Monday, December 02, 2013

Efeitos das Projeções das Flechas (da série Material Sensível, grupo Teoria dos Panelões)


Efeitos das Projeções das Flechas

 

                               Quando os meteoritos e cometas caem, podemos vê-los como flechas; cuja incidência se dá segundo quadrantes, pois podemos reduzir os 180º de horizonte a horizonte a apenas 90º de chances de queda (o outro lado está contemplado na modelação matemática).

Num quadrante, a chance seria de 1/90, mas como estamos no espaço, olhando de cima veríamos quatro quadrantes relativos aos oito octantes do espaço. Como há outros 90º (ele não cai exatamente no plano de um dos 90º possíveis), a chance de queda é de 1/(90x90) = 1/8.100. Além disso (estudamos tais quedas; devem ter caído 154 desde o hipergrande HG-4017, de 4,0 bilhões de anos atrás), estamos muito longe de presenciar todos os ângulos de incidência. Sendo a chance de cair fora do plano vertical, 90 vezes tanto quanto nele, é possível que a maioria tenha caído, com maior certeza, fora do plano vertical.

                               Se fosse nesse plano vertical – já vimos isso – as posições iriam desde a tangente rascante, “rasgante”, que arranha, aquela que tocasse a superfície pelo lado de dentro, até outra na vertical perfeita (as chances respectivas de cada queda são de somente uma em 90), a direção-sentido de ação seria para frente, com reação para trás: no caso da composição Brasil-África, o movimento atual do Brasil se dá como ação residual do vetor inicial na direção-sentido oeste-sul, sudoeste, e o da África, enquanto reação, direção-sentido norte- leste, nordeste.

                               Assim, por toda parte se distribuem os sucessivos efeitos dessas 154 quedas:

1) no plano vertical há uma componente vertical em OY que rebenta a placa, que a racha;

2) no plano horizontal, uma componente em OX, que a empurra.

Suponhamos que caia uma a cada 26 milhões de anos; supondo também a de 13 milhões de anos atrás, onde quer que tenha caído, ela distribuiu seus efeitos SOBRE OS OUTROS EFEITOS, os anteriores todos. Eles foram sendo somados uns aos outros, indefinidamente.

Juntando a isso as bolas de gelo (congelamentos) e as bolas de fogo (aquecimentos por várias causas, inclusive vulcanismos acentuados), na realidade, sob a ótica da Vida a Terra é um inferno de acontecimentos, de eventos geológicos, de estremecimentos, de fenômenos assustadores, de abalos extraordinários, de congelamentos e esquentamentos sucessivos.

A Vida é um acidente, enquanto estão acontecendo os bombardeios.

A Vida age muito rápido, enquanto as flechas não vêm.

Ela pula de banda para escapar ao tiroteio. Quando os projeteis batem nela, distribuem os efeitos poderosamente por toda a pele do planeta. Este vibra, balança, reverbera – os efeitos fazendo a Terra pipocar, chacoalhar.

E a todas essas a pálida mancha da Vida vai resistindo com valentia.

                               Vitória, quinta-feira, 16 de setembro de 2004.

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