A
Sopa Densa de Inutilidades
O modelo pirâmide aconselha colocar
tudo em grupos de quatro, mais um centro, dentro do princípio da parcimônia de
Ocan.
Guardada a precaução, podemos
subdividir cada nível em outros quatros e assim sucessivamente quatro vezes, de
modo que teremos 4 x 4 x 4 x 4 + 1 = 16 x 16 + 1 = 256 + 1 = 257. O 257º nível
está na lama da lama, não tem nada ou quase nada a incrementar, a acrescentar, e
vive do que os outros produzem.
A grande vontade que se tem é de
abandoná-lo.
Contudo, se você pensar bem verá que
todos nós estamos, nalgum quesito, nessa condição, e que produzimos
inutilidades.
Há no rodapé uma sopa densa dessas
inutilidades.
Repare com atenção que se você é
supercapaz de pensar talvez não saiba cozinhar, não saiba cuidar de maritacas
ou não saiba mergulhar no fundo do mar ou isso e aquilo.
A ideia de abandono é perigosa, é
sediciosa.
QUEM PODE SER ABANDONADO?
Quem não tem absolutamente nada a
acrescentar?
A racionalidade é tal que não
sabemos dizer quem, absolutamente, não tem nada a acrescentar.
Há uma SDI, sopa densa de
inutilidades, no sopé da nossa construção ameaçando-nos de afundamento, mas não
sabemos se justamente de lá não virá a salvação. Se você tomar QUALQUER UMA
nobreza de agora, ela virá de alguma pobreza do passado, pobreza que teria sido
morta pelos eugenistas de então. Fatalmente julgariam tal pobreza sem futuro e
a teriam cortado sem dó nem piedade: nossos mais amados pesquisadores, santo-sábios
e até iluminados iriam desaparecendo, se pudéssemos ver para trás seus
antecedentes.
A SDI é algo que carregamos e
devemos carregar.
Quando vejo as pessoas feias de
rosto, vestidas com roupas feias, morando em casas feias em bairros horrorosos,
penso em quais, no futuro a médio e longo prazos, serão seus descendentes.
Certamente algumas dos melhores descendentes, ao passo que dos melhores de
agora sobreviverão muitos terrores e fracassos.
Como diz o povo, “só Deus”.
Serra, quarta-feira, 03 de agosto de
2011.
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