Passarão o Céu e a
Terra
Lia no Novo
Testamento todas aquelas declarações extraordinárias de Jesus e antes de provar
no Testamento sua deidade, ficava
pensando o tanto que eram malucas, por exemplo, quando ele diz isso:
Mateus 24
…34. Com toda a
certeza Eu vos afirmo, que não passará esta geração até que todos esses
eventos se realizem. 35 O
céu e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão. Só Deus sabe
o dia e a hora exatos
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Comentário do dia
São Cirilo de Jerusalém (313-350), bispo de Jerusalém, doutor da Igreja
Catequeses baptismais, nº 15 (a partir da trad. Bouvet, Soleil levant 1961, p. 330 rev.)
«O
céu e a terra passarão, mas as Minhas palavras não hão-de passar» (Mt 24,35)
Nosso Senhor Jesus
Cristo virá dos céus e virá no fim deste mundo, no último dia; porque
este mundo terá um fim, e este mundo criado será renovado. Efetivamente, uma
vez que a corrupção, o roubo, o adultério e toda a espécie de faltas se
espalharam sobre a terra e «derramam sangue
sobre sangue» (Os 4,2), para que esta admirável morada não permaneça cheia de
injustiça, este mundo desaparecerá e surgirá outro mais belo. [...]
Escutai o que diz Isaías: «os céus enrolam-se como um pergaminho, os seus
exércitos extinguem-se e caem como folhas mortas de vinha
ou de figueira» (Is 34, 4). E o Evangelho diz:
«o Sol irá escurecer-se, a Lua não dará a sua luz, as estrelas cairão do céu»
(Mt 24, 29). Não nos aflijamos como se fôssemos os únicos que têm de morrer:
as estrelas também morrerão, mas talvez sejam ressuscitadas. O Senhor
enrolará os céus, não para os destruir, mas para os ressuscitar mais belos.
Escutai o que diz o profeta David: «Tu fundaste a terra desde o princípio e
os céus são obra das Tuas mãos. Eles deixarão de existir, mas Tu
permanecerás; [...] como um vestido que se muda, assim eles desaparecem. Mas
Tu permaneces sempre o mesmo, os Teus anos não têm fim» (Sl 101, 26-28).
[...] Escutai ainda as palavras do Senhor: «O céu e a terra passarão, mas as
Minhas palavras não hão-de passar» (Mt 24, 35); é que o peso das coisas
criadas não se iguala ao das palavras do seu Senhor.
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Até o MP Modelo Pirâmide não entenderíamos.
Pois todo racional, tudo que é da Natureza em
Criação (em maiúscula conjunto das criações) fenece, finda, termina. Tudo que
nascer irá morrer, tudo que começar irá terminar, tudo que aparecer irá
desaparecer.
Se Jesus fosse humano, não Deus, ele e as
palavras dele desapareceriam também, não faria sentido dizer algo assim; mas se
ele como Cristo ressurreto ESTÁ EM DEUS, no subsistente, no não-vivo (“vivo”
não é a única opção operacional, é a opção natural DE DESAPARECIMENTO), ENTÃO
não está no insubsistente, e com isso ele e o que ele diz de fato são para
sempre: É (como disse Clarice Lispector, a palavra mais importante da língua)
desde sempre, no agoraqui sempre em toda parte, no futuro sempre.
REAFIRMANDO (o que quer dizer
que o que falou é absoluto, não era para dois mil anos atrás, nem somente para um
ano ou dois mil anos no futuro, vem desde as origens da Natureza há 13,73
bilhões de anos) – assim, tudo que ele legitimamente disse é PARA SEMPRE.
Por conseguinte, é preciso reler tudo que ele
disse.
Pois o que ele disse é que a Terra, mesmo
existindo há 4,5 bilhões de anos, terminará; que o céu, mesmo estando aí como
universo há 13,73 bilhões de anos, findará – mas que as palavras dele são
permanentes, são de Deus, o oculto subsistente. E, sendo assim, de fato não
passarão, seguem valendo todos os dias.
Serra, domingo, 21 de junho de 2015.
GAVA.
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