Saturday, November 30, 2013

O Bom Selvagem ou a Reforma de Rousseau (da série Cometários)


O Bom Selvagem ou a Reforma de Rousseau

 

EIS COMO COMEÇOU ESSA VERSÃO ATÉ CHEGAR A ROUSSEAU

Bom selvagem
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Descrição: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/77/Benjamin_west_Death_wolfe_noble_savage.jpg/220px-Benjamin_west_Death_wolfe_noble_savage.jpg
Detalhe do quadro histórico neoclássico The Death of General Wolfe (1771), retratando um índio norte-americano idealizado.
O bom selvagem ou mito do bom selvagem é um lugar comum ou tópico literário na literatura e no pensamento europeu da Idade Moderna, que nasce com o contato com as populações indígenas da América.
O descobrimento do outro
Desde o famoso texto de Cristóvão Colombo em que diz haver chegado ao paraíso terreno, a imaginação tratou de atribuir todo tipo de bondades ingênuas aos indígenas (os naturais, como os chamavam nos documentos espanhóis da época). A isto também contribuiu em grande parte Bartolomé de las Casas com seu Brevísima Relación de la Destrucción de las Indias. O papel de parte do clero, de teólogos como os da Escola de Salamanca e dos próprios reis pode ver-se na convocatória da Junta de Burgos e a Junta de Valladolid, que discutiam sobre a natureza e a justificação da conquista e a exploração econômica da América (polêmica dos justos títulos ou da guerra aos naturais) e o corpo legislativo das leis das Índias. A Fábula Negra ampliou por toda a Europa a visão positiva de seres humanos em estado de natureza mortificados pelos abjetos espanhóis, que resumiriam todos os vícios e degenerações do homem civilizado.
A extensão do mito
As utopias do século XVI (Erasmo de Rotterdam, Elogio da Locura; Tomás Moro, Utopia) e obras como a de Baltasar Gracián (El Criticón) no século XVII, levam à definitiva discussão da natureza humana como má por natureza (Leviathan de Hobbes) ou boa por natureza, como pretendeu o Iluminismo (Locke e sobretudo Rousseau), que volta a descobrir exemplos de bons salvagens nas ilhas do Pacífico (tropicais e paradisíacas como as Antilhas, com indígenas nus de fácil trato e natureza pródiga) que descrevem viajantes como James Cook e produzem histórias como a do motim do Bounty.
Também contribuiu à extensão do uso do conceito o descobrimento das crianças salvagens ou crianças selvagens (Victor de Aveyron e Kaspar Hauser), que por sua vez tiveram tratamento literário e cinematográfico, por si mesmos ou como inspiração. O tema aparece em conjunção com o exotismo dos povos extraeuropeus em O livro da selva ou Tarzan.

VENDO ASSIM (foi um jeito que achei de comparar faixas vitais)

QUEM
FAIXA
ANOS ENTRE DATAS
MÉDIA DE VIDA
Rousseau, filósofo francês
1712 - 1778
66
1745
Gauss, matemático alemão
1777 - 1855
78
1816
DIFERENÇA
71

Gauss mostrou ao mundo a Curva do Sino.

POR QUEM DOBRAM OS SINOS

Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-0MDANRvlhj59P-hAn9XdA5TVBjqGHKNlbuw-ztTQQQQlS2cH-OsT_oyg-6xfTCiI8uLZwCguxb1re_5swSjyFzj_IQw7zz4EUf2fRBvgzu41ZyBuyxLP_9yxtjKsFG27HkAZcQ/s1600/standard_distrib.JPG
ESQUERDA
DIREITA

Os sinos batem metade das vezes à esquerda e metade à direita, indicando os pares polares oposto-complementares e os ciclos.

As pessoas não viam (há uma diferença de sete décadas entre os meios-de-vida de Rousseau e Gauss; Rousseau morreu apenas um ano depois de Gauss nascer – mas de nada adiantaria Rousseau conhecer a Distribuição Normal, pois as pessoas não prestam atenção, mesmo quase 200 anos depois da morte de Gauss), como ainda não veem: o mundo tanto é bom quanto é mau, as pessoas comportam mal e bem; tanto os ocidentais quanto os orientais, tanto judeus quanto não-judeus, tanto muslims quanto não-muslims.

Havia bons selvagens, claro, como havia selvagens maus – Rousseau viu o que quis ver, enxergou o que desejava enxergar, assim como qualquer um de nós faz. A gente ESPOSA opiniões e chega aos conceitos por meio dos pré-conceitos.

Ele poderia ter pensado (sem Curva do Sino) que as pessoas tanto podem ser boas quanto más, como hoje acontece.

Nada garante que ser selvagem vá fazer uma pessoa ser boa. Nada garante que ser civilizado vá trazer junto a bondade, pois tanto o lado bom quanto o lado ruim do dicionário SÃO EXERCÍCIOS, são escolhas, devem ser praticados.
Serra, domingo, 14 de agosto de 2011.

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