Métrica Musical
Absoluta
Começando de onde paramos em Encontrando as Notas e Tocando π,
veja este quadro com as notas musicais reformadas:
NOTA
|
NOVA f
|
: 256
|
: 0,125 FICA
|
BASE 7 (8-8)
|
dó
|
256
|
1,000
|
8
|
0
|
ré
|
288
|
1,125
|
9
|
1
|
mi
|
320
|
1,250
|
10
|
2
|
fá
|
352
|
1,375
|
11
|
3
|
sol
|
384
|
1,500
|
12
|
4
|
lá
|
416
|
1,625
|
13
|
5
|
si
|
448
|
1,750
|
14
|
6
|
A distância entre uma nota e outra é de 32
Hz, que é então a unidade de salto. Podemos colocar assim:
1
|
32
|
Não foram
usadas.
|
2
|
64
|
|
3
|
96
|
|
4
|
128
|
|
5
|
160
|
|
6
|
192
|
|
7
|
224
|
|
8
|
256
|
Janela humana:
|
9
|
288
|
|
10
|
320
|
|
11
|
352
|
|
12
|
384
|
|
13
|
416
|
|
14
|
448
|
|
15
|
480
|
Não foram
usadas
|
16
|
512
|
|
17
|
544
|
|
18
|
576
|
|
19
|
608
|
|
20
|
640
|
|
21
|
672
|
Evidentemente tudo terá de ser ajustado
para as notas matemáticas puras e não essas que foram escolhidas pelos ouvidos práticos
do primeiro que decidiu. No teclado de piano representado acima dá para ver que
as teclas vão de 82 a 1046 Hz, muito mais que a janela.
Em todo caso, o salto é de 32 Hz, se formos
construir o enquadramento matemático.
O
QUE É 32?
2 = 21 = 2
2 x 2 = 22 = 4
2 x 2 x 2 = 23 = 8
2 x 2 x 2 x 2 = 24 = 16
2 x 2 x 2 x 2 x 2 = 25 = 32
Tudo está preso à base 2.
Assim, a primeira das notas, dó = 256 Hz,
dó/32 = 8 (23) e 256 = 28.
O passo é de 32 Hz (como chamam a isso na
música não sei).
O PIANO AFINADO MATEMATICAMENTE (em Hz; eles devem
ser todos reconstruídos)
PIANO
|
O QUE É
|
O QUE DEVERIA
SER
|
|
|
82
|
64
|
|
97
|
96
|
||
110
|
128
|
||
123
|
|||
130
|
|||
146 a 164
|
160
|
||
174
|
196
|
||
196
|
|||
220
|
224
|
||
246 a 261
|
256 = dó
|
|
|
293
|
288 = ré
|
||
329
|
320 = mi
|
||
349
|
352 = fá
|
||
392
|
384 = sol
|
||
440
|
416 = lá
|
||
493
|
448 = si (pula 480)
|
||
523
|
512
|
|
|
587 a 669
|
576 a 640
|
||
698 a 783
|
672 a 768
|
||
880
|
864
|
||
987
|
992
|
||
1046
|
1056
|
Na verdade, “o que deveria ser”, mesmo,
seria a sequência natural-matemática de salto 32, começando de 32 Hz e indo, 33
teclas depois, a 1.056 Hz. Como se sabe, a audição humana vai de 20 a 20 mil
Hz: tomar dela o que fosse possível, o que em todo caso enriqueceria o
plano-volume musical (e dificultaria muito tocar piano).
CADA
QUAL COM SEU CADA QUAL
[vê-se que as
mulheres estão mais ou menos na janela musical, 256 a 448 Hz, o delas indo de
aproximadamente 180 a 750 Hz]
|
Podemos agora começar a reconstrução dos
instrumentos, que não vão mais soar dissonantes ao corpomente humano.
1. a unidade métrico-musical
é 32 Hz;
2. a janela musical
vai de 256 (dó) a 448Hz (si);
3. a janela
audível-musical vai de 32 (32 x 1) a 20.000 Hz (32 x 625).
Dentro desse amplo espectro “tudo é
possível”.
Contudo, não se trata só disso, mas de
emparelhar as janelas gerais.
EM-PAR-OLHANDO
CORES
|
CHEIROS
|
GOSTOS
|
PRESSÕES
|
SONS
|
VISÃO
|
OLFATO
|
PALADAR
|
TATO
|
AUDIÇÃO
|
|
|
|
|
|
Naturalmente, pela minha proposta, elas
devem todas ser ajustadas, de forma que os sete sons combinem com as sete cores
e assim por diante. Certamente você verá que exercer determinada pressão na
pele despertará recordações de som (e todas com todas: o ser humano será
verdadeiramente “tocado” pela música).
Será muito interessante, PORQUE tocar π (ou
qualquer transcendental) equivalerá a tocar o ser humano em intensidade nunca
vista (Tolkien representa isso como A Música da Criação).
Serra, quarta-feira, 17 de agosto de 2011.
José Augusto Gava.
ANEXOS (tudo isso pode
ser encontrado na Internet, onde existe ampla variedade de ofertas)
Nota
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Diferentes formas das notas para representar as durações
Nota musical é um termo empregado para designar o elemento mínimo de um som, formado por um único modo de vibração do ar. Sendo assim, a cada
nota corresponde uma duração e está associada uma freqüência, cuja unidade mais
utilizada é o claves (cl), a qual descreverá em termos físicos se a nota é mais grave ou mais aguda.
O som, fisicamente, é uma onda (ou conjunto de ondas) que
se propaga no ar com uma certa freqüência, sendo que se essas ondas estiverem
com a freqüência na faixa de 20 a 20.000 Hz, o ouvido humano será capaz de
vibrar à mesma proporção, captando essa informação e produzindo sensações
neurais, às quais o ser humano dá o nome de som. As ondas com freqüência bem
baixa (entre 20 e 100 Hz por exemplo, soam em nossos ouvidos de forma grave,
e sons com freqüência elevada - por exemplo acima de 400 Hz, soam de forma
aguda).
As claves propagam-se em intervalos definidos de tempo que as notas
tem capacidade de sugerir, podendo ser mais longas (maior duração) ou mais
curtas (menor duração). A grande maioria das notas empregadas na música
possui duração e frequência determinadas, mesmo assim, existem notas
indeterminadas em um, ou nos dois sentidos, o que não as faz deixar de serem
também notas musicais.
As pautas podem combinar-se sendo tocadas ao mesmo tempo (definindo a harmonia), ou em seqüência
(definindo a melodia), e se esses fatores, junto
a alguns outros, forem combinados dentro de um determinado padrão lógico pelo
intelecto humano, na forma de arte, dá-se a essa seqüência o
nome de música.
Nome das notas
Origem do nome das notas «dó ré mi fá sol lá
si»
O nome das notas (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si) tem a sua origem na música
coral medieval. Foi Guido d'Arezzo, um monge italiano, que criou este sistema de
nomear as noctas musicais - o chamado sistema de solmização. Seis das sílabas foram tiradas das primeiras
seis frases do texto de um hino a São João Baptista, em que cada frase era cantada um grau acima na escala. As frases
iniciais do texto, escrito por Paolo Diacono, eram:
Ut
queant laxis,
Resonare fibris, Mira gestorum, Famuli tuorum, Solve polluti, Labii reatum.
Tradução: "Para que os teus servos possam cantar as maravilhas
dos teus actos admiráveis, absolve as faltas dos seus lábios impuros".
Mais tarde ut foi substituído por do, sugestão feita por
Giovanni Battista Doni, um músico italiano que achava a
sílaba incômoda para o solfejo, e foi adicionada a sílaba si,
como abreviação de Sante Iohannes ("São
João"). A sílaba sol chegou a ser mais tarde encurtada para so,
para uniformizar todas as sílabas de modo a terminarem todas por uma vogal,
mas a mudança logo foi revertida.
As sílabas ut, ré, mi, fa, sol e la, chamadas vozes, não correspondiam
a alturas
absolutas na escala, mas apenas a graus num hexacorde. A altura das notas era
designada por letras de A a G. A partir de um trecho
escrito num modo eclesiástico qualquer, podia-se transpô-lo de uma quarta, quinta ou oitava sem modificar nenhuma das vozes sobre as quais o trecho
seria cantado. Uma sequência ré-mi-fa transposta de uma quarta continuava a
ser considerada ré-mi-fa, na solmização, e não sol-lá-si bemol como no
sistema actual, embora fosse designada por G-A-Bb em vez de D-E-F. Mais
tarde, nos países latinos, adoptou-se a designação "dó ré mi fá sol lá
si" para representar "C D E F G A B".
Nomenclatura das notas em línguas
anglo-saxônicas
Os países anglófonos mantiveram a utilização de letras para a nomenclatura das alturas
musicais. As letras A, B, C, D, E, F e G são utilizadas para as alturas
musicais lá, si, dó, ré, mi, fá e sol, respectivamente. Os países de língua
inglesa utilizam os sinais # (em inglês: sharp, "sustenido")
e b (em inglês: flat, "bemol") para representar as
alterações cromáticas dessas notas.
Já os países de línguas germânicas utilizam, além das sete letras universais, a letra H, exclusivamente
para a nota si natural, sendo a letra B
utilizada para representar o si bemol. Nessas línguas, as alterações para as outras
notas são feitas acrescentando-se a terminação is no lugar de #
("sustenido") e es para b ("bemol"). Nas notas lá e mi, representadas pelas letras A e E,
respectivamente (as únicas vogais do conjunto), na terminação
para representar bemol (por padrão es) há a contração da vogal que representa a
nota e a vogal e do sufixo (As para lá bemol e Es para mi bemol; no entanto, Ases e Eses são lá dobrado bemol e mi dobrado bemol, respectivamente)
Portanto:
Ces (dó bemol), C (dó natural), Cis (dó sustenido) Des (ré bemol), D (ré natural), Dis (ré sustenido) Es (mi bemol), E (mi natural), Eis (mi sustenido) Fes(fá bemol), F (fá natural), Fis (fá sustenido) Ges (sol bemol), G (sol natural), Gis (sol sustenido) As (lá bemol), A (lá natural), Ais (lá sustenido) B (si bemol), H (si natural), His (si sustenido) |
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Última
atualização: Julho de 2009
Intervalos e raiz harmônica
Se tomarmos duas notas musicais, a primeira mais
grave, com uma freqüência de m Hz e uma mais aguda, com freqüência de n Hz, o
intervalo entre elas é, por definição, a razão n/m, em que m e n são números
inteiros. A Tabela 1 mostra, como exemplo, uma relação entre diferentes notas
musicais, partindo do Dó 2 (a segunda nota Dó na escala do piano):
Tabela 1 – Relação entre notas musicais e
intervalos para a nota Dó
Essa razão entre as freqüências e as alturas dos
sons pode ser determinada no comprimento das cordas de uma harpa, no tamanho
da coluna de ar dentro de uma flauta ou de um fagote e ao se olhar dentro da
caixa de um piano: as cordas mais curtas e as menores colunas de ar
corresponderão sempre aos sons mais agudos e vice-versa.
Uma forma de analisar o conceito de intervalo é
pensarmos em freqüências relativas. O ouvido humano está mais preparado para
"entender" relações (ou diferenças) entre freqüências do que para
identificar uma nota solta. Por isso, ao tocarmos uma determinada nota no
piano, por exemplo, é difícil, mesmo para músicos profissionais, saber se aquela
nota é um Dó, um Dó# ou um Sib . E mesmo os ouvidos mais treinados
(os chamados ouvidos absolutos), capazes de perceber essa diferença, não tem
condições fisiológicas de distinguir intervalos inferiores ou iguais a 81/80,
ou 1,0125, a chamada coma. Essa limitação fisiológica leva a duas
conseqüências importantes na Música. A primeira é que, embora exista um
número infinito de freqüências (um "continuum"), somente é possível
definir um número finito de intervalos perceptíveis ao ouvido humano, a
partir das 1400 freqüências discretas mencionadas na seção anterior. Isso
leva à noção de escala musical, que discutiremos adiante. A outra é que,
dentro do intervalo de uma coma, uma pequena "desafinação" é
perfeitamente tolerável.
O conceito de raiz harmônica está diretamente
ligada ao conceito de interferência. Se tocarmos duas notas musicais com
freqüências de m Hz e n Hz, a sua raiz harmônica é uma nota mais grave,
produzida pela interferência (ver seção 6) entre elas, dada pelo máximo
divisor comum das duas. A raiz harmônica da combinação do Dó 3 (264 Hz) e do
Sol 3 (396 Hz) é o Dó 2 (132 Hz). A sensação que se tem quando tocamos a
combinação Dó 3 – Sol 3 é que se está ouvindo um Dó 2 desfalcado de alguns
harmônicos, inclusive da nota fundamental. A disciplina da Harmonia é
fortemente calcada no conceito de raiz harmônica, que pode ser aplicado à
combinação de duas, três ou mais notas musicais.
A proximidade entre a raiz harmônica de um
intervalo e a mais grave de duas notas tocadas simultaneamente define o
"parentesco" entre essas duas notas. Especificamente, sejam duas
notas de freqüências m Hz e n Hz, m e n sendo números inteiros (n > m) e q
o máximo divisor comum de m e n. O parentesco entre as duas notas é, por
definição, o inteiro m/q. A relação de parentesco entre notas é definida a
partir do intervalo entre elas. Genericamente, se este intervalo é expresso
pela razão p/q (p > q), o parentesco entre elas é de ordem q. Assim, num
intervalo de uma oitava, temos uma relação p/q = 2/1, então o parentesco é de
primeiro grau (a segunda nota está inteiramente contida dentro da senóide da
primeira); num intervalo de quinta perfeita, a relação é p/q = 3/2, o
parentesco é de segundo grau. Na quarta perfeita, p/q = 4/3 e temos um
parentesco de terceiro grau e assim por diante.
Pode-se mostrar que a idéia de parentesco tem
implicações diretas na combinação de sons, criando os conceitos de
consonância e dissonância. Essas relações são resultado das possibilidades
discretas para a criação dos cerca de 1400 intervalos comentados
anteriormente. Certas combinações, dentro desse conjunto de intervalos, são
mais agradáveis ao ouvido humano que outras. E ainda, certas culturas tendem
a perceber consonâncias e dissonâncias de forma muito diferente.
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de som dos instrumentos musicais . As principais aplicações práticas do estudo das séries Série
harmônica (música)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Em física , série harmônica é
o conjunto de ondas composto da frequência fundamental e de todos os múltiplos
inteiros desta frequência. De forma geral, uma série harmônica é resultado da
vibração de algum tipo de oscilador harmônico . Entre estes estão inclusos os pêndulos , corpos rotativos (tais
como motores e geradores elétricos) e a maior parte
dos corpos produtores harmônicas estão na música e na análise de espectros eletromagnéticos, tais como
ondas de rádio e
sistemas de corrente alternada . Em matemática , o termo série harmônica refere-se a uma série infinita. Também podem
ser utilizadas outras ferramentas de análise matemática para estudar este
fenômeno, tais como as transformadas de Fourier e as séries de Fourier .
História
Desde a antiguidade, muitas civilizações perceberam que um corpo em
vibração produz sons em diferentes frequências. Os gregos há mais de seis mil anos já
estudavam este fenômeno através de um instrumento
experimental, o monocórdio . Os textos mais antigos de
que se tem conhecimento sobre o assunto foram escritos pelo filósofo e matemático grego Pitágoras . Aproximadamente na mesma
época, os chineses também realizavam pesquisas com harmônicos através de flautas .
Sobretom , Série harmônica (música)
Pitágoras percebeu que ao colocar uma corda em vibração ela não vibra
apenas em sua extensão total, mas forma também uma série de nós, que a
dividem em seções menores, os ventres, que vibram em frequências mais altas
que a fundamental. Se o monocórdio for longo o suficiente, estes nós e
ventres são visíveis. Logo se percebeu que estes nós se formam em pontos que
dividem a corda em duas partes iguais, três partes iguais e assim
sucessivamente. A figura ao lado mostra os nós e ventres das quatro primeiras
frequências de uma série. Para facilitar a compreensão eles são mostrados
separadamente, mas em uma corda real, todos se sobrepõem, gerando um desenho
complexo, semelhante à forma de onda do instrumento. Se colocarmos o dedo
levemente sobre um dos nós, isso provoca a divisão da corda em seções menores
e torna os ventres mais visíveis. Esta experiência pode ser feita com um
violão, ao pousar um dedo levemente sobre o 12º traste e dedilhar a corda. Isso
divide a corda em duas seções iguais e permite ver dois ventres distintos em
vibração.
Pela relação entre os comprimentos das seções e as frequências
produzidas por cada uma das subdivisões, pode-se facilmente concluir que a
corda soa simultaneamente, na frequência fundamental (F) e em todas as suas
freqüências múltiplas inteiras (2F, 3F, 4F, etc.). Cada uma dessas
frequências é um harmônico . A altura da
nota produzida pela corda é determinada pela frequência fundamental. As
demais frequências, embora ouvidas, não são percebidas como alturas
discretas, mas sim como parte do timbre característico da corda.
Devido à limitação da elasticidade da corda, os primeiros harmônicos
soam com maior intensidade que os posteriores e
exercem um papel mais importante na determinação da forma de onda e
consequentemente, no timbre do instrumento. O mesmo resultado pode ser obtido
ao colocar uma coluna de ar em vibração, embora neste caso não seja possível
ver os nós e ventres da onda.
O conhecimento da série harmônica permitiu à maior parte das
civilizações do mundo, escolher, dentre todas as frequências audíveis, um
conjunto reduzido de notas que soasse agradável ao ouvido. Pitágoras
percebeu, por exemplo, que o segundo harmônico (a nota com o dobro da
frequência da fundamental) soava como se fosse a mesma nota, apenas mais aguda .
Esta relação de frequências (F/2F, ou 2/1 se considerarmos os comprimentos
das cordas), que hoje chamamos de oitava , é percebida como neutra
(nem consonante nem dissonante ). O próximo intervalo ,
entre o segundo e o terceiro harmônico, (2F/3F ou 3/2) soa fortemente
consonante. Este é o intervalo que hoje é chamado de quinta . Os
intervalos seguintes obtidos pela sucessão de frequências da série, são os de
4/3 (quarta), 5/4 (terça maior) e 6/5 (terça menor), sucessivamente menos consonantes.
Pitágoras também percebeu que intervalos produzidos por relações de números
muito grandes, como 16/15 (segunda menor) soam fortemente dissonantes. Todos
estes intervalos fazem parte dos modos da música grega e da escala diatônica moderna. O intervalo de quinta, sobretudo, por ser o mais consonante
da série, foi a base para a construção da maior parte das escalas musicais existentes no mundo.
Os sons da série harmônica
A série harmônica é uma série infinita, composta de ondas senoidais
com todas as frequências múltiplas inteiras da frequência fundamental.
Tecnicamente, a frequência fundamental é o primeiro harmônico, no entanto,
devido a divergências de nomenclatura, alguns textos apresentam a frequência
2F como sendo o primeiro harmônico. Para evitar ambiguidades, consideramos,
no âmbito desse artigo, que a fundamental corresponde ao primeiro harmônico.
Não existe uma única série harmônica, mas sim uma série diferente para cada
frequência fundamental. A Tabela abaixo mostra dois exemplos de série harmónica.
Uma se inicia no Lá1(110 Hz) e a outra no Do2(132 Hz). A frequência dá nota
Do2 foi arredondada para simplificar a tabela. Em um sistema temperado as
frequências das notas seriam ligeiramente diferentes (Ver observações e o
texto abaixo). São mostrados os 16 primeiros harmônicos para cada série.
Aplicações das séries harmônicas na música
Composição das escalas musicais
Como o intervalo de quinta é o mais consonante de todos, a maior parte
das civilizações o adotou intuitivamente para selecionar as notas que
tomariam parte de suas escalas musicais. Isso inclui além da escala diatônica usada na música ocidental, os modos gregos e diversas escalas pentatônicas usadas na Ásia , África e por alguns povos
indígenas das Américas .
Se tomarmos por exemplo, a série harmônica cuja fundamental é a nota
Do, o segundo harmônico será o Do repetido uma oitava acima. O terceiro, será
uma nota Sol, uma quinta acima do segundo (ver tabela acima). Basta baixar de
uma oitava esta nota para que o primeiro Do e o Sol estejam a uma quinta de
distância. Se, de forma semelhante, tomarmos agora o Sol como fundamental de
uma nova série obtemos, por processo semelhante, o Ré, uma quinta acima desta
nota. Procedendo sucessivamente desta forma, as quintas vão se suceder na sequência:
Do, Sol, Ré, Lá, Mi, Si, Fá#, Do#, Sol# Ré#, Lá# e Fá (as doze notas da escala cromática ), após o que, o ciclo se repete.
Se tomarmos qualquer subconjunto deste ciclo e reordenarmos suas notas
de forma que pertençam todas à mesma oitava, teremos uma escala musical. Por
exemplo, se tomarmos as primeiras cinco notas do ciclo: Do, Sol, Ré, Lá e Mi
e a reordenarmos (transpondo o Ré o o Lá uma oitava abaixo e o Mi em duas
oitavas abaixo) teremos uma seqüência de notas ascendente: Do, Ré, Mi, Sol e
Lá, uma escala pentatônica utilizada na música chinesa .
Se tomarmos a sequência de 7 notas: Fá, Do, Sol, Ré, Lá, Mi e Si e
fizermos uma reordenação de oitavas semelhante à mostrada acima, teremos a
sequência Do, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si, a escala diatônica maior usada na música tonal .
Escalas microtonais, como as Ragas indianas , podem ser obtidas de
forma semelhante, a partir da série harmônica, mas nem todas as suas notas se
baseiam no ciclo das quintas. Algumas notas com intervalos menores que um tom
provêm de relações entre harmônicos mais altos, que geram ciclos mais longos
que o de doze semitons da escala cromática ocidental.
Construção de instrumentos musicais
Uma vez que a série harmônica é obtida naturalmente em qualquer
oscilador harmônico os instrumentos musicais com notas determinadas foram
inicialmente construídos de forma a utilizar apenas as notas pertencentes à
série. No entanto, esse tipo de construção gera intervalos ligeiramente
desafinados, principalmente nas oitavas mais altas. Podemos notar isso na
tabela acima, comparando a mesma nota em séries diferentes. Muitas das notas
que se repetem nas duas séries possuem frequências diferentes (como por
exemplo o Sol4 linhas 6 e 7). Isso significa que um instrumento afinado de
acordo com a série de Lá não poderia tocar em conjunto com um outro afinado
de acordo com a série de Do. Para corrigir este problema, os músicos possuíam
instrumentos de sopro afinados em diversas tonalidades diferentes, que eram
usados de acordo com a composição executada. Os instrumentos de cordas
precisavam ser reafinados para cada tonalidade diferente. Para minimizar esse
problema, utilizam-se atualmente escalas temperadas. O sistema de
temperamentos, introduzido na época da música barroca , altera as frequências de
algumas notas para permitir que todos os intervalos de quinta e oitava sejam
consonantes, mesmo que as notas obtidas fiquem ligeiramente diferentes das
notas da série harmônica. Isso permite a afinação em instrumentos polifônicos
como o piano ou o órgão ou entre
instrumentos diferentes.
O conhecimento da série harmônica é importante para a construção de
instrumentos musicais, principalmente aqueles baseados na vibração de colunas
de ar (instrumentos de sopro ou aerofones ). Nestes instrumentos, o
ar vibra dentro de tubos. Cada tubo possui uma freqüência fundamental
derivada do comprimento do tubo. Somente as notas da série harmônica derivada
desta fundamental podem ser executadas em cada comprimento de tubo. Para
permitir a utilização destes instrumentos para executar músicas em qualquer
escala, é preciso utilizar algum meio para alterar a frequência fundamental
do tubo e possibilitar a execução das notas que faltam na sua tessitura
original, seja através da utilização de orifícios como os da flauta ou alterando o comprimento
do tubo através de válvulas ou pistões , como em um trompete . Outra forma de aumentar a
tessitura de um aerofone é fazer instrumentos compostos de vários tubos, como
por exemplo, a flauta de pan e os órgãos.
Também para os demais instrumentos de altura definida (afináveis), o
conhecimento da série harmônica permite conseguir maior controle sobre a
execução ou afinação . Em um violão , por exemplo, podemos
notar que a distância entre os trastes não é constante. Eles ficam
mais próximos na região mais aguda do braço. Esta disposição obedece a
distribuição dos nós na série harmônica da corda.
Mídia
O áudio a seguir se constitui de frequência pura, verifique se seu
volume está em um nível seguro antes de executar este arquivo pois o mesmo
poderá causar danos ao aparelho auditivo.
Referências
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2.2. Frequência
Frequência significa o quanto alguma coisa se
repete e se essa repetição é maior ou menor. Por exemplo, se alguém perguntar
com que frequência você faz aniversário, a resposta será uma vez ao ano. Se a
pergunta é com que frequência você vai à escola, ou ao serviço, a resposta
pode ser cinco vezes (dias) por semana.
Nós vimos que o som é produzido por vibrações e
que para podermos trabalhar esse som, precisamos transformá-lo em
eletricidade, que chamamos de sinal. Essas vibrações e as consequentes
oscilações do sinal podem ser mais rápidas, ou mais lentas. Quanto mais
rápidas, maior será a frequência e mais agudo o som. Quanto mais lentas,
menor será a frequência, e mais grave o som.
Em áudio, e na eletrônica, medimos a frequência
em quantidades de oscilações por segundo. A unidade da frequência é o Hertz
(pronuncia-se hertz), cujo símbolo é Hz. O múltiplo mais usado em áudio é o
kilo (k). 1 kHz é igual a 1000Hz. O ouvido humano, tipicamente, escuta de 20Hz (sons mais graves) até 20KHz (sons
mais agudos).
Para termos uma noção melhor de frequência, vamos
comparar as notas musicais com suas respectivas frequências. Os instrumentos
musicais são afinados com referência na nota lá (A) da oitava central, cuja
frequência é de 440Hz. Temos a seguir uma tabela das frequências das notas na
oitava central.
Para obtermos as notas uma oitava abaixo,
dividimos sua frequência por dois. Para obtermos as notas uma oitava acima,
multiplicamos por dois; duas oitavas por quatro; três oitavas por oito...
A figura seguinte, que será de grande valia para
equalização, mostra a tessitura dos instrumentos e das vozes, bem como suas
relações com as frequências. A tessitura indica quais notas o instrumento, ou
a voz, é capaz de emitir; ou em outras palavras, quais frequências cada
instrumento, ou voz, produz.
Referências:
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Lições Elementares de Teoria Musical. Samuel Archanjo. Ed. Ricordi.
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Dicionário de Acordes para Piano e Teclado - 2ª Ed. Luciano Alves. Ed.
Irmãos Vitale.
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O Mundo Maravilhoso da Música - Ed. Melhoramentos.
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