Sunday, October 27, 2013

Avaliação Estratégica da Bandeira Elementar (da série Expresso 222..., Livro 1)


Avaliação Estratégica da Bandeira Elementar

 

                        Por Bandeira Elementar entendo uma bandeira como a do Brasil, posta em pé, com os vértices do losango representando o ar, a água, a terra/solo e o fogo/energia, tendo no centro como culminação a Vida-geral e no centro do centro a Vida-racional geral.

                        Posto isto, devemos perguntar-nos se os conjuntos pessoais (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e ambientais (municípios/cidades, estados, nações e mundo) estamos fazendo as fundamentais avaliações estratégicas ou estruturais dos “elementos”, quer dizer, ar, água, solo e energia, mais a vida e a vida-racional. Isso sem falar dos vértices da Bandeira, ou seja, das combinações possíveis dos elementares.

                        No estado do Espírito Santo, por exemplo, estamos?

                        Definitivamente, não, claro, nem seria de esperar.

                        Nem as empresas, nem os municípios/cidades, nem o estado, nem a presença local do governo federal, isolada ou coletivamente, estão preocupados com o andar da carruagem.

                        Até porque tínhamos a concepção de que Deus nos havia dado um mundo e que Ele mesmo cuidaria da manutenção, acontecesse o que acontecesse. Ou seja, sempre estaríamos a salvo, sempre apareceria uma solução de última hora para consertar nossas bobagens.

                        Deus pode ser Pai zeloso, mas certamente os filhos devem crescer e fazer a sua parte no negócio da Família.

                        Não investigamos nossa ÁGUA geral, não temos uma proposta para os horizontes de curtíssimo, curto, médio, longo e longuíssimo prazos. Em 10, 20, 40, 80, 160 e 320 anos, como viveremos? De onde virá a água de abastecimento das residências, das fábricas, dos escritórios, etc? Que será dos descendentes que colocamos no mundo? Na sofreguidão de cada um de “gozar a vida”, temos dilapidado os recursos.

                        Podemos abordar tais recursos de vários ângulos. Em termos polares, produção e organização. Sabemos que 97 % da água estão nos oceanos; do que resta a maior parte está congelada, e uma fraçãozinha está disponível nos rios, nos lagos, nos lençóis freáticos (as páleo-reservas, ou reservas fósseis). Felizmente o Espírito Santo e o Brasil não padecem os problemas graves a gravíssimos que estão levando às chamadas “guerras da água” pelo mundo afora, mas mesmo assim o governo estadual gaba-se de ter resolvido perspectivamente o problema “até 2016”, daqui a apenas 14 anos.

                        A dessalinização, que corresponderia à produção de água nova, ainda não está no nosso horizonte imediato, portanto podemos deixar a produção de lado e cuidar somente da conservação, que tem AÇÃO no nome, não é passiva coisa nenhuma. Não obstante, alguém já ouviu falar de alguma política de conservação no estado ou nos municípios/cidades ou nas empresas capixabas?

                        E nem falamos do ar, porque aqui olhamos só a emissão particulada, considerada poluição e eventualmente medida.

                        E as terras? Temos alguma avaliação concreta, substancial, palpável? E a energia? E a vida? E a vida-racional espírito-santense?

                        Seria preciso investigar município por município, cidade por cidade, o estado todo, os estados vizinhos, a política federal quanto a nós, a participação mundial, ver todas as soluções que estão sendo encontradas por aí. Lógico, a participação das empresas é fundamental, sem falar dos trabalhadores e suas representações. Criar um Fórum da Bandeira Elementar.

                        Os indivíduos, as famílias e os grupos também podem contribuir.

                        As escolas, as igrejas, as associações de bairro, cada um pode fazer a sua parte, aprendendo de quem sabe e ensinando a quem não sabe. Já passou da hora de enfrentar as questões, pois ainda não são problemas – mas serão, se não nos esforçarmos.

                        Como está o mundo, quanto a isso? Porque, fatalmente, se as pessoas não puderem definitivamente enfrentar os problemas em seus lugares de origem, razões humanitárias abrirão as fronteiras para imigração, tencionando os recursos internos, que são “sobrantes” em relação às dificuldades deles, que de lá ficarão olhando com ganância cada vez maior nossa fartura elementar. “De olho gordo” , como se diz, como já estão na Amazônia.

                        Que tipo de avaliações o ES procederá?

                        Que já tenha passado do prazo de começá-las nós todos sabemos.

                        Vitória, quarta-feira, 10 de abril de 2002.

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