Wednesday, July 03, 2013

A Beleza da Desigualdade (da série de Cartilhas n° 1)


Capítulo 1
Des-igualdade

A palavra “desigualdade” está tão carregada de negatividade que realmente poucos pensam nela, aplicando-a sempre naquele sentido adverso.

DESIGUALDADE (no dicionário Aurélio Século XXI)

[De desigual + -(i) dade.]
S. f.
 1.           Qualidade ou estado do que é desigual.
 2.           Astr. Termo secular (q. v.), periódico ou irregular, que representa o afastamento entre a primeira aproximação do valor de uma grandeza astronômica e o valor exato dessa grandeza.
 3.          Mat. Relação entre os membros de um conjunto, que envolve os sinais de "maior que" ou "menor que"; inequação.

Desigualdade paraláctica.  Astr.
 1.           Irregularidade no valor da longitude da Lua, resultante de a órbita ser excêntrica e deslocada em relação ao Sol, e que se traduz por variações na paralaxe da Lua na ordem de 1 segundo de arco. 

Leia isso que destaquei:

Qualidade ou estado do que é desigual.


“Des-igual” é o “o/igual”, o que não é igual, constituindo com este um par polar oposto-complementar com momento, girando ambos em círculos em volta de um eixo, como está exposto no yin/yang oriental:



Par de pólos que se opõem e se complementam.



Ciclo bem definido.


Assim, igual-desigual é meramente um par, fazendo um ciclo de crescimento-decrescimento.
Contudo, no longo curso dos 10.000 anos (ou 100 séculos) da humanidade a anti-liberdade foi tão frisada pelos aproveitadores, que desigual tornou-se um termo suspeito e desigualdade opróbrio, anátema, execração.

OS NOSSOS DOIS OLHOS (constituem um par polar esquerda-direita) – é preciso prestar atenção nisso, pois até o rosto indica a realidade. Eles são desiguais, invertidos simetricamente, e nem porisso nos servem menos.


OLHO ESQUERDO
CENTRO (só assim o indivíduo é verdadeiro; não existe ninguém só esquerda, ou só direita)
OLHO DIREITO



inviável
viável
inviável

Precisamos olhar melhor (com os dois olhos) e perceber melhor (com os dois narizes, os dois ouvidos, os dois lados da língua) para entender realmente a conjunção-de-pares enquanto terceiros, enquanto pares viáveis.
Esquerda e direita são dois motores independentes, que se hostilizam e nos sacrificam, ao passo que centro é onde devemos estar, a festa que devemos freqüentar com simplicidade, sem ostentação e soberba, mas também sem diminuição.
O que é desigualdade, então?
Criei o título para atrair sua atenção, porque as pessoas pensariam em geral que eu estaria apoiando a desigualdade ruim, o desfavor dos outros, e não é isso, nem de longe.
Pois a Rede Cognata trouxe soluções formidáveis.


Capítulo 2
Liberdade

EIS AS LIÇÕES DA REDE COGNATA (juntos, igualdade e desigualdade formam um par muito importante, chamado livre-arbítrio, livre-querer, de que todos gostam)

igualdade
des-igualdade = O/IGUALDADE

LIBERDADE
QUERER

(imaterial, dirigida aos conteúdos, contra as formas)

(material, dirigido aos objetos e às formas)
EGO
(GO)

PESSOAS

  1. indivíduos;
  2. famílias;
  3. grupos;
  4. empresas.
AMBIENTES

  1. cidades-municípios;
  2. estados;
  3. nações;
  4. mundo.

Quando a pessoa QUER - e vai para fora de si -, ela penetra no ambiente, renunciando então à liberdade implícita; renúncia esta que é, tal como Buda falou (a respeito dos desejos), a fonte de dor. Quanto mais quer, mais a pessoa se aliena, sai de si, mergulha n’outro, nos outros campos, no conjunto dos outros campos – que tendem a limitar, impedir o acesso à satisfação do desejo. Ao QUERER a pessoa renuncia implicitamente à liberdade de si.

OLHANDO DE NOVO UMA CASA QUALQUER

1.       as casas são diferentes umas das outras, mesmo minimamente;
2.       mesmo se semelhantes, as cores externas e internas mudam ao gosto dos moradores;
3.      casas ficam em quadras, que em geral têm quatro lados – portanto, colocam-se com a frente para o sol da manhã-leste, o sol da tarde-oeste, o norte ou o sul;
4.      se não são casas de conjunto, as esquadrias são diversas, assim como os batentes, as portas, os pisos, os tetos, as dimensões, o lugar da garagem e assim por diante;
5.      por baixo da pintura os tijolinhos ou as lajotas são diferentes em quantidade e em qualidade;
6.      a mobília é distinta;
7.       e por aí afora vai.

Onde quer que olhemos, lá está a desigualdade, aquilo que não é igual, a liberdade alheia.
Quando a pessoa QUER, não somente ela renuncia à liberdade sua como também mergulha nas liberdades alheias. Dizendo de outro modo, a si-liberdade esbarra nas muros das alheias-liberdades, que vieram de outros quereres; a pessoa adentra a DESIGUALDADE quando QUER.
E ela sai-de-si, ficando fora-de-si: ela se aliena ao querer.
E se aliena tanto mais quanto mais quer, isto é, quanto mais se apodera de objetos e de pessoas-coisificadas, pessoas que se tornam coisas, que se venderam de dois modos, como quem vende o corpo ou quem vende a mente.
Naturalmente Buda estava certo e sua fala é implicação direta da alienação dos povos e das elites, mais estas que aqueles, e denuncia a exploração DE SI na realização de todos esses desejos intensos de que nos dotamos. Buda estava denunciando implacavelmente a renúncia mundial à liberdade.


APONTANDO MAIS DESIGUALDADE

                     (retiradas dos sites andresempre2007.blogspot.com e mundodeflores.com, respectivamente )


Todas são diferentes e é justamente essa diferença de cor, de aspecto, de cheiro, de maciez e de tudo mais que nos agrada. Também temos – dizem – 30 milhões de espécies na Terra, uma das quais, a nossa, tem a caminho de 7,0 bilhões de espécimes em 1,75 bilhões de famílias em 2012 (quem admitiria que sua família fosse igual às demais?).
Empresas várias, cidades díspares, estados dessemelhantes e segue, ilimitadamente. De fato, olhando à nossa volta podemos ver que as coisas e os objetos, aparelhos, instrumentos e máquinas são amplamente desiguais. Na realidade, para onde quer que olhemos, é assim que é – multiplicam-se as formas não-iguais. O ser humano tem prazer em criar a diversidade. A mesmice é chata e é exatamente por isso que surgem os movimentos artísticos de todo gênero. O Bauhaus, movimento arquitetônico alemão da década dos 1920, foi exatamente um atentado revolucionário contra a chatice e a mesmice.
Contudo, ao promover a variedade (em si) e a variabilidade (em volta de si e a partir de si), ele também contaminou o mundo de novos quereres e, portanto, de falta de liberdade.
De fato, os santos-sábios e os iluminados são, dentre os seres humanos, os que mais perto estão do ideal de liberdade.
Nos grandes hipermercados existem – segundo afirmam – milhares de itens e em vez de nos preocuparmos com tal multiplicidade é exatamente isso que procuramos: grande número de ofertas.

AS GRANDES OFERTAS

- ofertas em supermercados
- oferta de logradouros em cidades
- ofertas de lugares para ir
- ofertas de empregos

Quando nós buscamos o querer-desigualdade e, porisso mesmo, a falta de liberdade, é Tanatos em nós que fala.

IDENTIFICANDO ENQUANTO CONCEITO

Eros
Tanatos
(princípio da vida) = LIBERDADE
princípio da morte (QUERER)

Então, devemos forçosamente ver que apesar de tudo, o amor deve ser classificado à direita, no lado da morte-Tanatos, pois ele é querer, ainda que querer-bem. Ora, todos temos idéia de que o AMOR, amor-maiúsculo, é bom; então, deve haver um querer-mal, o ódio.
REIDENTIFICANDO

Eros
Tanatos
VIDA = LIBERDADE
QUERER
querer-bem (amor)
querer-mal (ódio = QUERER)

O único modo de o amor-do-bem ser querer e ser liberdade é querer para os outros, é tirar de si para ser dos outros, é a doação, e não desejar se apossar do ambiente e das coisas, é apenas usar as coisas como se fosse uma ponte rumo ao depois, enquanto não vem a morte.
Quando vemos objetos, ruas, locais de turismo, empregos ou o que quer que seja, o conjunto das ofertas é agora MUITO grande, porque estamos além das PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos, empresas); já bem longe, adentrados nos AMBIENTES (cidades-municípios, estados, nações e mundo, neste caso em processo de globalização): tudo isso é diversidade.
Dificilmente as pessoas gostariam de voltar aos tempos antigos (a menos que enganadas pelo “romantismo” dos romances de cavalaria ocultadores dos desconfortos), quando havia menos diversidade e mais semelhança.
Esse ESTAR-NOS-AMBIENTES, vimos acima que é de dois modos: 1) o querer-bem, que é amor, que é doação de si, e 2) o querer-mal, que é desamor, que é ódio, que é apossamento dos outros através de objetos ou diretamente.
Aqui, particularmente, podemos parar um pouco para dizer que o ciúme, que é doentio, COISIFICA ou suprime o outro (daí a oportunidade da Lei Maria da Glória).
Quando os pretensos filósofos imaginam atualmente viver no passado, na ágora grega, onde circulavam os grandes filósofos de então, certamente colocavam-se no lugar dos patrícios, então 25 % ou menos e, excluídas as mulheres, 12,5 % de todos; menos as crianças, apenas 6,25 % do conjunto; tirados ainda os doentes e incapacitados, restavam bem poucos – ninguém quer olhar a chance de estar naqueles 75 % de escravos ou nos 95 % de silenciosos. Todo mundo se imagina um Napoleão nas “encarnações passadas” e não varredor de rua na Paris - miserável, podre, dos cortiços - de 1800.
Há 10 mil anos (Jericó, a primeira cidade, é de 11 mil anos), na Terra toda quase todos os seres humanos se pareciam, destoando muito pouco entre si, mas então já existia aquela outra desigualdade, aquela que confunde as pessoas: a falta de liberdade, a opressão, o querer-mal, o apossamento doentio. A desigualdade que permitia viver PARA DOAR LIBERDADE era boa, sempre foi e permanecerá sendo.
Então, qual é a desigualdade que nos aborrece?
A desigualdade de que as pessoas falam quando dizem “desigualdade” (as aspas postas indicam suspeita sobre o termo) é a desigualdade-política, a desigualdade-opressão, aquele que nos toma liberdade para dá-la a outrem e cujo tratamento é muito difícil. É a desigualdade, o querer-mal, que nos diminui para aumentar outrem.
Quando acontece a globalização, TUDO É GLOBALIZADO, inclusive o dicionário, e tudo passa a existir em excesso de oportunidades, tanto o lado bom quanto o lado ruim do dicionário. Neste caso, o lado ruim da desigualdade, a desigualdade-opressão, Tanatos, o querer-ruim também aumenta desproporcionalmente, podendo assumir proporções gargantuescas, desmedidas, indo muito mais longe na irracionalidade.
Quando se disse que “o preço da liberdade é a eterna vigilância” e se afirmou a globalização afirmou-se ao mesmo tempo VIGILÂNCIA ETERNA SOBRE ESPAÇO MUITO MAIOR, global.
A responsabilidade de lutar pela vida-liberdade ou querer-bom É MUITO MAIOR, pois ela foi dilatadíssima, sendo necessário preparar novos guerreiros da liberdade e do amor.

A GLOBALIZAÇÃO DAS OPORTUNIDADES (excesso de diversidades, excesso de liberdades, liberalismo, o contrário da liberdade, pois é seu adoecimento, aqui visto como excesso de palavras).

                                   (retirado do site comdosecerta.blogspot.com)


Os livros são bilhões, os quadros milhões, as músicas milhões, os filmes centenas de milhares e assim por diante: da falta passamos ao excesso.
A oferta de e-livros na Internet chega aos milhares (quase gratuitamente), assim como nas bancas; dos primeiros baixei 1,4 mil enquanto tive paciência e dos segundos comprei um DVD com 1,6 mil. Impossível ler, e nem é só pelo desconforto de ler em tela.

PINACOTECA, BIBLIOTECA, MUSEU, CINEMA (isso é falta?)
Existem milhões de quadros expostos em toda parte.
Mais livros do que se conseguiria ler em 100 vidas.
Quem conseguiria aproveitar tantas oportunidades?
Os cinemas se renovam.


Capítulo 3
Liberdade Demais

Na realidade nós não estamos sofrendo de falta de liberdade, mas de excesso: excesso de liberdade dos filhos, em razão da abrasadora tolerância dos pais e das mães; excesso de oportunidades de alimentação, o que leva a essa obesidade e morbidez horríveis; excesso de sexo levando à licenciosidade.
Do querer-bom, do amor passou-se ao querer-ruim, o ódio.

MORBIDEZ NO MUNDO (liberdade de comer em excesso, licenciosidade alimentar, autocomplacência e complacência quanto ao supergosto, o gosto exacerbado)

Número de obesos
no mundo é alarmante
A OBESIDADE
13/03/2006 - 15h37
Mundo tem 300 milhões de obesos e 170 milhões de crianças desnutridas
da Efe, em Genebra
Quantos brasileiros são obesos mórbidos?
alterar tamanho da fonte
diminuir tamanho da fonte
aumentar tamanho da fonte
Cerca de 609 mil ou 0,64% das pessoas com mais de 20 anos. Nos EUA a parcela é de 4,9%.

LICENCIOSIDADE

(ô). [Do lat. licentiosu.] Adj. 1. Zool. Que usa de excessiva licença; indisciplinado, desregrado. 2. Sensual, libidinoso; libertino. 3. Próprio de quem é licencioso. S. m. 4. Indivíduo licencioso. 

A LICENCIOSIDADE DO MUNDO

1.       excessiva licença; indisciplina, desregramento em tudo;
2.       excessiva sensualidade, mundo libidinoso, libertino;
3.      impropriedades pessoais e ambientais de todos que são licenciosos;
4.      pessoambientes libidinosas, depravadas, devassas, dissolutas.

Houve épocas em que a humanidade sofreu de falta de liberdade, mas não agora; nesta nossa época, nesta mudança de era estamos sofrendo de excesso de liberdade, com a licenciosidade campeando por toda parte. Saímos do amor, liberdade-comedida, para o excesso de liberdade, o liberalismo, a doença da liberdade que os juízes estão autorizando.

RECONDUZINDO

1.       a desigualdade é condição de percebermos o mundo e um dos dois elementos que permitem observar a beleza (é a CONDIÇÃO EXTERNA, enquanto a condição interna é a liberdade, o bom-amor);
2.       a “desigualdade” referida inconscientemente pelas pessoas em geral não é a diferença, mas a desigualdade-política, a opressão de uns pelos outros, que leva ao superquerer de uns e à falta para outros;
3.      não existe falta de liberdade em nosso mundo, existe excesso, e isso também é daninho;
4.      o excesso de liberdade levou à licenciosidade.

À custa de valorizarem o respeito devido aos diferentes (por exemplo, os deficientes físicos, os homossexuais, etc.) prejudicaram o direito das maiorias. Se as minorias são 2,5 % à esquerda (digamos, de homossexuais masculinos) e 2,5 % à direita (de homossexuais femininas), a relação desses 5 % com os 95 % restantes é de 5/95 = 1/19; mesmo juntando os simpatizantes de cada lado teríamos 10 % e, portanto, 10/90 = 1/9; quando é que um em 20 ou um em 10 é mais importante?
O fundamental é preservar as maiorias, não as minorias; estas vivem do favor do trabalho daquelas. Não é certo mudar de uma dominação a outra: daquela dos pais a esta dos filhos, daquela das mulheres a esta dos homens, daquela das maiorias a esta das minorias, daquela dos não-deficientes a esta dos deficientes; daquela dos heterossexuais a esta dos homossexuais; daquela dos brancos a esta dos negros.
Precisamos é acabar com TODAS as escravidões.
Não é o fato de que somos desiguais que é ruim, pois uns gostam do amarelo, enquanto outros gostam do vermelho; uns apreciam tomates e outros pepinos.
É o fato de que NÃO SOMOS IGUAIS POLITICAMENTE é que é ruim.
Precisamos voltar ao amor-bom.

EXISTIREM RICOS É DA CURVA DO SINO


Classe E
Classe D
Classe C
Classe B
Classe A
miseráveis
pobres
médios
médio-altos
ricos

Disse Jesus: “pobres sempre os tereis consigo”, é estatístico.
Os ricos zombarem dos demais é caso de polícia.
Como diz agora o povo, “cada qual no seu quadradinho”. É essa outra desigualdade, a desigualdade política que devemos combater.


Capítulo 4
Licenciosidade

A liberdade excessiva, o amor-ruim, o querer intenso de uns significará sempre a falta de liberdade de outros e esses outros acabarão sempre por acumular reclamações e, de um jeito ou de outro, derrotar os dominantes, quando então há caos revolucionário, destruição, tudo que já conhecemos.

A GANGORRA DA RESPONSABILIDADE GOVERNEMPRESARIAL (a soma zero do modelo significa governar os pares polares).

Dar a uns significará dar depois aos outros, em círculo.

Se a esquerda ficar muito tempo em cima a direita ficará insatisfeita...
... e se a direita permanecer para sempre no topo teremos guerra.
esquerda = Q = QUERER
direita = LEI = LIBERDADE
yin/yang (um pra cima e um pra baixo): 50/50

Queremismo é liberdade muito ruim, é querer em excesso (ainda por cima estimulado pela propaganda irresponsável).
Liberalismo é liberdade desbragada, desregrada, é aceitar toda liberdade pessoal como adequada ao coletivo, o que está longe de ser.

Qual é a “margem de segurança”?

INTRODUZINDO O MEDIADOR

QUEREMISMO
QUERER
LIVRE-QUERER
LIBERDADE
LIBERALISMO
2,5 % +
ADERENTES
90 % administráveis
2,5 % +
ADERENTES

Podemos pensar que o infinitésimo de diferença, que nos leva ao futuro e à sobrevivência, seja pequeno na relação 50/50 = 1,00000..., mas não sabemos quantos pontos, ou se são somente casas decimais para lá ou para cá.
Muita liberdade, liberalismo pode conduzir à licenciosidade, a essa concupiscência ou libidinagem atual; muita anti-liberdade pode ser opressiva e desgastante, levando aos choques de 30 anos atrás com a polícia.


Capítulo 5
Igualdade

Na Rede Cognata igualdade = LIBERDADE: o querer leva às distinções, e o não-querer à liberdade.
É fácil de ver que o querer distingue as pessoas, introduz diferenças, mas não é só isso que vem sendo buscado – as pessoas querem ser super-distintas e super-diferentes, em geral querendo posicionar-se acima e muito acima das demais, por causa da fraqueza moral, dos complexos de inferioridade: quem usa um carrão ou uma daquelas caminhonetes de cabine dupla, pneus grandes e frente agressiva quer sobrepor-se a todos e a cada um: essa não pode ser uma pessoa que confia em si.

CABEÇA E CARA DE TOURO, MAS UM ANÃOZINHO POR BAIXO (constituem como que enchimento para mentes pequenas) – como alguém disse e eles acreditam, “todos são iguais, mas uns são mais iguais que outros”. Gente com essas supermáquinas buscam a aprovação social.


                           Duas vagas e quase do tamanho de uma casa.
                                                                 (site g1.globo.com)

                   Tão grande, que uma pessoa precisa de escada ou helicóptero para chegar à cabine.
                                                         (site culturamix.com)


A Igualdade geral requer desde cedo essa igualdade-desde-as-intenções, porque de outro modo pode começar igual (como as casas do ex-BNH, Banco Nacional da Habitação) e avançar rapidamente para as diferenciações.
Seria o caso de todos vestirem as roupas de Mao Zedong (Mao Tse Tung)? De modo nenhum: vimos que depois dele ter morrido em 1976, e em 1986 instalarem o Caminho de Duas Vias (socialismo-capitalismo) a China tornou-se hoje altamente diferenciada, tal se dando em pouco mais de 20 anos: deter o volume de quereres apenas represará para futuros desacertos.

PELA DIALÉTICA, OBTÉM-SE O CONTRÁRIO DEPOIS DO ESTANCAMENTO

Um volume enorme de insatisfações é aprisionado e quando se solta vira enxurrada, avalanche que sai destruindo tudo pelo caminho.
O único modo de realmente controlar é compreendendo.
Aqui entram os filósofos e os que pensam mais e melhor.
O que nós queremos não é o fim das desigualdades e sim daquela preocupação de colocar-se ACIMA dos demais.
Veja, se há um só presidente no país, só um (ou uma) pode ocupar o cargo a cada quatro ou cinco ou sete anos, conforme o país; tal pessoa vai ser naturalmente diferente das demais, porém não precisa ostentar tal diferença como se fosse superioridade.

DUAS DESIGUALDADES

desigualdade
“desigualdade”
boa = LIBERDADE, amor
má, desamor
mera diferença,
sem questionamento
superioridade, “queremismo”, superafirmação do querer

Não podemos deter a desigualdade boa, a simples diferença, porque ela é todo um lado da criação; o que é desprezível é a necessidade de colocar-se em posição presumidamente superior - é a vontade de hostilizar os demais que é detestável.

DUAS LIBERDADES

(a boa) liberdade é a do amor, da proximidade e do respeito
liberalismo, superafirmação da liberdade (a liberdade ruim), queremismo
sadia
doente

Isso precisa ser des-construído desde a base, desde o pré-primário enquanto socialização da criança e desde o berço enquanto familiarização dela. Não se trata de os ricos deixarem de sê-lo, mas de desconsiderarem a riqueza como superioridade.

O AMOR VEM DE BERÇO (porisso a boa família, a família amorosa deve ser re-valorizada)

1.       a administração do amor já no berço: familiarização da criança;
2.       a operação do amor-social embasador no jardim de infância e no pré-primário: socialização da criança.

BUSCANDO O MESMO CENTRO (a chance de VER o universo e de ser feliz)

- As pessoas podem e devem ser o que são (pois no círculo as setas têm diferentes ângulos, todas com o sentido de exteriorização).

Os governos e as empresas devem começar a legislar de outro modo, visando essa igualdade de base, a igualdade boa, a liberdade boa que preserva as distinções; conservando o relevante, a igualdade política, o respeito, a dignidade de todos e cada um.


Capítulo 6
Igualdade Demais

CENTENAS DE MILHÕES DE CHINESES VESTINDO A MESMA ROUPA

MILHARES DE CASAS E APARTAMENTOS IGUAIZINHOS (eram chamados de “casas de pombo”, nos “conjuntos do BNH”)

                                                 (site biblioteca.ibge.gov.br)


Nem a decência de oferecer alguns modelos à escolha alheia eles tiveram: como nas ditaduras ditas socialistas ofereceram aqui o mesmo molde para empacotar a todos na mesmice.
Faltou consideração pelo próximo, como ensinou Jesus sem ser ouvido (e falta ainda, pois o programa de Lula “Minha Casa, Minha Vida” repete tudo).
No fim, apesar de ruim pela mesmice, onde existiu, a desigualdade (boa) ocidental venceu a igualdade (ruim) oriental. Onde a igualdade (ruim) oriental foi copiada pelo ocidente, nós nos demos mal.


Capítulo 7
Igualitarismo

O igualitarismo, o mesmo liberalismo, é a doença da igualdade, a superafirmação da igualdade, que é tão ruim quanto o contrário, ou pior, porque o excesso de desigualdade ruim sempre leva à opressão e à oposição, enquanto que a mentira obsessiva da igualdade (como no pseudo-comunismo soviético) sem sempre, pois as pessoas confiam e continuam acreditando um largo tempo, como eu mesmo acreditei, para grande vergonha minha. A mentira sempre é exposta, como disse Jesus de outro modo.

TUDO IGUAL

- Se todas as melancias se tornassem cúbicas também ficaria chato

                                    (site donluidi.wordpress.com) 



Igualitarismo - a religião que o século XX adotou 

“Na majestosa galeria dos séculos que se foram, o século atual vai figurar como ‘o igualitário’”.



O excesso de igualdade é igualmente ruim.
O igualitarismo, a idéia de que nós não podemos expressar nossas diferenças, é daninho e é o palco onde os ditadores se instalam para ditar o modo de vestir, de caminhar, de gostar, de apreciar Deus, de pesquisar (vide a genética de Lysenko na URSS) e tantas outras.
O respeito pelos outros é o respeito pela beleza dos outros, e pela necessidade dos outros de ver a Beleza geral.
Não é à toa que as mesmices são introduzidas nas ditaduras: os ditadores temem o riso (como viu Umberto Eco e antes dele Aristóteles) e temem a diversidade (seja cultural ou qualquer outra) porque a diversidade introduz novos pensamentos; o riso nada mais é que a explicitação das incoerências e ele também vem de pensar. Os ditadores temem o pensamento (e as escolas de pensamento, as escola de filosofia; bem como os magos e todos os que introduzem diferenças) PORQUE o pensamento leva ao diferente, ao respeito pela liberdade boa, a vida.
Por conseguinte, a diversidade é uma espécie de defesa contra a ditadura. E a introdução forçada da anti-diversidade é sintoma seguro da queda progressiva na tirania. A diversidade, que traz a chance de beleza, é uma defesa, e a Beleza geral em si é uma grande defesa.


Capítulo 8
Beleza

UM ÍNDICE DAS BELEZAS (conforme o modelo)

1.       belezas físico-químicas;

2.       belezas biológicas-p.2:
2.1.                     dos fungos;
2.2.                    das plantas;
2.3.             dos animais;
2.4.            dos primatas;

3.      belezas psicológicas-p.3:                              TEMOS ACESSO ATÉ AQUI   

4.      belezas informacionais-p.4;

5.      belezas cosmológicas-p.5;

6.      belezas dialógicas-p.6.

Como já vimos, as duas condições de gozarmos a presença da beleza são estas (valeria a pena discutir profundamente num livro maior, mas não tenho tempo para tal):

a)     condição interna: a liberdade (a pessoa BEM-QUERER, desejar ver respeitando a liberdade alheia), o amor;
b)     condição externa: desigualdade (diversidade, a oferta de beleza).

O APONTAMENTO DA DESIGUALDADE (desigualdade boa, diversidade; na verdade, o mundo é festa da diversidade)

Pense: e se as moedas fossem todas iguais, não apenas num país como em todos, isso nos tornaria mais ou menos livres?
A busca da suplantação, em si, não é ruim; o que é ruim é diminuir os outros.
Compare o campo com as cidades.
Que horror, se as mulheres fossem todas iguais.

Enfim, nossas mentes precisam DESESPERADAMENTE da diversidade, da desigualdade (boa): sem ela adoeceríamos e morreríamos de inanição mental.
Resumindo, tanto deve haver beleza externa (diversidade e harmonia das construções) quanto a CONDIÇÃO DE OBSERVAÇÃO, a liberdade interna, aquela que dá à pessoa o sentimento de liberdade do observar: isto pode se dar em qualquer lugar, com qualquer tipo de vida, em qualquer classe, em toda idade, qualquer que seja a raça e a situação política. Entrementes, seria melhor se a pessoa pudesse contar AMBIENTALMENTE em seu entorno com as CONDIÇÕES DE LIBERDADE, as garantias institucionais.


Capítulo 9
Superbeleza

Evidentemente a beleza é um ESTADO DE HARMONIA: de harmonia externa (a beleza enquanto potência ambiental) e de harmonia interna, do sentidinterpretador corpomental, externinterno.

QUANDO PERGUNTAMOS POR BELEZA NO GOOGLE (há uma fixação pela beleza feminina, como se ela fosse a única, e sempre na mesma faixa de idade, a da resposta sexual; ou nos salões de beleza, que compõem ou constroem máscaras faciais).

O que é a beleza?
Não cabe aqui discutir os critérios todos, mas podemos simplificar para o foco, dizendo que é o encontro da oferta com a procura: do potencial exterior com o potencial interior. Dizendo de outro modo, a beleza é exponencial em sua percepção, ela pode ser aprendida (e compartilhada pela educação). Não é verdade que gosto não se discuta; de fato, todo desfile de moda é discussão do gosto, é rejeição do gosto corrente, que ali estão propondo substituir pela futura moda como dominância. É uma luta, como todas as outras, só que se dando num ringue elegante, a passarela da moda: ali os estilistas estão tentando derrotar todas as outras afirmações de métrica de beleza.

O BOXE DA MODA (não parece, mas é luta pela sobrevivência do artista mais apto, é guerra como todas as outras; neste caso pela imposição das indicações a respeito da “beleza da estação”: são quatro guerras por ano e dão-se em muitos países-guias).

A beleza também provoca guerras e, se existisse, a superbeleza provocaria superguerras: se Deus viesse à Terra as pessoas se alinhariam automaticamente entre os que têm Deus e os que não têm Deus, criando então uma superguerra.
As guerras religiosas são isso, elas acontecem entre os que acham que têm Deus e os outros, os que aqueles acham que não têm Deus (estes são chamados in-fiéis, os que não sabem ser fiéis).
Entretanto, a superafirmação da beleza, a beleza por si mesma também é índice de opressão. A polarização na beleza é índice de desvio, é indicação de que as coisas foram levadas muito no sentido da direita, do direitismo, do liberalismo, do superaproveitamento do mundo por poucos (que, como já vimos, gera como subproduto o queremismo, o adoecimento do querer).

CONCENTRAÇÃO DA BELEZA NAS MÃOS DE POUCOS 
(50 % para 2 %, relação de 100/4; enquanto do outro lado a relação é de 50 % para 98 %, 100/196 ~ relação 1/2 – lá, um pode pretender 25, enquanto aqui um pode pretender metade, ½; e, mesmo assim, esse segundo segmento compreende relações MUITO MAIS perversas)

Apenas 2 % detêm mais da metade das riquezas mundial, diz ONU

05 de dezembro de 2006



Capítulo 10
Com-ciência

A desigualdade também é bela.
É quando ela é superafirmada que é feia, porque é do lado do ódio, de Tanatos, do querer-ruim que traz morte e não vida.
Se a desigualdade é uma questão de grau, ela pode ser estudada e resolvida pela tecnociência e os demais conhecimentos (magia-arte, teologia-religião, filosofia-ideologia, ciência-técnica e matemática). É assunto que pode ser investigado & desenvolvido, é objeto de consciência, não é só sentimental.
Se de um lado está a desigualdade boa, a diversidade a respeitar, o amor, o querer-bem, e do outro está a desigualdade ruim, a opressão, o querer-ruim, o ódio, ENTÃO o par polar constitui objeto de lógica e pode ser desvendado.
Pode ser problematizado, e pode ser resolvido.
Não é inalcançável.
Esta é uma notícia e tanto.


Vitória, sexta-feira, 1º de maio de 2009 (dia do trabalho).

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