A
Descoberta de Algo Espantosamente Simples
Minha filha viajou
para Ouro Preto, Minas Gerais para passar o carnaval de 2004 e deixou comigo sua
gata, Yuki (em japonês, neve, embora ela seja amarelada).
Por conta da coletânea A Expansão dos Sapiens tenho
raciocinado sobre os gatos no Modelo da Caverna, chegando a várias compreensões
novas, vá ler.
A Yuki tem um
corpinho minúsculo, muito leve, boca pequena, uma língua que é do tamanho de um
dedo mínimo ou mindinho, e treme a pobrezinha. Ouriça-se e foge à menor
aproximação desavisada e de pensar nela aqui, longe de minha filha, num
ambiente estranho que para ela é hostil, me compenetrei dos seres todos e seu permanente
estado de abandono, da carência constante que todos sentem de amor e carinho. Pela
Internet fiquei sabendo que os gatos vão de dois a dez quilogramas, em geral
quatro quilogramas, mas a Yuki parece bem mais leve. E os cérebros deve ser
minúsculos, mas não lhes tira a independência, eles optam por si mesmos.
Pois bem, lá está
a Yuki, pequenina criatura tão necessitada de imenso amor quanto qualquer ser
humano; e vemos assim que aquilo de que mais necessitam todos os seres é mesmo
de amor, não de comidas, bebidas, pastas e temperos nem de qualquer outra
dimensão das (até agora estimadas 18 outras) tecnartes.
Só com a presença dela pude
entender, depois dos 50 anos, que os seres estão na Terra somente para receber
amor, que foi em busca do que vieram e que tudo de desagradável que ocorre vem
em virtude do desamor, o amor que-não-é-dado ou do que é dado e recusado.
Como faremos para
cada um ser elevado àquelas tão grandes alturas a que o Amor ilimitado
levantaria todos e cada um?
Como você sabe, essa é a pergunta
central com que se debate todo iluminado e todo aquele que pretenda as mais altas
soluções ou soberanias para a humanidade. Pois ninguém está aqui pela fama, pela
glória, pela riqueza, pela posse, pela exibição e por tudo isso que é
externamente apenas a contraparte dessa necessidade verdadeira interna.
Cada um está aqui pela proximidade,
pela aceitação que seria a cura de tudo, desde obesidade (quando vemos um obeso,
todo aquele peso excedente é equivalente ao amor que falta, é o outro lado da
balança) a toda doença humana.
Vitória,
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2004.
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