A Fábrica de Competenciômetros
Competenciômetros,
medidores de competências.
Imagine se
houvesse um aparelho-programa desse tipo, um programáquina com o qual você
pudesse tocar na pessoa ou, melhor ainda, de longe enviasse um raio laser que
tocando a PESSOA (indivíduo, família, grupo, empresa) ou AMBIENTE
(cidade-município, estado, nação, mundo) pudesse, ao retornar, dar qualificação
percentual ou relativa do serviço (segundo métrica autorizada, como aferida
pelo INPM Instituto Nacional de Pesos e Medidas ou – desde 1973 - pelo INMETRO
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).
Digamos um
pedreiro que se apresentasse e cobrasse 82 % de um valor padrão-hora, você
apontasse o CM e ele mostrasse 17 %, então você não seria garfado em 65 % pelo
audacioso. Claro, no Brasil isso ensejaria oficinas de desbloqueio, oficinas de
calibração autorizadas pelo governo (ou, mais baratas, de fundo de quintal),
venda de xinguelingues da China, CM made in Korea, CM americanos autênticos
made in Paraguay (la garantia soy jo).
Depois,
haveria as interposições judiciais contestatórias pelo CREA (Conselho Regional
de Engenharia e Arquitetura), o CRM (Conselho Regional de Medicina), o CRO
(Conselho Regional de Odontologia, dentistas que são médicos disfarçados) e
todos os CRQC (CR Qualquer Coisa), de modo que logo a fábrica seria fechada no
Espírito Santo e reaberta no sul da Bahia com incentivos fiscais.
No fim
resultaria que, se você pudesse obter um CM no mercado negro e pudesse usá-lo
às escondidas, as pessoas sobre as quais incidisse a investigação contestariam,
alegando que você estaria usando um CM falso ou descalibrado, recorreriam ao
PROCON e cobrariam o serviço a 205 % para cobrir o aborrecimento, as horas
paradas e a ofensa à reputação.
Vamos dizer
que pudesse ser implantada no país, a minha impressão é de que não funcionaria.
Causaria até comoção nacional, porque sujeitaria grande parte da população a
esforço de aprimoramento que nem cabe, quem quer isso? Pressão demasiada em
troca de quê?
Qual é essa
da competência?
Melhor não
trazer a tecnologia do estrangeiro, evitaremos pagar royalties de patente,
essas coisas não dão certo por aqui. Pagamos mais caro, mas em compensação a
gente vamos levando gato por lebre.
Serra,
segunda-feira, 22 de novembro de 2015.
GAVA.
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