Thursday, October 31, 2013

No Ramo da Adubação (da série Expresso 222..., Livro 2)


No Ramo da Adubação

 

                        Em 1985 nossa família comprou um pedaço de terra (na verdade um areial) nas Cacimbas, no Degredo, distrito de Povoação, Linhares/ES. Coisa de 80 alqueires, 400 hectares, quatro milhões de m2, dois quilômetros de frente para o mar. A mata que existia lá foi derrubada antes de chegarmos, de forma que sobrou só a areia.

                        Meu irmão mais novo, Rogério, ia e vinha todo dia até plantar 10 mil coqueiros (os que existiam lá eram gaseificados naturalmente), de um projeto de 50 mil. Com a consorciação com maracujás nativos dulcíssimos e cajueiros, se fosse possível (não houve tempo de testar) eu imaginava que poderíamos chegar a obter no limite 7,5 milhões de dólares por ano. Na pior das condições, um terço disto.

                        Tudo isso foi perdido, e ficamos muito chateados.

                        Nos onze anos desde essa perda em 1991 muitas propriedades passaram a plantar os coqueiros, que podem ser de quatro tipos: amarelos (baianos) e verdes (gigantes, anões e anões gigantes). Virou uma espécie de febre no ES. Uma empresa de envasamento da água de coco surgiu, nos mesmos moldes que eu pensava, inclusive com a produção de mudas.

                        De modo que no ES e no restante do Brasil milhares de pessoas tomam água de coco, que é apenas um dos itens aproveitáveis, como fiquei sabendo nos estudos que fiz até elaborar um documento de umas quinze páginas. Dez ou mais anos, agora penso nisso, não deixaram de trabalhar por nós.

                        Do seguinte modo: os coqueiros, agora em quantidade muito maior, e no futuro ainda maior (até chegarmos às dimensões da do sudeste asiático, da Indonésia e do restante da Oceania), PRECISAM SER ADUBADOS.

                        Ora, eles são:

1.       de quatro tipos diferentes (4);

2.       plantáveis em todo tipo de terra (“n” composições);

3.      objetos de desejo econômico de pequenas, médias e grandes propriedades (3);

4.      para produção e para paisagismo (2).

Só esses índices já nos dão uma variedade imensa: 2 x n x 3 x 2 = 12n (“n” precisando ser identificado). Digamos que “n” seja 4 – daí teríamos quase 50 tipos diferentes de fórmulas de adubação. Que pode ser feita com materiais nobres (para os empenhados em produção industrial) ou pobres (para os que desejam produção familiar), quer dizer, com restos de todo tipo, desde os restos orgânicos das casas até outras soluções, no ramo próprio de aprendizado.

Olhe só que aqui podemos desenvolver o recolhimento desses restos, a preparação dos sacos (em díspares cores e números para os distintos tipos de adubo), a venda nas fazendas ou em lojas das cidades, com marca planejada para o franqueamento através do país.

Sacos de 50, 40, 30, 20, 10, 5, 2,5 e 1,0 quilograma. Aí já vamos a 400 tipos de embalagens.

Em seguida há as máquinas associáveis à adubação.

Mais adiante podemos voltar a comprar propriedades dedicadas à plantação, mas não presas à monocultura. E outras idéias.

Vitória, sexta-feira, 03 de maio de 2002.

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