Sunday, September 01, 2013

Da Série - Erros da Engenharia Genética: a Mosca Vampiro (da série Ah Se Eu Te Conto)

Da Série - Erros da Engenharia Genética: a Mosca Vampiro

Com tudo isso dos avanços insopitáveis da Ciência os arquiengenheiros genéticos viviam misturando genes.
Calhou de esse em especial ser fã de filmes de Drácula, de modo que ele misturou genes de morcegos vampiros com os das moscas, nascendo então a mosca vampiro, muito rápida.
Mas também nem se pode dizer que foi a pior coisa, porque os colegas dele tinham criado o mosquito funk, fazia barulho em funk. Tinha gente que gostava, de modo que houve alguma saída. E teve aquela gente, de saudosa memória, inventora da lombriga enroladeira massageadora, para pendurar no pescoço das pessoas. Isso pegou um pouco, porque elas cresceram e um ou outro (na verdade uns nove, sendo quatro “da alta”, dois socialites e dois congressistas) foram enforcados. Sem falar naqueles engraçadinhos que com aquilo de “confundir focinho de porco com tomada” criaram o porco “três pinos” já adaptado à modernidade, só para vê-lo enviando o focinho nas tomadas para tomar choques, os porcos ficavam viciados, os pobres, foi uma crueldade indizível, houve protestos em várias cidades. Sem falar no elefante-cifão ajudando na limpeza urbana de fossas, poxa vida, isso não se faz. Teve o macaco-carteiro que subia nesses muros altos de agora. E assim por diante, se fosse para contar tudo iríamos ficar aqui dias e dias. Ah, lembrei-me de um interessante, o cachorro-caixeiro que soltava espinhos nos ladrões, devendo ser treinado para não fazer o mesmo com os donos.
Enfim, até que o governo acordasse de sua lentidão característica e passasse as leis e a vigilância apropriada foi algo bem ruim.
A gota d’água foi a mosca vampiro com dois dentinhos bem pequenininhos, só que eficazes, eu que o diga. Elas se multiplicaram demais da conta, milhões, durante um tempo tivemos todos que andar com uma malha de aço para elas não passarem, pois eram insistentes demais. Atacaram as crianças, queriam tirar sangue, suor e lágrimas do povo, assim como os governantes.
Posso te dizer que não foi fácil. Felizmente, para vocês aqui, ela não prospera no frio, de forma que vocês ficaram livres.
Nos trópicos foi um assombro.
Tentaram atraí-las com plasmas, elas desenvolveram mutação.
As pessoas ainda iam às praias, mas só onde tinha proteção, as malhas indo da areia até a água, muito caro.
Só quando Ana Maria reclamou foi que deram jeito, coitadinha, toda pintada de mordida, eles só tomavam sangue humano, nem adiantava oferecer os animais em sacrifício.
A solução mesmo foi inventarem o sapo-linguão, cuja língua dava pra mais de metro e meio, vapt-vupt, uma lambada só, infalível. Aí sobraram os sapos-linguão, cada chicotada que era um açoite, as pernas da gente ficavam lanhadas.
Ó, vou te contar, foi fogo.
Serra, quarta-feira, 26 de junho de 2013.
José Augusto Gava.

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