Wednesday, November 27, 2013

A Vasta Pequenez da Humanidade (da série Cometários)


A Vasta Pequenez da Humanidade

 

Agora somos 7ilhões, gente demais trombando.

Comecei a ver a humanidade, estatisticamente, como um balde onde muito pouco destoa da superfície parada. Aqui e ali um pingo sobressai, uma leve ondulação, algo de infinitesimal frente ao plano quase estático.

O BALDE DA HUMANIDADE

Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsS2NJIAzMMKygibTqHGQzYBd_IAMM_X9eGnSWx0cGZ-aTMLYTnQS3GSMXSIb0ztTJW4lOOUUtHywTi7OOWlD6nVkz33an_Zh4PYudJ9sHKGSRP7hLJZlVcjxCZhAAOm10KDg4/s320/_balde.jpg

Quase nada é diferente, quase tudo é semelhante.

Vez em quando surge um Miguel Nicolelis e centenas ou mesmo milhares param o que estavam fazendo e vão correndo pesquisar em volta dele.

EM VOLTA DE

Descrição: http://quiprona.files.wordpress.com/2011/01/nicolelis.jpg
O inventor
Neuroprótese. O termo parece esquisito, mas é feijão com arroz para Nicolelis. Afinal, ele foi um dos principais desenvolvedores da coisa – nada mais que uma interface cérebro-máquina — uma espécie de “ligação direta” entre os neurônios e os nervos, sem precisar passar pela medula. Por isso seu trabalho é um marco na ciência: no famoso monkey lab da Duke, a macaca Aurora moveu um braço robótico apenas com a “força do pensamento”. O movimento foi possível com o desenvolvimento de um chip que capta sinais cerebrais e os interpreta segundo modelos matemáticos criados pelos próprios pesquisadores do laboratório de Nicolelis. Ou seja: a longo prazo, o chip pode ser desenvolvido para uma neuroprótese que possibilite, por exemplo, um tetraplégico, que sofreu uma lesão severa na medula, voltar a caminhar.
Apesar de já ter iniciado testes em seres humanos, Nicolelis alerta que ainda faltam tempo e estudos para se chegar ao ciborgue. “Quando anunciamos nossos primeiros resultados com macacos, muitas empresas nos procuraram, mas achamos que esse tipo de acordo é prematuro.” Por dar um passo maior que a perna (biônica), recentemente a revista Nature cometeu uma gafe. Deu 19 páginas para um experimento da empresa norte-americana Cyberkinetics, em que um microchip implantado no cérebro de um tetraplégico de 25 anos conectava seu cérebro a um elaborado aparato informático, possibilitando-lhe proezas como ler e-mails. Nicolelis aponta problemas sérios na experiência. “Mais da metade dos eletrodos deixou de funcionar depois de 6 meses de implantação. Esses eletrodos de ponta fina e rígida tendem a destruir o tecido e a causar reações inflamatórias. Implantar chips é fazer uso de uma tecnologia inadequada e perigosa. Poderiam ter feito coisas menos invasivas, como usar a superfície do couro cabeludo, movimentos do globo ocular ou sensores na língua”, ensina. Também seria melhor, diz o neurobiólogo, se várias regiões do cérebro fossem “lidas” ao mesmo tempo, porque isso garantiria um sinal mais confiável. “A Cyberkinetics mal reproduziu coisas feitas em macacos!”, afirma. “Mas foi bom terem publicado esses dados: mostraram que, eticamente, este não é o caminho a seguir”, explica.
Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-CftYp2z6vQmqicaFCCUbEUrGZgpQL36RWJlFQZsIhauhLErYsSMycMWCYMFZ0EAWmFZBvlqJ9xypX22bGHaYoWhidc7y8-MjlG5DI2eOpxaZtVqHMrW738o-7QG77QG6EyCN/s1600/instituto+nicolelis.jpeg

Em resumo, exceto por fração mínima, a humanidade é mesmice. Talvez 2,5 %, talvez 2,5 % de 2,5 % (1/1.600), talvez menos faça algo de relevante, a ponto de alguns, apenas comprando livros e revistas poderem acompanhar com relativo conhecimento leigo.

É assustador.

Serra, domingo, 07 de agosto de 2011.

No comments: