Caçadores de Vampiros
Os pesquisadores deveriam fazer livros e livros sobre os funcionários públicos e seu oportunismo característico. Diziam (por uma informação antiga de 30 anos) serem 6,0 milhões no Brasil inteiro, nos três níveis (federal, estadual, municipal). Quantos serão no mundo e quantos na População Economicamente Ativa PEA? Seria interessantíssimo de saber.
Durante (dos 58 que tenho) os anos em que tive contato distante e próximo com eles, na memória devo ter mais do que poderia sem pensar muito contar:
1. aposentadoria integral (quando os empregados da sócioeconomia geral não dispõem desse favor);
2. os fiscais no EES trabalham em geral 6,0 horas ou menos por dia;
3. nos postos fiscais era uma morcegação (esse nome vem da visão de vampiros que sugam o sangue dos outros) incrível, empurrando os serviços;
4. quando entrei eram (favor às mulheres estendido a todos) três dias por mês de folga como abonos relativos às regras, 36 dias por ano (fora 52 sábados e 52 domingos, somados a fração de férias, 22 dias, pelo menos 134 dias/ano, mais de 180 dias, com os feriados quase 200 dias/ano, mais de metade do ano), sem falar em 11 a 15 dias feriados; depois foram baixando a um por mês, seis por ano, três a cada dois anos para o Fisco, voltando a seis por ano;
5. há os chamados “ninjas”, as fugas inexplicáveis, especialmente depois das 17 e nas sextas-feiras;
6. sem falar nos “enforcamentos”, por exemplo, 24 de dezembro de 2012, que cai na segunda, havendo o Natal na terça;
7. sem falar em três meses de férias-prêmio a cada 10 anos por nos terem tirado as vantagens;
8. que por si eram uma graça, de graça mesmo, incentivo a cada cinco anos combinado com 10 anos (para os funcionários freqüentarem, o que é obrigação pelo salário), acumulando antes até 135 % em 35 anos de serviço para os homens;
9. alguns coronéis, ficando dentro do Palácio, trataram de saber de todas as vantagens acumuláveis (por exemplo, ficar num cargo tantos anos diretos ou alternados), chegando a salários de 70 mil reais vários anos atrás;
10. os de cima se justificam dizendo ocupar cargos importantes, significativos para o povo, para ganhar altos salários (inclusive o Fisco);
11. muito mais coisas.
MORCEGAÇÃO VOLUNTÁRIA (as artes são inacreditáveis e nem contando as pessoas vão acreditar)
É de rir (para os corajosos) ou de chorar (para os de nervos fracos).
E nem estou falando de apadrinhamento, o nepotismo, ou dos empregos fantasmas nos quais as pessoas só recebiam os salários sem freqüentar o serviço (por vezes alguns deputados chegaram a ter 10 ou 15 ou 20 funcionários numa sala de 3 x 4 metros).
NEPOTISMO
Serra, sexta-feira, 14 de dezembro de 2012.
José Augusto Gava.
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