A
Trajetória da Bala
Faz bastante tempo que venho pedindo
para filmarem (antes da virtualidade da computação gráfica dificilmente teria
sido possível) a bala fazendo seu estrago num corpo (pode ser qualquer um, mas
um humano seria melhor: neste caso dever-se-ia filmar toda uma vida feliz que
vem se encontrar com a bala e o fim).
Os biólogos e os anatomistas
acompanhariam os desenhistas, expondo o que acontece com os nervos, os tendões,
os músculos do coração – a dilaceração, a destruição violenta, o rompimento.
Agora quero propor aos cineastas
algo além.
Produzido seu efeito primário, morta
a pessoa, os efeitos secundários se propagariam para longe, atingindo a
família, mostrando-se a mulher do sujeito e as crianças no dia mesmo em que
soubessem e nos dias e meses seguintes; o pai e a mãe; os irmãos e irmãs; os
parentes; os colegas de serviço; os amigos e amigas.
A
DESTRUTIVIDADE DA BALA
(ela não é somente físico-química, é biológica-p.2 e psicológica-p.3: atinge as
figuras e os objetivos, as economias e as sociologias, as geo-histórias)
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Enfim, todos os efeitos da bala ao
longo de dias e meses.
Propagação e propagação.
Serra, quinta-feira,
04 de agosto de 2011.
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