Saturday, September 28, 2013

Seres Fabulosos e Mitológicos (da série Conto N'Ato)

Seres Fabulosos e Mitológicos

Estava lendo uma revista, havia uns retratos, comecei a rir, gargalhava, Noko, que estava do lado, estranhou.
- Que é, Deu, endoidou?
- Corre aqui, venha ver, veja esses desenhos, essas pranchas.
Ele veio, olhou de banda.
- Que é isso?
- Diz aqui que são seres mitológicos, seres fabulosos, quimeras.
SERES MITOLÓGICOS, SERES FABULOSOS, QUIMERAS MISTURADOS COM SERES REAIS
Era mitológicos até a engenharia genética intervir.

- Tá vendo? Eles dizem que essas criaturas também existiram, muito tempo atrás e apresentam-nas junto com as nossas para dar foros de veracidade. É muito solerte.
- Por quê você está com tanta raiva?
- É que do jeito que eles fazem parece que existem mesmo, porque as nossas, reais, estão juntas; se umas são verdadeiras as outras devem ser também. Crianças não sabem discernir, elas acreditam na “autoridade”, não conseguem se desvencilhar da presença superior do pai ou da mãe.
- Certo, mas elas não vêem os seres fantásticos na nossa vida, nem nas cidades nem no campo, de um jeito ou de outro vão enxergar, conversarão com os amiguinhos, conversarão com os progenitores, verão filmes, saberão que essas criaturas são mágicas, irreais.
- Mas veja aqui: onde existiu uma criatura chamada “vaca”? Até nome inventaram! E elevante? E jagaré? E jirava? Você vê o realismo das representações? Veja esses bicos de pena, não são convincentes? Ah, vou mandar uma carta pro editor, pode acreditar. Colocam-nos com os nossos unicórnios, os grifos, as quimeras, os Pégasus, os pássaros roca e todos esses que fazem parte de nossas vidas. Assim é demais, é intolerável.
Serra, segunda-feira, 19 de novembro de 2012.
José Augusto Gava.

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