Gurumbamba
Certo dia estava na Assembléia Legislativa do ES (ALES), que ainda funcionava na Cidade Alta em Vitória, quando o chamado Cabo Camata (Dejair Camata), então deputado estadual (depois foi eleito prefeito de Cariacica, morrendo em acidente no trânsito ainda no cargo; chegou a ser candidato a governador, veja só!) disse que em Sooretama, de onde era originário, tinham seus comparsas e ele amarrado um bandido em árvore e tocado fogo nele. Fiquei chocado, tanto porque era assassinato pelo coletivo quanto porque ninguém fez nada, apesar da confissão pública dele.
Ele foi apelidado Cabo Que Mata e dizia abertamente ser preciso usar “vara de gurumbumba” (que eu não conhecia então, daí o gurumbamba do título, bamba-em-gurumbumba) para bater nos bandidos.
DEJAIR CAMATA, O JUSTICEIRO DA GURUMBUMBA (deputado estadual, prefeito, candidato a governador, assassino confesso)
Foto: Fábio Vicentini
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Família de Cabo Camata condenada
Além disso, sete imóveis do ex-prefeito de Cariacica foram indisponibilizados
29/11/2011
Ednalva Andrade eandrade@redegazeta.com.br Onze anos após a morte do ex-prefeito de Cariacica Dejair Camata, o Cabo Camata, nove pessoas ligadas a ele, incluindo dois irmãos e uma cunhada, foram condenados a ressarcir R$ 8,8 milhões aos cofres municipais. Eles são acusados de se beneficiarem de atos de improbidade praticados por Cabo Camata, quando ele era prefeito da cidade. A sentença é do juiz da Vara da Fazenda Pública de Cariacica, Jorge Luiz Ramos, que ainda condenou os nove a pagarem multa de R$ 14.813 e tornou indisponíveis sete imóveis, localizados em Jaguaré (duas fazendas), São Mateus, Conceição da Barra e em cidades da Bahia. A ação foi proposta pelo Ministério Público Estadual (MPES), com base em auditoria do Tribunal de Contas Estadual, que aponta fraude em licitações e superfaturamento de R$ 244 mil em contrato para sonorização de evento fictício. Segundo o MPES, pessoas que prestavam serviços a Camata, como Reuber Malini e Marlúcia Malini; o servidor do município Cláudio Fernandes e a esposa Sueli Fernandes; Deosdete Sossai e Claudina Fardin Sossai foram beneficiados por Camata e adquiriram imóveis sem provar rendimentos compatíveis ou funcionaram como "testa de ferro" do ex-prefeito na compra de imóveis. Já os irmãos do ex-prefeito, Braz Antônio Camata e Manoel Arcanjo Camata, além da esposa deste Ana Gama Camata, foram condenados porque não possuem disponibilidade financeira para a aquisição dos imóveis registrados em seus nomes. "Nesse período em que houve um considerável acréscimo em sua renda, a partir de 1997, Braz pertencia ao quadro de funcionários municipais, configurando, nesse caso, sujeito ativo do ato de improbidade, o mesmo acontecendo com seu irmão, Manoel", destacou o juiz. A reportagem buscou contatos dos condenados, mas nenhum deles foi localizado. |
Tendo sido eleito duas vezes, certamente o povo o aprovava. Outro dia, passados 12 anos da morte dele em 2000, ouvi de trocador no ônibus que era preciso “nascer um Hitler” para sair matando os bandidos todos porque estes, com suas fichas imensas, eram presos e logo em seguida soltos (se o sistema de falsa justiça da burguesia capitalista não é eficaz através do juizado, isso é motivo para sair matando?).
OS POLICIAIS RECLAMAM (prende, solta, prende, solta)
Cheguei ao serviço, contei o caso e a moça disse: “sabe que precisa mesmo?” Em resumo, o Brasil é incompetente em todas as instâncias, daquelas das elites às do povo alucinado e selvagem.
O DESSERVIÇO DO CINEMA (Charles Bronson e outros atores e atrizes que emprestam suas faces e corpos à condenação prévia das pessoas): FILMES DE JUSTICEIROS (a propagação da condenação sem julgamento justo)
A enorme vergonha que passamos todos que se importam com os demais, com esses desatinos das elites e do povo, com todo esse disparate! Que embaraços sofremos todos que temos um mínimo de consciência da preciosidade de toda vida e racionalidade, toda consciência e sensação!
Fico profundamente desconcertado com a razão ou desrazão terrestre, humana.
Serra, sexta-feira, 19 de outubro de 2012.
José Augusto Gava.
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