Sunday, October 27, 2013

Máscaras Psicológicas Abertas e Fechadas (da série Expresso 222..., Livro 1)


Máscaras Psicológicas Abertas e Fechadas

 

                        Chamei os conjuntos psicológicos de pessoais (indivíduo, família, grupo e empresa) e ambientais (município/cidade, estado, nação e mundo), no todo pessoambientais.

                        Todos eles podem, em relação uns com os outros (indivíduos com indivíduos, indivíduos em seus grupos, etc.), desenvolver máscaras, memórias grupalizadas. Veja assim, se os indivíduos A e B estão conversando, eles trocam informações e controle/comunicação, do que devem guardar memória para a próxima vez que entabularem conversação ou diálogo, o sistema de trocas mediante o uso da linguagem de palavras e de sinais. Assim, o indivíduo A deve guardar memórias de todas as relações pessoais e ambientais. Por exemplo, as relações pessoais pAi, pAf, pAg e pAe, e as ambientais aAmc, aAe, aAn e aAm, e assim sucessivamente. E não apenas memórias, que são inteligências velhas, mas inteligências, que são as memórias novas geradas nos encontros. No subconjunto A (i), das relações com outros indivíduos, temos Ai (1), Ai (2), Ai (3),..., Ai (n), e assim por diante. Você pode perceber que são muitas, muitas máscaras, separações por vezes delicadas, modos de proceder e saudar, coisas ocultas e reveladas, níveis de confiança, etc., que tomam muito espaço de memória.

                        Mas essas máscaras todas são MÁSCARAS ABERTAS, como irei chamá-las, para diferençar de MÁSCARAS FECHADAS, condições patológicas ou de adoecimento dos conjuntos.

                        Nas máscaras abertas não há ocultamento daninho, e mesmo se há mentira isso não tem atrapalhado muito significativamente o caminho da humanidade. As mentiras até são um benefício darwiniano, levando à sobrevivência daquela parte da espécie que as emprega, por vezes compulsivamente. Ninguém deixa de casar e legar ao futuro sua carga genética por mentir, até pelo contrário, homens e mulheres mentem com grande freqüência e maestria em seus períodos de corte. A mentira geral tornou-se arte e técnica refinadíssimas, nos dias de hoje.

                        Acontece que as máscaras fechadas, esquizofrenia, paranóia e outras doenças, tornaram-se elemento cativo da confraria dos psicólogos, dos psicanalistas (dos ricos), dos psiquiatras (dos pobres).

                        Agora, no modelo, o espaçotempo é chamado de geo-história, ou geografia-história, e há quatro disciplinas na base piramidal: psicanálise (das figuras), psico-síntese (dos objetivos), economia/produção (dos objetos), sociologia/organização (da aproximação dos objetos). Como lidar com isso?

                        Pois bem, os cientistas não-psicólogos dizem que a Psicologia não é uma ciência por não estar ainda matematizada, por não comportar o trabalho equacional. E, se não podemos equacionar os problemas propriamente humanos, nesse nível de racionalidade, como os resolveremos?

                        Como era de esperar, a confraria fechou-se comportamentalmente num subdiálogo da língua, chamado “jargão psicanalítico”, inacessível aos que estão de fora. Não sendo uma ciência, a Psicologia passa remotamente por ser uma arte ou magia, portanto tratada sentimentalmente, subjetivamente, ao sabor das opiniões de uns e outros, e não demonstravelmente, por provas tiráveis no mundo inteiro, quer dizer, replicáveis nos moldes oferecidos.

                        Visando substituir essa demência relativa por uma aproximação justa e progressiva da Matemática, introduzi o conceito de cártulas ou cartuchos psicológicos (o que é uma outra história, fica para depois), que permitiriam montar as equações de trabalho.

                        E esse outro conceito separador, de máscaras abertas e fechadas.

                        Com elas podemos trabalhar com sinais e graduação, quer dizer, medidas, por meio de uma padronização psicológica, isto é, a criação de um padrão de aferição das personas, sejam elas pessoais ou ambientais.

                        Como a Psicologia vai indo, fica sendo um reduto de magos e necromantes, situados nalgum Olimpo indefinido, de onde eles ditam regras de comportamento aos demais seres humanos, tomados todos e cada um, exceto os que possuam a carteirinha de sócio olímpico, como um pouco tolos e fúteis, quando não portadores de esquisitices.

                        Vitória, sexta-feira, 12 de abril de 2002.

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