A
Vasta Pequenez da Humanidade
Agora somos 7ilhões, gente demais
trombando.
Comecei a ver a humanidade,
estatisticamente, como um balde onde muito pouco destoa da superfície parada.
Aqui e ali um pingo sobressai, uma leve ondulação, algo de infinitesimal frente
ao plano quase estático.
O
BALDE DA HUMANIDADE
![]() |
Quase nada é diferente, quase tudo é
semelhante.
Vez em quando surge um Miguel
Nicolelis e centenas ou mesmo milhares param o que estavam fazendo e vão
correndo pesquisar em volta dele.
EM
VOLTA DE
![]() |
O inventor
Neuroprótese. O termo parece esquisito, mas é feijão com
arroz para Nicolelis. Afinal, ele foi um dos principais desenvolvedores da
coisa – nada mais que uma interface cérebro-máquina — uma espécie de “ligação
direta” entre os neurônios e os nervos, sem precisar passar pela medula. Por
isso seu trabalho é um marco na ciência: no famoso monkey lab da Duke, a
macaca Aurora moveu um braço robótico apenas com a “força do pensamento”. O
movimento foi possível com o desenvolvimento de um chip que capta sinais
cerebrais e os interpreta segundo modelos matemáticos criados pelos próprios
pesquisadores do laboratório de Nicolelis. Ou seja: a longo prazo, o chip
pode ser desenvolvido para uma neuroprótese que possibilite, por exemplo, um
tetraplégico, que sofreu uma lesão severa na medula, voltar a caminhar.
Apesar de já ter iniciado testes em seres humanos,
Nicolelis alerta que ainda faltam tempo e estudos para se chegar ao ciborgue.
“Quando anunciamos nossos primeiros resultados com macacos, muitas empresas
nos procuraram, mas achamos que esse tipo de acordo é prematuro.” Por dar um
passo maior que a perna (biônica), recentemente a revista Nature cometeu uma
gafe. Deu 19 páginas para um experimento da empresa norte-americana
Cyberkinetics, em que um microchip implantado no cérebro de um tetraplégico
de 25 anos conectava seu cérebro a um elaborado aparato informático,
possibilitando-lhe proezas como ler e-mails. Nicolelis aponta problemas
sérios na experiência. “Mais da metade dos eletrodos deixou de funcionar
depois de 6 meses de implantação. Esses eletrodos de ponta fina e rígida
tendem a destruir o tecido e a causar reações inflamatórias. Implantar chips
é fazer uso de uma tecnologia inadequada e perigosa. Poderiam ter feito
coisas menos invasivas, como usar a superfície do couro cabeludo, movimentos
do globo ocular ou sensores na língua”, ensina. Também seria melhor, diz o
neurobiólogo, se várias regiões do cérebro fossem “lidas” ao mesmo tempo,
porque isso garantiria um sinal mais confiável. “A Cyberkinetics mal
reproduziu coisas feitas em macacos!”, afirma. “Mas foi bom terem publicado
esses dados: mostraram que, eticamente, este não é o caminho a seguir”,
explica.
|
![]() |
Em resumo, exceto por fração mínima,
a humanidade é mesmice. Talvez 2,5 %, talvez 2,5 % de 2,5 % (1/1.600), talvez
menos faça algo de relevante, a ponto de alguns, apenas comprando livros e
revistas poderem acompanhar com relativo conhecimento leigo.
É assustador.
Serra, domingo, 07 de agosto de
2011.
No comments:
Post a Comment