Monday, July 15, 2013

Canecantes (da série Se Precisar Conto Outra Vez)


                        Não tem os “cadeirantes”, aqueles que necessitam de cadeiras (de rodas; na realidade é um nome horrível tentando evitar outro nome horrível, deficientes físicos)?
Então, esses eram os “canecantes”, os que necessitam de canecas e canecas de todo tipo, canecas de cerveja, canecas de vinho, canecas de chope, canecas de tudo. Depois que um inventou de estampar na camisa virou uma febre e os próprios bares, para incentivar o consumo, ofereciam canecas mais barato, as pessoas se reuniam em grupos, em tribos, alguns até chegaram a lutar feito gangues.


VAI TOMAR NO CANECO? (também surgiram as frases engraçadinhas para implicar com outrem, o que foi motivo de mais brigas ainda, pois os homens estão sempre puxando e as mulheres sempre empurrando briga, a falta do que fazer é fogo!)

                        Fica complicado, isso, é igual à roubalheira no Congresso e no governo executivo, se ninguém controlar fica complicado. O fato é que as divisões naturais que existem amortecidas dentro das pessoas passaram a aflorar, havia a “gente de cristal” que não se misturava, havia “gente arco-íris” com canecões muito “chegay”, apareciam os exagerados levando copos de liquidificador, os dos times que formavam gangues, os empresários que davam bolas e os fiscais que as pegavam se identificavam mutuamente com canecas em forma de bola, prostitutas, traficantes, todo tipo de gente. De repente, você entrava num bar e nem podia ficar, pois não havia ninguém da sua turma. Ou que tinha sido da sua turma, mas ganhara na loteria e já passara a empresário. Ou alguém que era eleito e passava a usar caneca com estampa de dólar. Os policiais se infiltravam para ver se alguma ilicitude era cometida e de vez em quando levavam alguém com caneco e tudo, botavam no caneco de alguém. A P2 vinha vestida de caneco civil.
Enfim, coisas que começam como brincadeira de repente podem ficar muito sérias, até que alguém enfrentou a polícia e escreveu numa camisa: “policial que quiser tomar no caneco, toma em casa”. Ah, pra quê?! A polícia baixou o cacete. A título de acabar com as gangues a polícia proibiu terminantemente.
Tomou?
Não sabe brincar...

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