Sunday, December 15, 2013

A Exclusão dos Homens e o que Ocorreu Depois (da série Material Sensível, grupo MCES Modelo da Caverna para a Expansão dos Sapiens)


A Exclusão dos Homens e o que Ocorreu Depois

 

                               Tendo concluído no Modelo da Caverna para a Expansão dos Sapiens que 80 a 90 % de todos ficavam na Caverna geral com as mulheres e somente 20 a 10 % de homens saíam, quais significados advém disso em termos de formação de dois grupos distintos?                            

10 %
90 %
20 %
80 %

Um grupo grande tem muita liberdade, beirando a licenciosidade, ao passo que um grupo pequeno deve ser coeso se quiser enfrentar a contento os predadores de todo tipo, de fungos a plantas, de animais a primatas, de hominídeos a grupos humanos adversários.

De forma que devemos contar que se grandes grupos estiverem reunidos eles tenderão a voltar à condição-de-coletividade feminina, ao passo que os homens EM ESTADO DE GUERRA serão altamente disciplinados.

O GRUPO GRANDE (GG) das mulheres tendia a cair na gandaia, porque elas davam liberdade aos garotos, os queridinhos, e de lambuja aos outros, pois suas tarefas eram muitas, os filhos demasiados, as incumbências com todos os demais também exageradas.

Já da parte dos homens o enfrentamento significava a proteção de todos e cada um, porque a perda de um só podia enfraquecer o grupo, em razão de o ritmo de reposição ser biologicamente lento. Então, todo guerreiro era prezado, o que criou uma IDENTIDADE MASCULINA, embora só em situações de enfrentamento. Em condições de paz e de brandura o espírito de corpo não vai se apresentar e muito menos prevalecer; nessas condições os homens se hostilizarão. Contudo, acredito agora que nas situações extremas as dissensões ou desacordos desaparecerão e prevalecerá a identidade em torno do chefe de guerra.

Donde vem isso?

Vem dessa exclusão, de os homens terem sido empurrados para fora do grupão, enxotados para a caça, onde morriam, onde eram feridos e onde viviam em solidão nas condições mais penosas, desenvolvendo então identidade e resistência, aprendendo a projetar o futuro; e quando foram trazidos de volta pelo assentamento promovido pela agropecuária feminina, tomaram o poder, pois tinham sido crestados e consumidos pela vida e pela morte.

Foram queimados como madeira no fogo, endurecidos até adquirir essa têmpera com que dominaram o mundo do começo, lá pelos lados de Jericó há 11,5 mil anos.

Eis a dialética.

Da dor da solidão e da diminuição veio a conquista do mundo de depois. Mas a crueldade adquirida no enfrentamento, quando trazida para dentro, significou espancamento das mulheres e das crianças por não conseguirem mais a antiga vazão.

Vitória, quinta-feira, 11 de agosto de 2005.

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