Isso
Não Tem Aqui
John Grogan (o mesmo de Marley
& Eu) escreveu outro livro, que comprei: Cachorros Encrenqueiros se
Divertem Mais (Histórias sobre famílias, animais e vida selecionadas do
jornal The Philadelphia Inquirer), São Paulo, Ediouro, 2008, onde ele
diz na página 11:
“Gansos do Canadá. Essas aves
lindas, grandes e gordas, estão por toda parte, ornamentos onipresentes na
paisagem do subúrbio”.
No Brasil não são os ricos,
médio-altos e médios que moram nos subúrbios, são os pobres e miseráveis; subúrbio,
aqui, é sinônimo de coisa feia e enjambrada. Se quaisquer animais comestíveis
pousarem ou passearam nos quintais suburbanos serão irremediavelmente abatidos
e comidos ou deixados para apodrecer.
Não vemos gansos ou gamos passando
em quaisquer lugares aqui no Brasil, nem nas casas dos pobres nem nas dos
ricos. Simplesmente não vemos. Se uma onça foge das reservas é implacavelmente
caçada e morta.
Nos filmes americanos vemos todos
aqueles animais passeando.
Quando era jovem, ia e voltava de
Linhares a Vitória no período de cursinho e fiquei pensando até chegar à
conclusão de que os brasileiros estavam 80 anos atrasados socialmente dos
americanos: isso quer dizer que ainda estamos em 1931 neste 2011 geral.
Parece ser verdade.
Estamos muito para trás do movimento
de suburbanização americano pós-segunda-guerra. Quando lá já saiu o livro End
of Suburbia, aqui nem começamos o processo. É incrível como os
americanos são tão mais adiantados em tantas coisas! Mesmo levando em conta sua
crueldade em tantos setores, há AMOR
SENSÍVEL em vastos setores da coletividade, a ponto de terem inumeráveis
sociedades protetoras de animais.
Que pese a enormidade de erros
deles, em muitas coisas acertaram em profundidade.
Serra, quarta-feira, 24 de agosto de
2011.
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