Thursday, August 01, 2013

Era Uma Vez (da série Se Precisar Conto Outra Vez)


Digo “era” porque não é mais, morreu.
E o que é morrer?
Há a máquina, que é o corpo, inclusive cérebro, e existe o programa que é a mente; o programáquina é o corpomente, funciona tudo junto. Quando a pessoa morre há paralisação do programa e o corpo começa a deteriorar, todas as funções principiam a síncope mortal, a degeneração, o rompimento das ligações. O corpo, que é natural, continua funcional um infinitésimo depois, mas já não há programa, ele sumiu. Será que esse programa é captado por Deus, o outro elemento do par polar oposto-complementar i Deus-Natureza? Seria isso a alma? Esse intangível programa impresso é que é desligado? Que sei eu?
Também, isso tudo é digressão.
O fato é que os pais dela gostavam da atriz Uma Thurman e aproveitaram o UMA, juntando-o ao nome de família, VEZ, e ficou assim, Uma Vez. Conforme crescia as pessoas zombavam dela, as amigas principalmente e os amigos, antes destes ficarem adultos e isso ser esquecido em nome do sexo.
Uma Vez sofria. Quando iam começar os contos de fadas não podiam dizer “era uma vez...” na presença dela porque parecia zombaria.
Por quê pais e mães teimam em colocar esses nomes esdrúxulos? Será que não pensam nas conseqüências para os filhos? Os governos proibiram aqueles demasiados ruins do passado e aí passaram a fundir os nomes, como Valter e Regina (donde veio Valgina), Carlos e Cleide (Cabide), Mikejekson (Michael Jackson) e uma multidão dessas. Num momento de loucura, quando a criança não pode se defender, colocam um nome que vai acompanhá-la por 50, 60, 70, 80 anos. É duro.
E ninguém fez um livro a respeito.
É difícil o juiz autorizar mudar de nome, pois ele já foi cravado na memória social indelével. Como apagá-lo de todos os registros? O juizado tem razão, pois as pessoas poderiam fazer um monte de asneiras e depois meramente mudar de nome, apagando todos os apontamentos. Seria saída fácil demais.
Tudo depende de pais e mães e da liberdade que eles têm (deveriam renunciar a tomar a liberdade da criança) para firmar um destino. Deveriam fazer documentário mostrando tudo isso, investigando os danos causados a tantos no Brasil e no mundo. Penso que seria interessante. Quantos sofrem em razão disso? Pais e mães deveriam ter mais consideração.


Serra, segunda-feira, 16 de abril de 2012.
José Augusto Gava.


NOMES ESQUISITOS DE BRASILEIROS (o estrangeiro é muito maior e deve ser muito mais esquisito)




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