Não
Mudo de Opinião
A
MÚSICA DE ZÉ KETI
Opinião
Podem me prender
Podem me bater Podem, até deixar-me sem comer Que eu não mudo de opinião Daqui do morro Se não tem água Eu furo um poço Se não tem carne Eu compro um osso E ponho na sopa E deixa andar Fale de mim quem quiser falar Aqui eu não pago aluguel Se eu morrer amanhã, seu doutor Estou pertinho do céu
Eu não saio, não
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Isso fica muito bem em termos de
rebeldia infantil, mas em termos lógico-dialético as pessoas que caminham em
linha reta acabam por cair em precipício ou por mergulhar no mar.
Ou são tolas ou são jovens ou são
velhos que nada aprenderam em sua trajetória de vida.
Há muitas razões para você mudar de
opinião:
1.
você
não tinha informações suficientes para tomar a decisão mais antiga;
2.
embora
tivesse bastante dados, surgiram dados novos que mudam o enfoque, mostrando o
antigo como inadequado;
3.
sua
inteligência (ou a minha), mesmo com documentos fidedignos e finais, não foi
capaz de discernir o melhor caminho;
4.
sob
pressão das chefias ou de coletivos muito pesados e insistentes, você titubeou
e mesmo sabendo que estava certo você aceitou a opinião alheia menos
conveniente;
5.
e
assim por diante.
Tudo isso pode ser sabido, mas nunca
soube de nenhum livro que instruísse sobre o modo completo de opinar e de se
precaver quanto a decisões erradas. Pode existir tal livro, mas nunca vi
exposto nas livrarias, bancas, bibliotecas (que, aliás, nem tenho visitado, por
falha minha). Há livros de lógica, mas esta seria subjacente às opiniões.
Qual seria o processo GERAL de
opinar?
Quanta informação se deve reunir,
qual a utilidade de esperar por mais e quanto risco se corre frente aos prazos?
Como você pode pensar, ter um livro
desses faria o máximo de sentido para as diretorias das empresas, para os
governos, para as universidades e institutos, para os bancos e para todo
tomador de decisões.
Serra, terça-feira,
23 de agosto de 2011.
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