globofobia – medo de bexigas; Hadefobia – medo do inverno; Hagiofobia – medo de santos ou coisas santas; Hidrofobia – medo de água; Hipsifobia – medo de altura; Iatrofobia – medo de ir ao médico; Ictiofobia – medo de peixe; Iofobia – medo de veneno; Insectofobia – medo de insectos; Katsaridafobia – medo de baratas; Lactofobia – medo de leite; Lilapsofobia – medo de furacões; Limnofobia – medo de lagos; Linonofobia – medo de cordas; Melanofobia – medo de cor preta; Melissofobia – medo de abelhas; Melofobia – medo ou ódio de música; Mictofobia – medo de escuridão; Nelofobia – medo de vidro; Neofarmafobia – medo de medicamentos novos; Neofobia – medo de qualquer coisa nova; Noctifobia – medo da noite; Oenofobia – medo de vinhos; Ofidiofobia – medo de cobras; Oclofobia – medo de multidão; Ocofobia – medo de veículos; Pirofobia – medo do fogo; Quimofobia – medo de ondas; Radiofobia – medo de radiação, raio-x; Somnifobia – medo de dormir; Termofobia – medo de calor; Uranofobia – medo do céu; Verbofobia – medo de palavras; Xenofobia – medo de estrangeiros ou estranhos; Zoofobia – medo de animais. |
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