Como Gronk Virou o Queridinho da Moçada

 

SE você está acompanhando, agora chegamos ao ponto da minha revolta. Com aquela meleca de o Gronk pintar nas paredes para as mulheres e as crianças e todos aqueles que não participavam das caçadas, ele virou o queridinho da caverna, só dava ele no pedaço, aquela mentirada toda.

Lembra do tigre que morreu sozinho e ele fantasiou que a gente tinha matado? Pois é, piorou muito, agora tinha armadilha para mamute e isso e aquilo, ele já não levava nada na ida e não trazia nada na volta, sobrou pra nós, que viramos mulas de carga, ele só ia “para observar”. E começou a treinar outros das cavernas dos manos das redondezas, visse? (É VIXE, mas eu sou da caverna baiana).

O pessoal vizinho, nossos brothers, queriam nos pegar, pode isso?

E nós: “queisso mano velho, tão nos estranhando?”

Explicamos tudo.

Porque os “pintores” das cavernas vizinhas estavam explorando do mesmo jeito que o Gronk: as melhores carnes, purê de batata, batata baroa [que eu adoooro, galinha com quiabo e polenta (angu, não, que é sem sal, aquilo da caverna mineira, anguzim, eles falam assim) ], carne seca com abóbora.

Choveu de “pintor”, o que teve de bom foi que vieram umas gurias triafim, mas as mulheres nossas ficaram de butuca, nós nem pudemos aproveitar mesmo. No geral, descendente do Gronk é aquele menino LFV que escreveu As Mentiras que os Gronks Contam, muito sucesso, ele é pintor também.

AS CAVERNAS PINTADAS

Gronk à direita, nem existiam uns cavalões assim, eram mirradinhos.	“Assinaturas” do Gronk e dos amiguinhos dele, que revolta!
Principiante - aquele de baixo com a lança sou eu, nem parece comigo.	Não vou dizer que não ficou bonito.
Vista panorâmica da nossa caverna.	Supostamente as mulheres fazendo pose, elas nunca iam, Gronk colocava pra pegar, entende?
Essa foi boa: nós tocamos fogo para a manada cair no precipício.	A turma toda, na frente o Ban, nosso chefe de caça, irmão do Gronk (puxa-saco!)

Na verdade, eu queria ter pegado essa bocada, mas nem tudo é perfeito. Até tentei o Gronk para ele me ensinar, não levo jeito.

Pelo menos entrei nessa de escrever, não fiquei totalmente de fora nesse aproveitamento dos “artistas”, tô dentro, só levo o material de escrita, tinta, pincel, essas coisas.

Não é que é bom?

Serra, quinta-feira, 01 de janeiro de 2015.