Projeto Escrava do Lar
Neste mundo alternativo, sob domínio dos homens (que, naturalmente, não tinham conceito de “homens” e sexualidade, era tudo mais fácil, os bebês davam em árvores, eram depositados em ninhos, cresciam ali até os sete anos e eram então matriculados nas escolas), havia coisas boas e coisas ruins.
Mesmo sem esses sete anos iniciais precisavam educar as crianças, era necessário arrumar a casa e havia um punhado de tarefas enjoadíssimas, de modo que os homens se reuniram em debate universal sobre o que fazer nessas condições adversas. Papo vai, papo vem, alguma brilhante cabeça sugeriu criar um robô (numa das línguas deles, tcheco, “escravo”, trabalhador, qualquer semelhança é pura implicância) diferente dos homens, chamado “mulher” (por quê esse nome, não sei) que pudesse assumir tais quefazeres, uma por lar. E aí, já que haveria essa criatura, a tarefa de criação do nascimento à entrega à escola aos sete também seria assumida por elas. MAIS, decidiu-se que essas robôs gestariam as crianças, pois assim os ovos ficariam mais protegidos.
AS TAREFAS ENJOADAS (você mesmo busque)
CONFECÇÃO DOS BEBÊS
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CUIDAR ATÉ OS SETE ANOS
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CUIDAR DO LAR
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ACOMPANHAR ATÉ OS 21 ANOS
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PREOCUPAR-SE O RESTO DA VIDA
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VIGIAR AS OUTRAS ROBÔS
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CUIDAR DO LAR ERA UMA TRABALHEIRA
LAVAR
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PASSAR
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COZINHAR
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LIMPAR
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Até aí, tudo bem, não era muita coisa.
E por quê pouca coisa?
Afinal, “escrava do lar” pressupõe o compromisso com a escravidão e o lar. Alguém sugeriu: “e quanto a trabalhar fora?” Poderia ajudar a aliviar nossa pesadíssima carga de trabalho. Êêêêêê, aplausos gerais. A platéia vibrou, afinal um dinheirinho a mais não só ajudava como também permitia algumas extravagâncias.
Até que alguém falou: e quanto a sexo?
NÃO É QUE FICARAM BONITINHAS?
Serra, quarta-feira, 12 de dezembro de 2012.
José Augusto Gava.
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