Muito Obrigado (da série Cometários)

Muito Obrigado

 

Há um tipo de livro que é intragável, mas me obrigo a ler PORQUE nos lugares mais estranhos a gente encontra algo de útil, que por vezes muda radicalmente nossa abordagem, como aconteceu com certo livro boboca onde encontrei, depois de 16 anos de busca, a chave para abrir π.

VOU CITAR:

1.       A Caverna dos Magos (fascinantes histórias sobre Magia e Magos), Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2003 (sobre original de 2001), vários;

2.       Como Treinar o Seu Dragão (por Soluço Spantosicus Strondus III, traduzido do Antigo Norueguês por Cressida Cowell), Rio de Janeiro, Intrínseca, 2010 (sobre original de 2003), Cressida Cowell (com ilustrações dela – horríveis), com recomendação: “o livro que inspirou o filme”;

3.      Matilda no Hospital, São Paulo, Cia das Letras, 2009 (sobre original de 1974), Christianna Brand (ilustrações de Edward Ardizzone – são muito boas);

4.      Pippi Meialonga, São Paulo, Companhia das Letrinhas, 2001 (sobre original de 1946), Astrid Lindgren (com ilustrações de Michael Chesworth – muito boas);

5.      Sir Gauchelot Dá o Melhor de Si (O pior cavaleiro do mundo), São Paulo, Companhia das Letrinhas, 2009 (sobre original de 2001), Martyn Berdsley (com ilustrações de Tony Ross – péssimas);

São (estes e outros) livros que levo até meses, até anos para ler. Forço-me a ler até o fim. Talvez para você sejam livros maravilhosos, mas para mim estão cheios de maldades, de malícias, de magias malsãs.

Monteiro Lobato dá de mil a zero neles todos. Não é à toa que dei o nome de Lobatos a certas formações geológicas características que encontrei nos textos encadeados em “Todo Petróleo e Todo Gás”.

Os brasileiros sentem certa dificuldade em abraçar a grandiosidade, sentem medo de publicar, enquanto os estrangeiros publicam qualquer coisa. Nos filmes é a mesma coisa, só que neste caso, por sorte, só são importados os filmes melhorzinhos. Peguei um, extraordinariamente ruim, Garuda, que levei quatro anos ou mais para terminar. Devemos dar graças porque os filmes são pré-selecionados e só vêm os “assistíveis”. Agora, com os piratas, têm vindo uma quantidade enorme de porcarias.

GARUDA (são temas formidáveis, transformados em imundície; só obrigados e muito obrigados é que assistimos)

Serra, sábado, 09 de outubro de 2010.