Os Estrangeiros que Conquistaram o Brasil
OS ESTRANGEIRISMOS QUE VIRARAM NACIONALISMOS (nós os defendemos como nossos à medida que os incorporamos à língua portuguesa – aliás, sem a anuência dos outros lusófonos; a nacionalização das palavras é prerrogativa do poder nacional)
1.001 ESTRANGEIRISMOS
Esses vocábulos que invadiram o Brasil são estrangeiros nacionalizados brasileiros e que ao adquiriram dupla cidadania nos servem fielmente.
Observe que só nesses, acima, foram 1.001 palavras cujas compreensões não alcançávamos ou nas quais não éramos particularmente felizes. E não apenas isso, quando a língua portuguesa aceitou no Brasil os acréscimos indígenas e africanos, depois os orientais, cresceu em todas aquelas compreensões milenares.
Antes, a língua já tinha aceitado em Portugal (até 1150 e o nascimento do país, quando era Condado Portucalense, e antes disso ainda para trás séculos e milênios) os neologismos gregos e romanos, nem tidos mais como tais. Mais cedo, quando inúmeras tribos se fundiram na Península Ibérica para formar os povos mais jovens, houve amálgama extraordinário.
ENFIM
1. fusão das tribos e nascimento primitivo do falar aglomerado;
2. acréscimos gregos e romanos iniciais e posteriores;
3. ao chegar ao Brasil, vocábulos indígenas, depois os dos africanos escravizados, tardiamente libertos;
4. os imigrantes árabes de antes;
5. línguas européias, como vindas da Europa;
6. misturas americanas (outros processos de composição e aceitação);
7. os orientais (japoneses primeiro, chineses, coreanos, hindus);
8. árabes imigrantes de agora;
9. vocábulos imigrantes de agora.
Em resumo, a língua portuguesa no Brasil aceita DE TUDO, inclusive vocábulos vindos das técnicas e das ciências em outras línguas. É fenômeno sumamente curioso, essa capacidade de aceitação dos brasileiros. Quase que absolutamente tudo, vindo de onde vier, sob que roupagem chegar, é aceito como pessoa ou como vocábulo.
É realmente extraordinário.
A língua é lógica e uma das cerebrações mais espantosas que existem. O fato de a maioria das pessoas não dar a mínima é outra coisa fantástica, enquanto revelação do ritmo da vida e da despreocupação dos que vivem em estado de riqueza sem sequer perceber.
Serra, quarta-feira, 21 de novembro de 2012.
José Augusto Gava.
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