Saturday, December 14, 2013

A Descoberta de Algo Espantosamente Simples (da série Material Sensível, grupo MCES Modelo da Caverna para a Expansão dos Sapiens)


A Descoberta de Algo Espantosamente Simples

 

                               Minha filha viajou para Ouro Preto, Minas Gerais para passar o carnaval de 2004 e deixou comigo sua gata, Yuki (em japonês, neve, embora ela seja amarelada).

Por conta da coletânea A Expansão dos Sapiens tenho raciocinado sobre os gatos no Modelo da Caverna, chegando a várias compreensões novas, vá ler.

                               A Yuki tem um corpinho minúsculo, muito leve, boca pequena, uma língua que é do tamanho de um dedo mínimo ou mindinho, e treme a pobrezinha. Ouriça-se e foge à menor aproximação desavisada e de pensar nela aqui, longe de minha filha, num ambiente estranho que para ela é hostil, me compenetrei dos seres todos e seu permanente estado de abandono, da carência constante que todos sentem de amor e carinho. Pela Internet fiquei sabendo que os gatos vão de dois a dez quilogramas, em geral quatro quilogramas, mas a Yuki parece bem mais leve. E os cérebros deve ser minúsculos, mas não lhes tira a independência, eles optam por si mesmos.

                               Pois bem, lá está a Yuki, pequenina criatura tão necessitada de imenso amor quanto qualquer ser humano; e vemos assim que aquilo de que mais necessitam todos os seres é mesmo de amor, não de comidas, bebidas, pastas e temperos nem de qualquer outra dimensão das (até agora estimadas 18 outras) tecnartes.

Só com a presença dela pude entender, depois dos 50 anos, que os seres estão na Terra somente para receber amor, que foi em busca do que vieram e que tudo de desagradável que ocorre vem em virtude do desamor, o amor que-não-é-dado ou do que é dado e recusado.

                               Como faremos para cada um ser elevado àquelas tão grandes alturas a que o Amor ilimitado levantaria todos e cada um?

Como você sabe, essa é a pergunta central com que se debate todo iluminado e todo aquele que pretenda as mais altas soluções ou soberanias para a humanidade. Pois ninguém está aqui pela fama, pela glória, pela riqueza, pela posse, pela exibição e por tudo isso que é externamente apenas a contraparte dessa necessidade verdadeira interna.

Cada um está aqui pela proximidade, pela aceitação que seria a cura de tudo, desde obesidade (quando vemos um obeso, todo aquele peso excedente é equivalente ao amor que falta, é o outro lado da balança) a toda doença humana.
                               Vitória, segunda-feira, 23 de fevereiro de 2004.

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