As Aventuras de Toninho Sawyer
TOM SAWYER
A ONU, querendo comemorar os 200 anos do nascimento de Mark Twain estava preparando para 2035 uma competição amistosa internacional em que os autores ganhadores dos prêmios (um por país participante, depois os 10 mais do mundo de mais de 200 nações) deveriam criar contos e romances que replicassem com novas imaginações - mantendo os personagens com nomes mudados, por exemplo, Antônio Sawyer no Brasil, Antônio, vulgo Toninho – os trejeitos dos jovens heróis.
MARK TWAIN
O Monteiro Lobato de lá.
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O objetivo central de tudo era produzir literatura prosaica sobre garotos brincando no campo, divertindo-se na roça, sem peias e fora da prisão urbana, visando satisfazer os prisioneiros das cidades necessitados dos sonhos com a desurbanização - impossível para a grande maioria – para continuar produzindo felizes.
O BUCOLISMO DO CAMPO SERÁ APROVEITADO POR POUCOS (e cuidadosamente desenhado para parecer “de antigamente”, arcaico, vintage, dos anos 1920, com bosta de boi e tudo, com preás correndo, com crianças pescando à beira dos rios e o vasto povo pobre sonhando à distância)
O propósito do Governo do Capital era a continuidade do capitalismo, a superafirmação do capital; como tal ele mantinha em pé e rodando os vários pratos do circo, dispondo-se a distrair a criançada produtiva. Inclusive, é claro, fazer as pessoas sonharem com o passado que não volta mais através da literatura e das outras 21 formas de tecnartes. TODO MUNDO (que importava) sabia disso, menos os inocentes e os úteis.
CASAS DE CAMPO (tudo era tão bom para quem era bom: qui diliça, diz o povo) – o campo não é mais o que era.
Que literatura despontou naqueles tempos e naqueles campos! Que sublimes poesias! Que deliciosas expressões volitivas, que liberdades! Que vôos de imaginação!
Ai, ai.
Serra, terça-feira, 20 de novembro de 2012.
José Augusto Gava.
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