No país dos pais
corujas e das mães corujas ninguém via a realidade.
Chamavam os filhos
obesos de “fofos”, assim como Ronaldinho, depois Ronaldo, passou a ser chamado
de “Fofucho” (mistura de fofo com gorducho) quando engordou e ficou como uma pipa
de água, um barril pintado de amarelo, o apelidado “amarelo Ronaldinho” (de
quando ele amarelou na seleção).
Os ladrões eram
denominados “amigos do alheio”.
“Filho feio não tem
pai” era a pura verdade, pois não se via um filho feio, exceto os dos outros, a
família ampla à bessa que vivia rondando a bela nação; e quando a criação
deficiente em autoridade levou à degeneração criaram os Conselhos Tute/lares.
Ninguém era racista
nesse lugar, mas todos conheciam alguém que era; o jeito foi abrandar a lógica para
caber algumas distorções benignas.
Falava-se em “balas
perdidas” como se elas tivessem se extraviado e não sido disparadas por
meliantes e bandidos fardados autorizados, esquecendo-se de proibir as armas.
Não se falava nos
vende-pátria de antigamente, mas em “necessária desestatização”, que era no que
a privataria tucana se especializara, segundo alguns.
RETRATIRANDO DA RETA (RE-TRATOS DO
BRASIL)
MAIS DE 50 % DE
OBESOS
|
INUMERÁVEIS
AMIGOS DO ALHEIO
|
FILHOS FEIOS
|
RACISTAS
|
BALAS PERDIDAS
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VENDES-PÁTRIAS
|
LEI MARIA DA
PENHA NÃO COÍBE TUDO
|
INQUÉRITOS
PAPOMENTARES
|
IMPUNIDADE
|
SISTEMA TRANSCOL
|
Em lugar de
enfrentarem os que batem em mulheres, em crianças, em velhos, em animais
elaboraram (por iniciativa popular dela) a Lei Maria da Penha (ainda bem).
Os roubos eram
chamados de “desvios”, como se fossem inertes, e tratados à base de “inquéritos
parlamentares” que davam em nada.
O descaso com a
justiça era conhecido como “impunidade”.
A superlotação dos
ônibus era denominada “sistema” TRANSCOL (transporte coletivo no ES).
Era a i-nação.
Quem poderia fazer
um livro sobre isso tudo?
As corujas-machos e
as corujas-fêmeas viravam a cara. Faziam da escuridão seu habitat e os filhos
das corujas-amadas eram sempre lindos.
Serra,
segunda-feira, 16 de abril de 2012.
José Augusto Gava.
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