Saturday, November 30, 2013

Liberdade Excessiva (da série Cometários)


Liberdade Excessiva

 

Susan Cooper é de 1935, têm agora em 2010 75 anos. Diz na biografia de internet que nasceu na Grã-Bretanha e está radicada nos EUA.

Dela, li dois livros, este mais recente A Feiticeira Verde (da série A Rebelião das Trevas), São Paulo, Novo Século, 2010, edição original de 1974. Nele os Anciãos combatem pela Luz contra as Trevas, com a ajuda de três crianças, os irmãos Jane, Barney e Simon. Sem partido entre os competidores está a “magia selvagem”, cuja tradução na Rede Cognata seria MULHER PAGÃ = MODELO SACANA e segue, com Thetys, o oceano primitivo (esse é o nome de um dos oceanos primordiais, segundo os geólogos) no fundo da trama.

Lá pelas tantas, página 39 em diante, há uma cerimônia pagã dirigida à montagem com espinheiros e plantas de uma estrutura a que dão o nome do título, Feiticeira Verde, que será depois mandada a sua “mãe”, o suposto oceano arcano Thetys, sendo derrubada no fundo do mar e mais tarde adquirindo vida fantasmagórica.

Bem, os ingleses são de cristianização relativamente tardia e não se livraram ainda de Wicca, druidas e todas essas bobagens. Acham que Cristo é somente um vencedor na batalha pelas mentes e corações e não o libertador da Terra em relação a essa perda de tempo que é a ritualização e todos esses cantos e contos que de vez em quando os magos ressuscitam para alimentar as mentes pueris.

Quando estava criando o modelo pirâmide, ele foi se organizando em grupos de quatro, dois pares deles, formando oito mais a matemática no centro. Apareciam todos os outros (artistas, teólogos-religiosos, filósofos-ideólogos, cientistas-técnicos e matemáticos), porém os magos estavam ausentes, depois de terem sido escorraçados em seus excessos da Idade Média. Onde estariam? Primeiro vi que se refugiaram nos circos, depois os vi manipulando os fios dos 22 grupos de artistas do que chamei tecnartistas dos sentidos (visão, audição, olfato, tato e paladar). Lá estavam mexendo os cordões dos títeres, uma palavra aqui e outra ali, principalmente nos livros e nos filmes, onde mais crianças são pegas.

Sendo os mais antigos de todos os conhecimentos altos,  vindo logo depois dos artistas, eles querem ainda sua liberdade feroz, o liberalismo, a libertinagem, esse tipo de coisa: nunca crescem, são sempre infantis.

Não quero castigar essa senhora, porque ela também presta serviço, diverte as crianças humanas. Entrementes, os magos vão introduzindo aqui e acolá o desserviço à humanidade. Aquelas ideias malucas deles confraternizam para trazer à tona medos primitivos.

Em vez de se manterem puros, optaram por andar nessa senda tortuosa das magias perversas.

É uma pena, realmente.

Serra, quarta-feira, 06 de outubro de 2010.

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