Com isso de
franqueamento (projetar um sistema de compra-e-venda com contabilidade, com
desenho padrão da loja e com treinamento do co-proprietário, do gerente e dos
funcionários) ao custo ao co-sócio de 4 % do faturamento, esse meu conhecido
pensou que as coisas do capeta (do mesmo jeito que o c* de bêbado) não tinham
dono.
Quer dizer, ninguém
assume, mas várias pessoas são demoníacas, partidárias mais ou menos ocultas do
Cão.
Então, ele decidiu
se aproveitar disso, passar a perna no próprio demo e enviar fitas-demo para
todo possível co-sócio, todo pretendente; claro que como aqueles e-mails chatos
e as antigas cartas propondo compra, a maioria, 97,5 % ou mais eram
descartadas. Se apenas 1/40 ou 2,5 % respondessem, ainda assim em 20 milhões de
famílias brasileiras (metade dos 40 milhões – para dar conta com zeros – de
todas) seriam 0,5 milhão ou 500 mil pretendentes.
De fato, há muita
gente demoníaca em toda parte, inclusive no Brasil. A gente vê as notícias nos
jornais, revistas, TV, e m toda parte.
Ele colocou o
sistema e foi de vento em popa.
Vários se
associaram e passaram a servir ao Coisa Ruim.
As coisas do Coisa
estavam se espalhando e vários, muitos mesmo entre os brasileiros seguiram esse
caminho dos produtos diabólicos, esquecendo-se do amor ao próximo. Alguns eram
tão ousados que diziam ser “do Bem”, como se de Deus fossem e não, como era
verdadeiro, se tivessem renunciado ao livre-arbítrio, ao livre-querer para
bandear-se ao “caminho largo”.
Por exemplo, as
Lojas do Ziza vendiam “vencer a qualquer custo”, “desvio de verbas”,
“envolvimento em esquema de corrupção”, “sonegação à farta”, “farinha pouca,
meu pirão primeiro”, “disfarça e pega”, “furação de olho”, “furar fila”,
“consumo desenfreado de drogas”, “música alta nos ônibus”, “espancamento de
animais”, “espancamento de mulheres” (aliás, essa variedade de espancamentos
tinha grande saída, produto vitorioso), “freqüentadores de rave” e tantos,
tantos produtos que nem sei contar direito. Muitos governantes do Executivo,
muitos juízes do Judiciário, muitos políticos do Legislativo, muitos
empresários eram clientes fiéis.
Ele estava
enriquecendo.
Vivia à farta,
viajava muito, era casado, mas traía a esposa, dava muitos presentes aos
amigos, a casa era imensa, muito dinheiro no banco, ações, investimento em
outras empresas, enfim, ficou riquíssimo.
E foi envelhecendo,
até ficar bem velho e morrer. Achou que ia pro céu, por ter enganado o Velho, mas
foi para o inferno, diretamente até o Trono do Diabo, que agradeceu o bom
trabalho e o espetou com o tridente sem nem piscar.
E o Brasil ficou
com todas essas coisas horríveis que há por aqui.
Eu era o anjo de
guarda dele, fiquei triste.
Serra, sexta-feira,
13 de abril de 2012.
José Augusto Gava.
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