Thursday, November 28, 2013

As Vantagens da Rejeição (da série Cometários)


As Vantagens da Rejeição

 

O livro de L. M. Montgomery, Annie de Green Gables, São Paulo, Martins Fontes, 2009 foi publicado originalmente em 1908 e esta que tenho diante de mim foi edição lançada para comemorar os 100 anos de Green Gables. Estou na página 77, mas é formidável, fantástico pela doçura.

Annie Shirley, a menina de 11 para 12 anos, é a personagem protagonista do romance, uma menininha adorável e otimista, toda sensível apesar de órfã abandonada em orfanato, sem saber se a vão adotar, pois é menina, em lugar de menino esperado pela irmã e pelo irmão.

LIVRO E AUTORA, LUCY MAUD

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Annie desenvolveu personalidade esfuziante que oculta a dureza da realidade com as belas cores de sua presença notável. As sucessivas rejeições a fizeram assim, a fizeram criar esse tipo. Contudo, nela isso não é falso, é um alcance da capacidade de enfrentar o “mundo real” cruel com galhardia, com elegância. Fina flor, doce e amorosa.

Há muitas pessoas assim.

Então o raciocínio falacioso justificaria a rejeição dizendo que ela produz belos frutos? Não, a rejeição também produz pessoas horríveis e vingativas, como dizem os pares polares e o modelo pirâmide, que não nos deixa enganar. Por si só a rejeição tanto produz o bem quanto o mal.

É da pessoa mesmo, de algo ruim fazer algo bom.

Ela reverte a malignidade ofertada em bem-fazer.

Contudo, nesses 56 anos ou desde quando “me entendo por gente” o que mais vi foi a rejeição produzir retalhos de gente. Vi poucas Anne Shirley no decorrer dessas décadas, pois é raro ver gente alegre e mais raro ainda gente rejeitada crescer para a autossatisfação e a oferta de si aos outros.

Não sei se na vida de Lucy Maud ela foi rejeitada. Se foi ou se não foi, não importa, ela fez um livro maravilhoso que vai permanecer não 100 anos, como já aconteceu, mas mil ou mais.

Serra, domingo, 03 de outubro de 2010.

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