A
Selva Lá de Casa
Como o Modelo da Caverna para a
Expansão dos Sapiens (MCES) mostrou repetidamente, o time-de-caça dos homens
não era apenas um grupo, era um modo de vida que ficou gravado no ADRN
MASCULINO (pode parecer que o ADRN é um só, mas ele é dois, separando XX e XY
em duas modalidades de visão DO SER ÚNICO HOMULHER).
Assim, aquilo de caçar continua.
Não desapareceu só porque paramos de
caçar animais.
Agora que não há mais animais fora
das reservas, temos jogos eletrônicos e esportes, guerras entre humanos, jogos
de guerra, simulações, bares onde contar vantagens, mulheres que são disputadas
– a luta está mais feroz do que nunca. De modo algum desapareceu ou deixou de
fazer vítimas, está operando a todo vapor.
Se não caço mais, se escrevo, isso é
caçar; a impedida caçada masculina se desdobrou em mil modos de acossar, desde
fazer as 22 tecnartes até buscar o Conhecimento (Magia-Arte, Teologia-Religião,
Filosofia-Ideologia, Ciência-Técnica e Matemática). A ideologica-política, em
particular, é um campo ferocíssimo de caçada. A Economia
(agropecuária-extrativismo, indústrias, comércio, serviços e bancos) o é. Toda
a Psicologia (psicanálise ou figuras, psico-síntese ou objetivos, economia ou
produção, sociologia ou organização, geo-história ou espaçotempo) é, pois TUDO
É.
Tudo que todo homem faz em toda
parte é caçar.
Em casa, escrevendo meus textos,
estou caçando a Natureza e os outros seres humanos. Os 145 livros já prontos,
cada qual com 50 artigos, são 7.250 empreendimentos de caça, mais os do modelo,
das posteridades e das ulterioridades, as 8.000 idéias e patentes.
Todos os tecnocientistas que querem
se ver como pessoas refinadas, na verdade ainda estão farejando as presas, os
dentões à mostra.
Ainda voamos na garganta dos bichos
do mesmo modo que há cinco milhões de anos, só que agora a conjuntura é outra.
Não adianta nada pensarmos que nos
tornamos desprovidos dos instintos, eles foram é aguçados ainda mais. Qualquer
poetinha sublime ainda está fazendo os mesmos gestos destrutivos d’antanho.
Vitória, 25 de fevereiro de 2007.
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