Sunday, October 27, 2013

O Tempo Relativo (da série Expresso 222..., Livro 1)


O Tempo Relativo

 

                        Isaac Newton, matemático, físico, astrônomo e filósofo inglês (Woolsthorpe, Lincolnshire, 1642 – Hensington, 1727, 85 anos entre datas) afirmava que o tempo era absoluto, ao passo que Albert Einstein, físico alemão de origem judaica (Ulm, 1879 – Princeton, 1955, 76 anos entre datas) dizia o contrário, que era relativo. Como Einstein fez coisas tão  grandiosas quanto Newton, e é mais recente, diz-se que suas teorias englobam as do primeiro.

                        Ambos foram gênios portentosos, dignos de toda reverência humana, pois libertaram a humanidade um monte de crenças errôneas.

                        Mas qual está certo?

                        O modelo respondeu que ambos estão certos e ambos estão errados, ao mesmo tempo.

                        É que existem dois tempos.

                        Um, muito profundo, é o tempo absoluto de que fala Newton, tempo de referência de todos os outros que estão como que numa pirâmide infinitamente particionável colocada virada e  aberta para cima, o zero sendo esse absoluto, padrão de todos os demais. Chamei-o de HORIZONTE DE SIMULTANEIDADES, HS, ou propriedade temporal do universo.

                        O outro tempo é relativo às velocidades dos objetos, inclusive das pessoas, e compreende, portanto, infinitos relógios, todos referidos ao zero de que falei. Este é o tempo einsteniano.

                        Desse modo, não há conflito verdadeiro entre esses dois criadores poderosos, nem há necessidade que se afirme tal.

                        Tudo pulsa no ritmo de tempo verdadeiro, que é como que um pano de fundo do universo inteiro, uma métrica para tudo e todos. E há vários tempos DE ENVELHECIMENTO, digamos assim, que são os pulsos de todos os conjuntos; os que pulsam muito rápido envelhecem rápido também, enquanto os que aproveitam a vida lentamente morrem bem mais tarde, falando-se em termos humanos, à parte os acidentes. Os tempos relativos são, por assim dizer, RITMOS DE APROVEITAMENTO das trocas de informação-controle, o que acaba no nível absoluto com o paradoxo dos gêmeos (paradoxos são originados de definições ruins) e a dilatação do tempo, com o encurtamento das réguas, com toda essa coisa.

                        Como já falei inúmeras vezes, nós nos encontramos todos sobre o HS, horizonte de simultaneidades, e trocamos info-controle sobre ele, em primeiro lugar, sustentação de tudo, de todas as transferências. No nível superior, trocamos informações sem simultaneidades, tal como Einstein disse, e PARECE HAVER aqueles fenômenos descritos por ele. Pois se o tempo fosse realmente absoluto, teríamos vários tempos reais com que lidar e jamais conseguiríamos nos encontrar para as trocas, tudo pulsando a ritmos muito distintos.

                        É como uma árvore, em que as folhas relativas estão todas presas pelo mesmo tronco e pelas raízes absolutas. Senão, como cada folha explicaria a outra?

                        Então, as mensagens relativas são enviadas, desencontram-se no tempo relativo (pois nele não há simultaneidade), mas ficam amarradas no fundo pelo tempo absoluto.

                        Desse jeito pode reinar harmonia entre as criaturas humanas, se nós buscarmos mais fundo ainda uma explicação geral que considere ambos os pólos, e promova a valorização de ambos. Creio firmemente que há espaçotempo para gregos e troianos, árabes e judeus, paquistaneses e indianos, etc. É muito mais fácil adotar uma posição, firmar-se a ela e afastar os motivos para gostar do oposto/complementar. Não acredito que a vida possa fazer-se sem a variedade, sem a diversidade, sem a multiplicidade que dá esse bonito colorido a tudo.

                        Vitória, terça-feira, 15 de janeiro de 2002.

                  

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