Saturday, September 07, 2013

Selo-Lar (da série Ah Se Eu Te Conto)

Selo-Lar

A miniaturização e depois a micro-miniaturização dos circuitos há muito tempo poderia ter produzido celulares do tamanho de selos. A dificuldade vinha de os dedos humanos não poderem teclar em tamanhos tão diminutos, de nada adiantando inventar estiletes para tocar as teclas minúsculas, pois mal se conseguiria vê-las, dado o poder separador do olho humano ser de um segundo de arco (1”). Isso foi resolvido fazendo o computador falar com o Indel 16 (16 cores ou núcleos, tão poderosos quanto os cérebros dos mais de baixo, os bolíticos, políticos que tomavam bolas). Para ligar era só falar “ligar” e para desligar “desligar”, a menos que você desejasse complicar; depois dizer os números.
E havia a questão das baterias.
Dizem que os tugas inventaram um rádio portátil pequeníssimo que só não foi pra frente porque as baterias eram enormes, uns tijolões gigantescos a serem levados a tiracolo, fazendo o corpo pender para um lado, precisando trocar para aprumar. Resolveram isso no Japão, levando o corpo a gerar a energia do selo, de modo que o mero balançar já carregava a micro-bateria.
1)      falava diretamente, não precisava teclar nem ver nada em tela;
2)      o movimento do corpo substituía a bateria.
SELOS (aproveitavam para copiar os padrões dos selos mais famosos, que eram caríssimos, por exemplo, o Olho de Boi brasileiro)

Onde colocar?
Logo pensaram no pescoço, onde a vibração da glote poderia ser captada e ao falar, mesmo baixinho, o selo-lar já captava. Isso foi ótimo para os espias, pois podiam cobrir com a gola, sem usar aqueles microfones ridículos, ainda mais tocando na orelha para acionar.
Você via em toda parte as pessoas falando sozinhas, como antigamente, mas agora havia motivo válido, enquanto antes, não, pois atualmente na realidade as pessoas estão falando com outras. Ou será que antes também? Será que aqueles lá na nossa infância eram alienígenas andando entre nós com tecnociência muito mais avançada que a nossa?
GENTE FALANDO SOZINHA (fiquei “todo arrupiado”, como diz o povo; será que eles andaram entre nós?)
Na realidade era o Wilson e ele era ruim de papo pra caramba.

Serra, segunda-feira, 17 de dezembro de 2012.
José Augusto Gava.


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