Procurando Q
O LIVRO DE Q
Ciberteologia
Revista de Teologia & Cultura Edição nº 8 - Ano II - novembro/dezembro 2006 - ISSN: 1809-2888
Júlio
Fontana
Esse livro
de Mack é, no mínimo, polêmico. O autor faz uma análise profunda da fonte de
ditos de Q, tão profunda que chega a perder-se na escuridão que adentrou. Não
obstante, Mack faz considerações importantes e mostra-nos que devemos dar ao
Q a sua devida atenção. O Q, para Mack, não deseja contar uma história
dramatizada sobre a vida de Jesus, mas relaciona apenas os seus ensinamentos.
Os seguidores de Jesus que viviam nessa comunidade viam Jesus como o fundador
do seu movimento, porém não dedicavam muita ênfase a sua pessoa, sua vida ou
seu destino. Estavam mais preocupados com o programa social que era proposto
nos ensinamentos que pregou (p. 9).
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As pessoas não são investigativas e
sistemáticas, porque querem logo chegar à solução e evidenciá-la. O fato é que
temos de ir devagar, palmilhando, revolvendo, juntando, pois são coisas de Deus
(em Jesus em vida, depois da ressurreição, em Cristo), não é nada fácil de ver.
Quanto a isso de haver um protoevangelho, não
sabemos se sim ou se não, mas podemos apontar algumas coisas:
1) Não se nota mulheres
em torno de nenhum dos líderes religiosos antigos (Abraão-Moisés, Buda,
Confúcio, Lao Tsé, Maomé ou qualquer outro), exceto em volta de Jesus. Perto
dele não só há, como há muitas, e elas têm um envolvimento amorosíssimo com
ele, que as respeita e resguarda, dando precedência (como na ressurreição) – pois
fica claro que ele as tinha em alta conta;
2) Como o MP Modelo
Pirâmide mostrou e com mais profundidade o MCES Modelo da Caverna para a
Expansão dos Sapiens, as mulheres são as rainhas da memória, até porque tinham
excelentes motivos para lembrar (tantos filhos em volta fazendo arruaça,
guardar as coisas, cuidar de 80 a 90 % de todos, etc.);
3) Elas estiveram em
todos os momentos, de Maria na gestação, nascimento e crescimento do menino, a
Maria Madalena, às outras que o adoravam a ponto de lavar os pés dele com
lágrimas e enxugá-los com os cabelos (alguma mulher já fez isso por você?), a
todas as outras (é preciso urgentemente fazer uma lista completa);
4) Quando os homens
fugiram (exceto João, basicamente um menino, 16 anos, no meu entender filho de
Madalena, mas não dele, porisso ele o amava com a um filho, reconciliando-os na
cruz) acovardados, elas permaneceram.
ENFIM
a) Ouviram TUDO;
b) As ricas e educadas,
letradas, podiam escrever, tinham tempo de lazer, o ócio dos ricos, guardariam
as memórias. Lucas era médico, letrado, procurou se informar, pesquisou as
memórias; Mateus era fiscal-publicano, letrado, acompanhou; os outros dois,
Marcos e João provavelmente eram analfabetos (mas Jesus, nitidamente não, pois
contestou os rabinos no Templo); Judas, zelote-fariseu, provavelmente também
era letrado;
c) Resumindo, elas
poderiam perfeitamente, comunicando-se umas com as outras, ter recolhido as
informações mais fidedignas, que cederiam certamente aos apóstolos, sempre
muito atarefados.
Portanto, se existiu esse Livro de Q,
percussor e informador dos demais, deve ter partido delas, pois elas guardam
minudências, micro detalhes.
MULHERES EM VOLTA DE JESUS
Isto é Independente
Os homens dominam a
história do cristianismo. A começar por Deus, o Pai, onipresente e
onipotente, criador e não criadora, passando pelos 12 apóstolos, que não
incluíam uma mulher sequer, e culminando com Jesus, Filho e não filha.
Curiosamente, porém, são as mulheres que não só participaram, como
protagonizaram boa parte dos momentos cruciais da vida de Cristo. Da
concepção à crucificação, enquanto homens traíam ou fingiam não conhecer o
Messias, elas não se acovardaram diante das dificuldades. Mas quem são essas
mulheres e por que elas são importantes? E como, hoje, as cristãs batalham
para encontrar mais espaço dentro da Igreja?
Com a leitura dos Evangelhos como relatos simbólicos aliada ao estudo histórico do tempo de Cristo, é possível resgatar o protagonismo de algumas mulheres na vida de Jesus. “Cada época lê os Evangelhos de uma maneira”, resume Stephen Binz, biblista formado pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma, e autor do livro “Mulheres nos Evangelhos: Amigas e Discípulas de Jesus”, a ser publicado nos Estados Unidos em janeiro de 2011. “E as verdades e conclusões tiradas do texto derivam da vida e das prioridades de quem o lê.” |
Jesus
e as Mulheres: A Mulher nos Evangelhos Sinóticos
O Novo Testamento, não é diferente do Antigo
Testamento, quanto a participação feminina na caminhada do Povo de Deus.
Encontramos Maria a mãe de Jesus e as outras mulheres, as discípulas que
permaneceram com Jesus ao pé da Cruz.
Jesus interfere na ordem da sociedade
patriarcal, desperta a potencialidade da mulher, a chama para serem também
suas discípulas e isto aconteceu.
Jesus tem outra visão sobre a mulher do seu
tempo. Ele altera o relacionamento homem - mulher. Numa sociedade que dava
privilégios ao homem Ele procura tirar estes privilégios. Um exemplo podemos
citar em Mt 19,7-12, que trata a questão do divórcio.
Jesus apresenta outra atitude em relação ao
Homem e Mulher, para ele deve existir igualdade entre ambos, nem mais e nem
menos.
Nos evangelhos encontramos muitas mulheres que
seguiam Jesus desde a Galiléia, e tornaram-se suas discípulas (Mc 15,41; Lc
8,1-13; Lc 8,43-49).
Para Jesus não havia distinção no revelar os
seus segredos, ele falava tanto para os homens e mulheres que o seguiam e
aceitavam a sua proposta.
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Faz todo sentido procurar texto escrito por
uma das senhoras ricas que viviam em volta dele (não esses apócrifos de
Madalena, de Maria, tudo isso porco e falso, atribuído muito depois no segundo
e terceiro séculos, senão mais tarde), algo que passou despercebido e nunca foi
valorizado.
Procurar pelo conceito e não pela forma.
Deve estar perdido em algum mosteiro ou mesmo
no Vaticano.
Serra, sábado, 04 de julho de 2015.
GAVA.
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