Deslembranças
Porisso que contei
aquele primeiro, Desmorrer.
Pois bem, quando o
cabra desmorreu e o trouxeram do túmulo, não lembrou dos primeiros anos, pois
estava com o alemão, o Alzheimer, e também o inglês, Parkinson (foi preciso
mostrarem as fotos, senão ele negaria ter sido com ele), depois foi remoçando e
melhorou daquilo tudo, já com 75 (foi perdendo progressivamente as manchas da
senilidade na pele, dos 49 anos para baixo não precisou mais levar dedada)
voltou a trabalhar no departamento de matemática, foi para a universidade e
trabalhou em silêncio durante 45 anos, era muito calado mesmo, começou com os
computadores e a Internet, depois passou a máquina de escrever e a papel e
caneta, foi remoçando cada vez mais, o que perdia em sabedoria ganhava em
audácia e intempestividade, até que começou a beber aos 52 e não parou mais.
Dizia que tinha
estado empenhado em resolver os enigmas matemáticos mais formidáveis, com a
lógica impecável sua característica, circulava entre os seus colegas (eles
também rejuvenesciam) que sim, que tinha chegado às soluções em que, todavia,
muitos não acreditavam, porque ele não mostrava, era suspeito, sabe?
AS
SOLUÇÕES ALEGADAS
(só alegadas, ele não mostrou nada, moitava as memórias de computador, depois
de qualquer forma elas se perderam, ninguém no mundo sabia como reativá-las, a
inteligência dos circuitos cibernéticos e da informática foram perdidos;
restavam os papéis datilografados, ele tinha um cofre, ô sujeito difícil, assim
é complicado)
Wikipédia
Os 7 problemas
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Agora ele está com 25 anos, está
desterminando o mestrado, diz que não se lembra de nada, pode isso?
ISSO
É PIADA?
PROFESSOR (vendo que Joãozinho estava
distraído) – senhor Joãozinho, eu estava falando para a classe sobre o
apêndice, o senhor poderia nos dizer para que ele serve?
JOÃOZINHO – professor, eu sabia, mas
esqueci.
PROFESSOR (apontando com a mão aberta,
dedão para cima) – tá vendo, turma, a única pessoa do mundo que sabia para que
serve o apêndice esqueceu.
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Não sabe onde colocou os papéis.
Estava na ponta da língua.
Serra, domingo, 17 de janeiro de 2016.
GAVA.
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