Mansur e a Invenção da
Sabedoria Árabe
No excelente álbum em quadrinhos Gonick, Larry História
do Mundo em Quadrinhos (A Ascenção do Mundo Árabe e a História da
África), São Paulo, Jaboticaba, 2004 ficamos sabendo muitas coisas que os
livros oficiais de história não contam.
Por exemplo, na página 40 e ss. lemos:
1.
“Al-Mansur
cercou-se de conselheiros persas – um vizir persa, ou primeiro ministro,
governava o Estado – e eles falaram ao Califa de um outro tesouro: as
bibliotecas persas”;
2.
“Para
o Califa, estas bibliotecas, cheias de ensinamentos dos hindus, persas, gregos
e romanos, tinham apenas um problema: nada estava escrito em árabe”;
3.
“Al-Mansur,
que queria expandir esse conhecimento por todo o mundo muçulmano, ordenou que
tudo fosse traduzido para o árabe”;
4.
“O
trabalho durou 100 an0s...” [veja só quanto material];
5.
“E,
assim, no século IX, o estudo da ciência, da matemática, e da medicina começou
a florescer pra lá de Bagdá...”.
ABU JA’FAR AL-MANSUR
Uma representação cinematográfica.
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Al-Mansur (califa
abássida)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Abu Ja'far Abdallah ibn Muhammad al-Mansur (712 – 775; em árabe: ابو جعفر عبدالله ابن محمد المنصور) foi o segundo califa abássida. Reinou de 754 a 775. Em 762 fundou a nova residência imperial e a cidade
palaciana de Madinat as-Salam, que com o tempo se converteria na
capital imperial Bagdá.
Al-Mansur se preocupava com a solidez de seu regime após a morte de
seu irmão, Abu l-'Abbas, que logo seria conhecido
como “as-Saffah”. Em 755 dispôs o assassinato de Abu Muslim, um liberto leal com excessivo poder no Irã e Transoxiana.
Al-Mansur se considerava um soberano universal com autoridade
religiosa e secular. Sua vitória sobre Nafs az-zakiya, um rebelde xiita no sul do Iraque e na Península
arábica fez que os grupos chiitas
se alejasen ainda mais nele.
Durante seu reinado, a literatura islâmica e os estudos corânicos iniciaram uma época de
esplendor graças a tolerância abássida frente aos Persas e outros grupos reprimidos
na época omíada. Não obstante o califa
omíada Hisham ibn Abd al-Malik ter já adotado as práticas
cortesãs persas, não foi até a época de al-Mansur quando se apreciou em todo
seu valor a literatura
persa no mundo islâmico. Teve
então lugar o movimento literário de Shu'ubiya, que supunha a superioridade da expressão
cultural persa sobre a árabe.
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Abu Ja'far Abdallah ibn Muhammad al-Mansur (712 – 775; em árabe: ابو جعفر عبدالله ابن محمد المنصور) foi o segundo califa abássida. Reinou de 754 a 775. Em 762 fundou a nova
residência imperial e a cidade palaciana de Madinat as-Salam, que com
o tempo se converteria na capital imperial Bagdá.
Al-Mansur se
preocupava com a solidez de seu regime após a morte de seu irmão, Abu l-'Abbas, que logo seria conhecido como “as-Saffah”. Em 755 dispôs o assassinato
de Abu Muslim, um liberto leal com excessivo poder no Irã e Transoxiana.
Al-Mansur se
considerava um soberano universal com autoridade religiosa e secular. Sua vitória
sobre Nafs az-zakiya, um rebelde xiita no sul do Iraque e na Península arábica fez que os grupos chiitas se alejasen
ainda mais nele.
Durante seu
reinado, a literatura islâmica e os estudos corânicos iniciaram uma época de esplendor graças a
tolerância abássida frente aos Persas e outros grupos
reprimidos na época omíada. Não obstante o
califa omíada Hisham ibn Abd al-Malik ter já adotado as práticas cortesãs
persas, não foi até a época de al-Mansur quando se apreciou em todo seu valor
a literatura persa no mundo islâmico. Teve então lugar o
movimento literário de Shu'ubiya, que supunha a
superioridade da expressão cultural persa sobre a árabe.
Ainda talvez
mais importante que todo este movimento cultural foi a conversão de muitos
árabes ao Islão, algo que não se havia estimulado durante o califado omíada.
Com os Abássidas, especialmente desde al-Mansur, a expansão do Islamismo foi
muito mais rápida que no passado.
Al-Mansur morreu
em 775 en sua viagem,
para Meca para cumprir o hajj. Sucedeu-lhe o seu filho, Al-Mahdi. Reinou no Al-Andalus quando os muçulmanos invadiram a Península Ibérica.
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Viveu de 712 a 775 (63 anos entre datas).
Não admira mesmo nada que depois dele tenha
começado uma “época de esplendor”; seria preciso correlacionar os sábios
islâmicos (média de vida de Al-Mansur em 743, + 100 anos de traduções = 843)
com a posteridade das traduções, isto é, qual o percentual de sábios muçulmanos
QUE SUCEDERAM AS TRADUÇÕES?
É evidente que Bagdá se tornaria mesmo um
lugar de peregrinações para todos os que quisessem aprender (e depois ensinar)
a partir dos mestres:
1. Hindus;
2. Persas;
3. Gregos;
4. Romanos.
E errado estarão todos os que (como os
brasileiros) não traduzem TUDO dos estrangeiros.
Depois de ler tudo isso os árabes passaram
a produzir demais:
a) “O químico persa
Jabir padronizou o procedimento das experiências científicas além de mexer com
explosivos...”;
b) “O matemático
Al-Khuwarizmi (de Khwarizm, ou Kheva ou Khiva, no norte da Pérsia) produziu o
primeiro livro de ÁLGEBRA”;
c) “Outros escreveram
sobre agricultura, medicina, ótica, mineralogia, meteorologia, astronomia, etc.
etc. etc.”;
d) “E assim, além de
palácios e mesquitas, um viajante naqueles dias podia encontrar também
hospitais públicos, parques e jardins, lugares para viajantes, banhos,
universidades, observatórios astronômicos – em resumo, os ingredientes para uma
grande civilização”.
Eles copiaram errado pelo menos a solução correta
dos hindus para o seno (que deve ter ido com Alexandre Magno e os gregos).
Enfim, os árabes copiaram egípcios e sumérios,
gregos e romanos, hindus e chineses, copiaram todo mundo e passaram para frente
como seu.
A geo-história precisa ser revista.
Provavelmente desenvolveram autonomamente bem pouco.
Ao contrário do que dizem, a civilização árabe não foi FONTE de conhecimento,
foi apenas transmissora.
Serra, segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012.
José Augusto Gava.
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