Thursday, October 31, 2013

Gêmeos Idênticos (da série Expresso 222..., Livro 2)


Gêmeos Idênticos

 

                        O modelo diz que cada afirmação é e não é verdadeira, ao mesmo tempo. Existem gêmeos idênticos? Sim, e não. A questão é: onde?.

                        Por exemplo, são idênticos na medida em que ambos foram construídos com a mesma carga genética, que é biológica, relativa à Vida geral e à vida humana, em especial. Não são pelo fato de no plano psicológico não poderem ser.

                        Então, vamos investigar mais a fundo a questão.

                        Coloquei as naturezas como sendo seis, de N.0 a N.5, representando os planos Físico/Químico, Biológico/p.2, Psicológico/p.3, Informacional/p.4, Cosmológico/p.5 e Dialógico/p.6.

                        No plano Físico/Químico, para serem idênticos, deveriam sê-lo para todos os campartículas fundamentais e as subpartículas da Física, bem como os átomos e moléculas da Química.

                        No plano Biológico/p.2, para todos os replicadores (são vários, e não apenas o ADRN), as células, os órgãos e corpomente.

                        No plano Psicológico/p.2, para todas as pessoas (indivíduos, famílias, grupos, empresas) e ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo). É evidente que dois gêmeos vivem no mesmo mundo, não há outro, mas podem estar em nações diferentes, sem falar em estados e municípios/cidades – os ambientes diferem. Embora geralmente fiquem na mesma família, um pode ser adotado, ou ambos, por famílias diversas. E durante a vida podem pertencer a grupos e empresas várias.

                        Então, definitivamente não pode haver identidade absoluta, ponto a ponto, em nenhum dos planos.

                        De que identidade estão as pessoas falando?

                        De uma identidade relativa, conceitual, que não leva em conta precisamente as formas, só as estruturas de pensamento.

                        Relativa à semelhança biológica.

                        Os gêmeos biológicos podem ser uniovulados, de um óvulo, ou univitelinos, de um saco vitelino apenas, ditos “gêmeos idênticos”; ou biovulados, de dois óvulos, ou bivitelinos, ou “gêmeos germanos”, ou apenas gêmeos.

                        É uma identidade frouxa, esta. SE nós dizemos que a letra está contida no alfabeto, excetuadas as de A a Z, criamos uma contradição. É como perguntar se Deus pode fazer algo que Ele não pode desfazer.

Creio que foi a Santo Agostinho que perguntaram o que Deus estava fazendo antes de criar o mundo, e ele teria respondido que criando o inferno para pessoas que fazem perguntas como essa. Na realidade ele procurou escapulir (o que não é muito elegante, nem favorece o desenvolvimento racional humano, ao passo que enclausura o sentimento da humanidade), enquanto nós devemos enfrentar as dificuldades.

                        Uma definição ruim gera para/doxos (do grego, para, oposição, e doxa, razão – que se opõe à razão). Se isto é péssimo, de um lado, do outro é ótimo, caso as pessoas tenham cuidado de prosseguir a busca da solução, pois a soma é zero. Zenon colocou paradoxos que seu tempo não pôde resolver, o que acabou matando a pesquisa & desenvolvimento gregos – mas poderia perfeitamente tê-las disparado.

                        Se colocamos que é IDÊNTICO, total ou perfeitamente igual, e não semelhante, fica consignado que há um paralelismo integral, que, como vimos, não pode existir.

                        Eles são superficialmente iguais.

                        Se insistimos que são idênticos, descuidamos de olhar o ambiente, de que a pessoa é o outro lado, na soma zero 50/50. O papel do ambiente desaparece de cena. Ninguém atenta para o fato de que os ambientes físicos/químicos, biológicos/p.2 e psicológicos/p.3 acabam por promover diferenciação a partir do primeiro segundo de nascimento, ou mesmo antes.

                        Deixaremos de pensar.

                        É isso que uma definição ruim traz de comprometedor à razão.

                        Ela a obstrui, entrava, atravanca, oblitera, fecha, extingue.

                        O resultado pode ser extremamente daninho para a coletividade, a sociedade/civilização/cultura, todo o povelite/nação.

                        É PORISSO que as definições devem ser vigiadas.

                        Vitória, quinta-feira, 23 de maio de 2002.

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