PETI & Papo Longo (da série Conto N'Ato)

PETI & Papo Longo

Como sempre querendo imitar os americanos os brasileiros colocaram um programa do tipo do SETI (Search for Extra-Terrestrial Intelligence, Pesquisa de Inteligência Extra-Terrestre, PIET), o PETI que com essa mania de aproveitamento de garrafas PET foi feito com os tais plásticos, moldados na forma de grandes antenas que envergavam ao sol. Tinham de escutar de noite.

SETI

Viajantes interestelares.	Filme horrível sobre livro excelente.

O governo brasileiro (Executivo, Legislativo, Judiciário e empresários do colegiado de mando) investe pouco em tecnociência e Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática), vive parasitando o alheio e pagando altíssimos royalties em prejuízo da nacionalidade, porque não quer apoiar a maioridade do país, a verdadeira autonomia do pensamento e das posturas mundiais.

BAIXINVESTIMENTO EM TECÊ (TECNOCIÊNCIAS)

Antes de pensar os grandes, pensar os pequenos.	Brasil dormindo em berço esplêndido.

Persiste a crença de que os brasileiros são subalternos.

E, de qualquer modo, como dialogar com as estrelas? Elas são divas, vivem muito distantes.

CENTAURO (a parte de baixo é um cavalo e a parte de cima, que deveria pensar, é muito projetada, orgulhosa como são os que não sabem)

Antes de pensar o distante pensar o próximo.

As estrelas de lá estão a 4,5 anos-luz, significando que a luz (ou as ondas de rádio) leva 4,5 anos para ir e outro tanto para voltar. Se você dissesse “alô” agora só teria resposta em 9,0 anos e nesse ritmo - com uma palavra por segundo - um diálogo de uma hora (3.600 segundos) levaria 32.400 anos. Assim, quando esse programa PETI começou, para conversar a contento fora enviadas “logo de prima” 6,8 milhões de perguntas que mereceram nove anos depois as respostas com 17 milhões de novas perguntas, tudo levando a bilhões e bilhões.

Vá falar assim na casa do chapéu!

Não vou dizer que não foi bom, mas era fogo achar graça nos humoristas de lá (e eles deviam achar o mesmo dos nossos), sem falar na besteirada dos políticos Cavalo-Gente de lá (e o mesmo podemos dizer dos daqui).

Tudo isso está arquivado, você sabe, mas não aconselho a ir ler porque as culturas, quando vistas de fora, francamente!, são deploráveis. Só estando envolvido para gostar um pouco. Só sendo brasileiro para olhar para esses políticos daqui sem rir, sem gargalhar.

Serra, quinta-feira, 29 de novembro de 2012.

José Augusto Gava.