Saturday, May 28, 2016


Passarão o Céu e a Terra

 

Lia no Novo Testamento todas aquelas declarações extraordinárias de Jesus e antes de provar no Testamento sua deidade, ficava pensando o tanto que eram malucas, por exemplo, quando ele diz isso:

Mateus 24
34. Com toda a certeza Eu vos afirmo, que não passará esta geração até que todos esses eventos se realizem. 35 O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão. Só Deus sabe o dia e a hora exatos
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Comentário do dia
São Cirilo de Jerusalém (313-350), bispo de Jerusalém, doutor da Igreja
Catequeses baptismais, nº 15 (a partir da trad. Bouvet, Soleil levant 1961, p. 330 rev.)
«O céu e a terra passarão, mas as Minhas palavras não hão-de passar» (Mt 24,35)
Nosso Senhor Jesus Cristo virá dos céus e virá no fim deste mundo, no último dia; porque este mundo terá um fim, e este mundo criado será renovado. Efetivamente, uma vez que a corrupção, o roubo, o adultério e toda a espécie de faltas se espalharam sobre a terra e «derramam sangue sobre sangue» (Os 4,2), para que esta admirável morada não permaneça cheia de injustiça, este mundo desaparecerá e surgirá outro mais belo. [...]

Escutai o que diz Isaías: «os céus enrolam-se como um pergaminho, os seus exércitos extinguem-se e caem como folhas mortas de vinha ou de figueira» (Is 34, 4). E o Evangelho diz: «o Sol irá escurecer-se, a Lua não dará a sua luz, as estrelas cairão do céu» (Mt 24, 29). Não nos aflijamos como se fôssemos os únicos que têm de morrer: as estrelas também morrerão, mas talvez sejam ressuscitadas. O Senhor enrolará os céus, não para os destruir, mas para os ressuscitar mais belos. Escutai o que diz o profeta David: «Tu fundaste a terra desde o princípio e os céus são obra das Tuas mãos. Eles deixarão de existir, mas Tu permanecerás; [...] como um vestido que se muda, assim eles desaparecem. Mas Tu permaneces sempre o mesmo, os Teus anos não têm fim» (Sl 101, 26-28). [...] Escutai ainda as palavras do Senhor: «O céu e a terra passarão, mas as Minhas palavras não hão-de passar» (Mt 24, 35); é que o peso das coisas criadas não se iguala ao das palavras do seu Senhor.

Até o MP Modelo Pirâmide não entenderíamos.

Pois todo racional, tudo que é da Natureza em Criação (em maiúscula conjunto das criações) fenece, finda, termina. Tudo que nascer irá morrer, tudo que começar irá terminar, tudo que aparecer irá desaparecer.

Se Jesus fosse humano, não Deus, ele e as palavras dele desapareceriam também, não faria sentido dizer algo assim; mas se ele como Cristo ressurreto ESTÁ EM DEUS, no subsistente, no não-vivo (“vivo” não é a única opção operacional, é a opção natural DE DESAPARECIMENTO), ENTÃO não está no insubsistente, e com isso ele e o que ele diz de fato são para sempre: É (como disse Clarice Lispector, a palavra mais importante da língua) desde sempre, no agoraqui sempre em toda parte, no futuro sempre.

REAFIRMANDO (o que quer dizer que o que falou é absoluto, não era para dois mil anos atrás, nem somente para um ano ou dois mil anos no futuro, vem desde as origens da Natureza há 13,73 bilhões de anos) – assim, tudo que ele legitimamente disse é PARA SEMPRE.

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Por conseguinte, é preciso reler tudo que ele disse.

Pois o que ele disse é que a Terra, mesmo existindo há 4,5 bilhões de anos, terminará; que o céu, mesmo estando aí como universo há 13,73 bilhões de anos, findará – mas que as palavras dele são permanentes, são de Deus, o oculto subsistente. E, sendo assim, de fato não passarão, seguem valendo todos os dias.

Serra, domingo, 21 de junho de 2015.

GAVA.

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