A
Rainha da Caverna
No Modelo da Caverna para a Expansão
dos Sapiens (MCES) vimos que as mulheres (fêmeas e pseudomachos) ficavam com 80
a 90 % de todos, enquanto os homens (machos e pseudofêmeas) partiam nos bandos
de 20 a 10 %.
As mulheres davam atenção especialíssima
aos garotinhos, centro de tudo, enquanto desprezavam as meninas (que na Rede
Cognata, menininhas = MÃES; faz sentido: as meninas já nascem com todos os
óvulos), pois eram potenciais competidoras pelos depósitos de espermas nos
vasos (= VAGINAS) de depósito.
Estas se sentiam as últimas das criaturas,
como não poderia deixar de ser, e só as inférteis ficavam pior, porque tendo se
alçado à condição de mulheres (= METEDORAS = MERETRIZES) não podiam procriar,
fazer filhos, ficavam sem direito a qualquer futuro, o que as consumia em ódio.
Embora isso seja cruel, não deixa de
ter sentido, que é o de forçar as meninas a aceitarem os homens quando
menstruassem, ou seja, as criaturas estranhas e peludas com todo seu peso sobre
seu corpo pouco mais que púbere.
Era uma transição dolorosa, ver
invadido seu corpo tanto pelo pênis, enfiado muitas vezes em seqüência, quanto
pelo intruso, o feto que consumia as entranhas como um predador interno que não
se podia tirar e que, mais ainda, era amado depois do terceiro mês e das
náuseas de rejeição.
Elas tinham ali esse forte empurrão,
o desprezo geral das mães (mulheres férteis que tiveram filhos), que as levava
inevitavelmente à idéia generalizada de ir embora constituir sua própria
casa-caverna, como acontece até hoje. Queriam porque queriam “ir embora”,
ocupar sua casa, construir seu ninho, ter sua prole, cujas meninas também
seriam desprezadas pelo mesmo motivo. Tudo era muito precoce, as meninas
transavam aos 10 anos e aos 15 já eram mães aspirando ao seu próprio futuro, o
que foi excepcional para o futuro da espécie, pois nos espalhou para além do
indivíduo, da família e do grupo.
Em resumo, as menininhas eram
escorraçadas por um motivo muito forte, o de terem a AUDÁCIA TREMENDA de
construir o futuro, apesar de serem apenas crianças impúberes menstruadas que
tinham, da noite para o dia, de se tornar adultas e aceitar seus respectivos
homens. Elas iam se tornar rainhas (= MÃES) de seu próprio castelo e de suas
ninhadas.
Não era a tarefa mais fácil do
mundo, nunca foi: aquela gente, nunca suficientemente decantada e elogiada, era
sem dúvida alguma heroína. Era mais forte que nós, seus distantes descendentes,
porque estava em posição desvantajosa diante da Natureza.
Então, as menininhas tinham mesmo de
ser espicaçadas, pois de outro modo se apegariam à proximidade da tribo e das
mães e não se soltariam por nada.
Era superútil, embora supercruel.
Então, quando elas chegavam à condição
de ser mãe ou rainha do lar em sua caverna, entendiam tudo e procediam da mesma
forma com suas menininhas, vergastando-as sem dó nem piedade, porque o futuro
dependia disso.
Vitória, terça-feira,
13 de dezembro de 2005.
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