Sunday, December 15, 2013

A Opção das Mulheres pela Inteligência-Memória (da série Material Sensível, grupo MCES Modelo da Caverna para a Expansão dos Sapiens)


A Opção das Mulheres pela Inteligência-Memória

 

                               Do Modelo da Caverna para a Expansão dos Sapiens despontou que os homens saíam para caçar e as mulheres ficavam; em vista disso, para projetar as caçadas altamente complexas, a posição de caça um na chamada LANÇA DE CAÇA (seria mais uma torquês, mas quero conservar a idéia de projétil), o aparato a levar e usar em cada caso, toda a logística ofensiva, os ataques, quando e como, o futuro onde a caça seria achada, as estações em que seria útil sair e mais um milhar de assuntos os homens desenvolveram poderosamente a intuição, a capacidade de projetar o futuro.

Então, só para começar, a intuição não fica do lado das mulheres, está do lado dos homens. Não são elas que têm a intuição (= CAÇA na Rede Cognata) como um sexto sentido, são os homens, os caçadores, porque para coletar não é preciso projetar nada, não é necessário programar coisa alguma.

Elas desenvolveram a racionalidade como capacidade de acumular infinitas informações, todas estocadas em escaninhos ou boxes bem delimitados, podendo ser recuperadas a qualquer instante.

                               Então, a Natureza se especializou, enviando uns para a intuição/caça e a inteligência preditiva e outras para o contínuo pensamento miúdo e a memória, que ficaram com as mulheres.  [Evidentemente a curva do sino nos diz que há homens que supermemorizam e mulheres superinteligentes, mas as médias estão deslocadas, a dos homens para a inteligência, a das mulheres para a memória].

Não é nada parecido com essa estória de que elas não são inteligentes, houve uma opção por um instrumento muito poderoso, a memória, que nós homens sequer temos idéia de como funciona. Elas operam com uma CARGA DE MEMÓRIA que é incompatível com nossas cabeças, ao passo que nós projetamos o futuro.

                               Logo de início elas tinham de lidar com 80 a 90% do pessoal todo, alocar espaços, saber quando seria hora de colher isso e aquilo dos milhares de árvores, quanto cabia a cada uma, onde estavam as coisas (até hoje é assim nas casas), quem era filho de quem (pois transavam com muito mais machos que hoje) e mais uma tonelada de dados que deviam ser transformados em informações.

Os homens, não, estes estavam livres para somente pensar, para projetar; foram desincumbidos de guardar as memórias preciosas. Que elas tivessem feito essa opção e que tivessem dominado a humanidade por pelo menos cinco milhões de anos é surpreendente.

Como isso se deu?

                               Vitória, sexta-feira, 25 de março de 2005.

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