As Vantagens da
Rejeição
O livro de L. M. Montgomery, Annie
de Green Gables, São Paulo, Martins Fontes, 2009 foi publicado
originalmente em 1908 e esta que tenho diante de mim foi edição lançada para
comemorar os 100 anos de Green Gables. Estou na página 77, mas é formidável,
fantástico pela doçura.
Annie Shirley, a menina de 11 para 12 anos,
é a personagem protagonista do romance, uma menininha adorável e otimista, toda
sensível apesar de órfã abandonada em orfanato, sem saber se a vão adotar, pois
é menina, em lugar de menino esperado pela irmã e pelo irmão.
LIVRO
E AUTORA, LUCY MAUD
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Annie desenvolveu personalidade esfuziante
que oculta a dureza da realidade com as belas cores de sua presença notável. As
sucessivas rejeições a fizeram assim, a fizeram criar esse tipo. Contudo, nela
isso não é falso, é um alcance da capacidade de enfrentar o “mundo real” cruel
com galhardia, com elegância. Fina flor, doce e amorosa.
Há muitas pessoas assim.
Então o raciocínio falacioso justificaria a
rejeição dizendo que ela produz belos frutos? Não, a rejeição também produz
pessoas horríveis e vingativas, como dizem os pares polares e o modelo
pirâmide, que não nos deixa enganar. Por si só a rejeição tanto produz o bem
quanto o mal.
É da pessoa mesmo, de algo ruim fazer algo
bom.
Ela reverte a malignidade ofertada em
bem-fazer.
Contudo, nesses 56 anos ou desde quando “me
entendo por gente” o que mais vi foi a rejeição produzir retalhos de gente. Vi
poucas Anne Shirley no decorrer dessas décadas, pois é raro ver gente alegre e
mais raro ainda gente rejeitada crescer para a autossatisfação e a oferta de si
aos outros.
Não sei se na vida de Lucy Maud ela foi
rejeitada. Se foi ou se não foi, não importa, ela fez um livro maravilhoso que
vai permanecer não 100 anos, como já aconteceu, mas mil ou mais.
Serra, domingo, 03 de outubro de 2010.
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