Os
Limites do Castelo
Castelo de cartas, o retrato da ilusão e das
construções inconsistentes, desequilibradas, destinadas a ruir.
Tudo é castelo de cartas.
A DURAÇÃO DO SOL (ele ter existido durante
tanto tempo sequer quer dizer que continue amanhã: a probabilidade de que sim
pode apenas ser grande)
AS TRÊS MORTES DAS ESTRELAS
Walter J. Maciel
IAG/USP
[Trabalho publicado em Ciência Hoje das
Crianças, No. 20, 1991]
As estrelas parecem ser eternas, mas não são. Elas nascem, vivem e
morrem. Até mesmo o Sol, que é uma estrela (e não das maiores), um dia também
vai acabar. Um dia daqui a cinco bilhões de anos .... Com telescópios
poderosos e a ajuda de observatórios espaciais, os astrônomos conseguem ver
as transformações das estrelas. E descobriram, entre outras coisas, que
quando olhamos para o céu, uma parte das estrelas que vemos já morreram há
muito tempo. A sua distância de nós era tão grande que, quando a luz que
emitiram chega até aqui, elas mesmas já não existem.
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Cinco bilhões de anos antes e depois, 10
bilhões no total e o Sol “já era”, morreu, babau.
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Como disse, tudo morre.
- A solução que Cristo proporcionou durou 2,0 mil anos e está em perigo, não por causa dele, sim por causa das agressões mútuas.
- A solução que Francis Bacon achou ao criar o método científico fez-nos crescer rápido, aceleradamente, mas está fazendo água devido justamente à velocidade excessiva da tecnociência.
- E do fim da II Guerra Mundial até agora passaram 70 anos, um período grande em se tratando da psicologia humana.
As pessoambientes (PESSOAS: indivíduos,
famílias, grupos, empresas; AMBIENTES: cidades-municípios, estados, nações,
mundo) parecem cada vez mais seguras, mas a verdade é que há enorme fragilidade
no sistema.
- As pessoas de antigamente, ao contrário do que pensamos, eram MUITO mais fortes que nós, porque sobreviviam individualmente, não coletivamente como nós;
- Não somos mais indivíduos puros, somos indivíduos-nação passando a indivíduos-mundo, situados num grau de amparo EXTREMAMENTE mais elevado – quem sobrevive em mim não sou eu-puro e sim eu-mundo com milhares de itens que eu não saberia produzir;
- Temos ido para frente pensando que tudo correrá pelo melhor, que não encontraremos problemas, o que é o contrário do ensinamento geo-histórico, pois ele nos mostra continuamente centenas, milhares de variedades de dificuldades;
- Evidentemente encontramos soluções para o conhecido, não para o desconhecido; para o passado, não para o futuro. E as soluções apresentadas até agora só trouxeram prosperidade a 1,0 dos 7,0 bilhões de vivos. Já falei muitas vezes dos nossos problemas, está espalhado nos textos.
AS REAÇÕES RECENTES
EM AMBIENTES CONTROLADOS (repare que tudo foi programado, tolerado,
estimulado)
Queda do Muro de Berlin.
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Confusões balcânicas.
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Primavera Árabe.
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Movimentos sociais no Brasil.
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TUDO é estudado hoje em dia.
Quase tudo.
Por exemplo, as coisas do MP Modelo Pirâmide
não foram.
Quais são os limites do presente castelo de
cartas?
Ninguém estudou, ao que eu saiba. Se
estudaram não divulgaram. E só dois, do meu conhecimento, estudaram as
multidões sob pressão.
DOIS
OU MAIS
AUTOR
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OBRA
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Gustave Le Bom
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Psicologia das Multidões
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José Ortega y Gasset
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A Rebelião das Massas
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Ao contrário do que pensam os do povo, quanto
mais os problemas não se apresentam mais está encurtando o prazo deles se
apresentarem; como já disse, o Sol estar “nascendo” há pouco menos de 2,0
trilhões de dias não quer dizer que não vá explodir. O fato de a Lua, por
qualquer motivo desconhecido, não ter arrebentado há quase tanto tempo não nos
assegura que não vá fazê-lo, pois podemos não saber tudo sobre planetoides. Se
o mar não se levanta em tsunamis vindo de maremotos, isso não nos prepara para
o não-levantamento, antes para o contrário, como aconteceu no Japão e no Oceano
Pacífico.
TSUNAMIS
LEMBRAM A IMPREVISIBILIDADE AO JAPÃO
Como vejo, o mundo está se tornando cada vez
mais instável, não estável; de fato, ele está em extremo perigo. Quando mais o
tempo passa, pior fica. Quanto mais dura a estabilidade, mais perto estamos do
rompimento, isso sem falar dos meteoritos desprezados pelos geólogos – a janela
de queda (400 mil deles estimados em 4,5 bilhões de anos de existência do nosso
planeta falam de um a cada 11,0 mil anos; com certeza caiu um e precipitou o
fim da glaciação entre 12 e 15 mil anos - por conseguinte já passamos da margem
direita da janela) é pequena, coincide com os avanços civilizatórios desde
Jericó em ordem de grandeza.
Em resumo, ninguém que eu saiba vem estudando
o castelo e seus limites. Não sei muito, é claro, mas sempre temos as antenas
ligadas e elas não captaram nada.
Serra, sábado, 30 de maio de 2015.
GAVA.
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