Começou como
brincadeira.
Três amigos
decidiram mandar confeccionar um martelinho de ouro, bem pequeno, do tamanho de
uma falange de dedo. Penduraram no pescoço com uma corrente fina, mas
resistente. E andaram com aquilo por meses. Pessoas perguntaram, eles
desconversaram, pois não significava nada, mesmo.
Mais gente
perguntando, eles inventaram que era tipo Caveira e Ossos, um daqueles clubes
americanos universitários que acabaram protegendo um monte de empresários,
presidentes, juízes, políticos e vice-versa.
Quanto mais
escondiam mais atraentes se tornaram.
CLUBES DA ESCURIDÃO
(imagens de organizações secretas)
Para aceitar o
quarto membro dificultaram à bessa e imaginaram um ritual boboca qualquer, que
no quinto elemento se tornou mais bobo e mais atrativo, o sujeito saiu todo
feliz e passou a contribuir com uma quantia razoável, criaram um fundo e todo
mundo decidiu dar a quinta parte do que coube ao 5º. No sexto a coisa começou a
se firmar e do sétimo em diante até os originais estavam acreditando. Lá pelo
vigésimo tinha se espalhado e virado misticismo, todos acreditavam, inclusive
os inventores da porcaria.
Quando tinha 300
membros eles estavam arrecadando uma baba por mês, compraram um terreno e
começaram a construir a sede do Martelinho de Ouro na forma estilizada de
martelinho mesmo e pintada de amarelo elegante em amplo terreno de periferia.
Compraram os terrenos em volta e venderam aos membros, onde estes construíram
mansões inacreditáveis.
Já tinha se
espalhado no Brasil inteiro.
O Congresso votou
por uma investigação sobre a moralidade das operações financeiras, exigindo ver
a contabilidade, que nada tinha de errado. Isso chamou a atenção da imprensa
nacional e internacional. As instituições da mesma espécie emprestaram
solidariedade, exigiram de seus governos a permanência da democracia no Brasil.
Gente de todo tipo
da política, do juizado, do governo, empresários, artistas se candidataram, mas
95 % ou mais foram rejeitados; mesmo os 5 % aceitos eram muitos, agora já
milhares de martelinhos pendurados no pescoço. O medo de retaliação de tão
poderosa organização (agora tida como existindo há centenas de anos nos
bastidores) tornava intocáveis os usuários do cordão, fixado firmemente no
pescoço, não podendo ser tirado em nenhuma situação – nem os mais perigosos
bandidos ousavam tocá-los, mormente porque podiam sofrer desforras horríveis.
Então eles enviaram
representantes à Trilateral, ao Clube de Roma, ao Bilderberg, aos Grandes
Orientes e a todas as instituições irmãs.
Serra,
quarta-feira, 11 de abril de 2012.
José Augusto Gava.
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