Saturday, June 11, 2016


Reduzindo Deus

 

No livro de Christian Jacq, A Viagem Iniciática (ou, Os 33 graus da sabedoria), Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2014 (original francês de 1986), ele coloca a citação de Hermann Hesse na página 7: “Deus não é uma mistura, ele é Uno. Nós somos mutantes, um devir, somos um conjunto de possibilidades, para nós não há perfeição, não há ser absoluto. Mas quando passados do poder ao ato, da possibilidade à realização, temos uma parte de ser verdadeiro, ficamos a um passo do divino e da perfeição. Realizar-se é isso”.

Antigamente, antes das visões recentes, eu teria aplaudido, julgando o Hesse superior pelas passagens dele em vários livros.

AS VISÕES RECENTES (tirado de Degeneração Natural e modificado)

DEUS
DiN
NATUREZA
História.
GH.
Geografia.
Passado.
Presente periclitante.
Futuro.
Mapa completo.
Destruição criativa.
Desconstrução.
Início.
Finício.
Fim.
DICIONÁRIO DO BEM.
BEMAL.
DICIONÁRIO DO MAL.
POSSÍVEIS.
PRATICÁVEIS.
PROVÁVEIS.

E TIRADO DE MAIS FUTURO DO QUE JAMAIS HOUVE

DEUS
i
NATUREZA
Bem
Na Natureza jamais conseguiremos espelhar fielmente os moldes que há em Deus, mas Deus continua lá, impávido colosso.
Males.
Não-Finito.
Finitos.
Perfeito.
Imperfeitos.
Negentropia.
Entropia/caos.
Possíveis que não podemos atingir.
Montagem incompleta em relação aos possíveis.
O que imaginamos, o que mentalizamos.
O que podemos realmente realizar.
Conservação.
Decaimento.
O que permanece.
O que finda.
O elemento constante.
O elemento terminal.
Molde.
Criações, evoluções.
Integridade.
Ferrugem.
A Matemática conceitual, os limites projetados.
O material-energético-informacional.

COMENTANDO PONTO A PONTO

HESSE
COMENTÁRIOS
Deus não é uma mistura, ele é Uno.
Tal afirmação, reconciliando com os judeus, parece correta, mas já vimos que tanto Deus é um só quanto é, visto da racionalidade, três: NECESSARIAMENTE ambas as posições – queira ver Testamento.
Nós somos mutantes, um devir, somos um conjunto de possibilidades, para nós não há perfeição, não há ser absoluto.
Há ser absoluto, sim, como demonstrado em Prova DiN; de fato, o não-visível, o oculto, Deus, e Deus é o não-finito, o absoluto, A Verdade – enquanto a Natureza é o elemento não-subsistente, o que desaparece, o que finda.
Há um devir, um vir-a-ser, mas ele não é chamado escatológico do futuro, está posto como mecânica estáticadinâmica formestrutural no presente. Por termos sido expressados pela Natureza não somos mais as possibilidades que estavam em Deus, já acontecemos. É certo que para nós, racionais, como para tudo na Natureza, não só não há perfeição como nem pode haver.
Mas quando passados do poder ao ato, da possibilidade à realização, temos uma parte de ser verdadeiro, ficamos a um passo do divino e da perfeição.
NUNCA temos uma parte de ser verdadeiro, porque se fosse assim A Verdade se dividiria em inúmeras verdades antagônicas: embora A Verdade seja um círculo que nos extremos dos diâmetros mostra oposições, estas estão unidas, reencontradas como monopolos através do centro unitivo. Elas não estão realmente divididas, só parecem; assim, não podemos ter uma parte de A Verdade, o que fazemos são interpretações. NUNCA ficaremos a um passo do divino, porque a distância da Natureza - em qualquer ponto - até Deus é sempre não-finita, razão pela qual por nós mesmos jamais tocaremos a perfeição – só se i-Deus nos absorver a partir de i-Natureza perecível.
Realizar-se é isso.
Eis as razões porque os seres humanos jamais se realizam, fica sempre um vazio no estômago: só Deus pode preenche-lo.

Assim, Hesse (e Jacq) que, na visão menor, antiga, parecia respeitável, na realidade destoa tremendamente.

Nisso é que dão essas conspirações de-graus de maçons e outros, esse ocultismo malsão: parecendo falar de Deus, elas o reduzem (em imaginação, claro, pois Deus não pode ser reduzido e toda tentativa é desde sempre inútil, vã filosofia).

Serra, sábado, 15 de agosto de 2015.

GAVA.

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