Imensas Dádivas Recebidas
Claro, de
início fiquei revoltado, porque sendo a pessoa única que sou (gosto de fazer
essas brincadeiras, a pessoa pensa que é uma coisa, autoafirmação, e é outra:
como demonstrei repetidamente, TODOS SÃO ÚNICOS, não existe em todo o
pluriverso, em todos os universos que existiram, que existem, que existirão um
ser que seja igual a outro) e filho de Deus (todos se reclamam assim, “também
sou filho de Deus”, quer dizer, também mereço – na realidade, tirando Jesus que
foi direto e Adão que foi indireto, formado do “barro da Terra”, somos filhos
da Natureza, porém indiretamente viemos dos possíveis de Deus).
O QUE RECEBI E OS VENENOS QUE NÃO TOMEI
DÁDIVAS.
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SIGNIFICADO.
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VENENOS EVITADOS (da
evidenciação, quando empurrada, e quando a pessoa se joga auto evidenciação).
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Feiura.
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Até os
amigos fazem questão de dizer, eu ficava irritado, porque há mais coisas em
que pensar – agora é libertação da prisão dos enfeites e dos embelezamentos.
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Beleza.
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Incognicidade.
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Posso
andar de calção ou de sunga no balneário, de havaianas, de camisa de malha,
ninguém pede autógrafo.
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Fama.
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Simplicidade.
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Quer coisa
melhor que ser igual? Nem acima nem abaixo, nem mandar nem ser mandado, isso
é liberdade.
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Poder.
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Pobreza.
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Os oito
que me amaram não miraram os cifrões, nem os amigos, que são poucos.
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Riqueza.
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INEVIDÊNCIA (QUIETUDE).
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Sem
falsificação, sem a rede de mentiras, sem sobrepujamento, sem ares de
nobreza.
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EVIDÊNCIA (ORGULHO).
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Eu não
queria evidência, queria ser aceito: isso não fui, fiquei aborrecidíssimo de
início, rejeição é grande trauma – depois pensei que era perfeito, ser aceito
por todos é ser como vaselina, significa não ter atritos e que você não está
criando nada, está sendo usado como lubrificante. Contudo, agora desejo (meus
filhos também) trabalhar para dar conforto às criaturinhas todas da Vida nos
santuários.
Aos 61
concluí que Deus me ama, porque tirou de mim tudo que não me levaria a ele,
tudo que iria fazer com que eu inchasse e com que eu não coubesse.
Aceitei de
bom grado.
Serra,
quarta-feira, 25 de novembro de 2015.
GAVA.
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